O Diário De Mariáh

E ele estava ali, assoviando uma musica animada, fazendo arte com um ovo e uma frigideira.
-Oi minha princesa! Bom dia, vida! -disse ele. Largando a frigideira e vindo me abraçar.
-Bom dia pai! -amo quando ele se arrepia a cada vez que eu o chamo de pai.
-Está com fome? Fiz ovos mexidos, mas posso fazer qualquer outra coisa que você quiser! -disse ele, voltando para a frigideira.
-O senhor sabe que eu não tenho fome de manhã. -respondi. -Só gostaria de saber se vai me levar na escola hoje?
Ele franziu a testa.
-Pensei que fosse com a Meg. -disse ele.
-Ela me perguntou agorinha mesmo se vou com ela, antes de confirmar eu queria saber se o senhor tem a intenção de me levar! -disse.
-Não... Mas se você quiser que eu te leve eu me arrumo rapidinho!
Rapidinho? Miguel demora umas duas horas pra se arrumar só pra ir ao supermercado.
-Não, não! Não precisa eu vou com a Megan mesmo! -respondi, antes que ele insistisse em me levar.
-Não, não vai com a Megan não! -disse Henrique entrando na cozinha com um bermudão preto horrível e uma camiseta cinza.
-Ainda está de pijama? -perguntei, horrorizada com a cafonice dele.
-Sim. -respondeu ele, olhando para si mesmo procurando algum erro.
-Eu disse que depois que acorda o máximo de tempo que fica com o pijama são dez minutos. -disse Miguel, sério. -E se diz bom dia antes de começar uma conversa!
-Bom dia filha! -disse Henrique, me abraçando e me dando um beijo na testa.
-Bom dia pai! -respondi, retribuindo o abraço. -Agora me diz, porque não vou com a Megan? O senhor vai me levar? E se for, vai ser sem esse pijama não é?
Miguel riu.
-Não, não vou te levar! E o meu pijama é ótimo! Muito confortável para dormir, e para dormir não importa a roupa porque você está dormindo. -disse Henrique, se defendendo.
-Importa sim. -disse Miguel pegando dentro do armário uma sacola com pão de forma. -Importa muito quando você esta dormindo com outra pessoa.
-Não vou dormir com alguém que não me ame o suficiente para gostar dos meus pijamas horríveis! -disse Henrique, pegando um copo com café e sentando á mesa.
-Você não vai dormir com ninguém além de mim! -disse Miguel passando geleia em um dos pães.
-Muito lindo essa cena romântica de um casal feliz. -comentei. -Mas é sério, eu tenho que ir embora, vou com quem?
-Com o Víctor. -respondeu Henrique, pegando os pães de forma com geleia que Miguel preparou.
-Víctor Makllister? Irmão da Ashley? -perguntou Miguel.
-Porque o Víctor? -perguntei assustada.
-Ele tem que vim aqui me entregar uns papeis. -respondeu Henrique, olhando no relógio de pulso. -Ele já deve estar chegando! Aproveita e vai com ele!
-A Megan se ofereceu pra...
-Eu quero que vá com ele Mariáh. -disse Henrique, tão sério que além de me interromper disse o meu nome.
-Ok. -disse.
Se o mestre mandou...
-Vai pegar suas coisas então! -disse ele.

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Comigo aconteceu as duas coisas que citei: Foi difícil mudar e eu mudei sem perceber. É sério! Eu comecei a me cuidar, procurei nutricionista, academia, emagreci. Depois dermatologista, comecei até frequentar salões de beleza.
Só percebi que mudei quando pararam de me chamar de GordaNerd, quando parei de sofrer bullying, os garotos e até algumas garotas começaram a pedir pra ficar comigo, comecei a ser convidada para festas e me sentir bem comigo mesma. Foram dois anos de mudanças que valeram a pena. Mas eu sei que a beleza atrai e a inteligência convence. Continuei sempre focada nos estudos, continuo sendo a Nerd. Nerd com muito orgulho!

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Ashley disse uma vez que garotas só são lindas de verdade se:
A) Acordarem bonitas.
B) Saírem bonitas numa foto 3x4.
C) Aparecer na tela quando digitamos na caixa de pesquisa do Google “garotas lindas”.
Bom, A e B sou eu. Eu sempre acordo bonita, durmo oito horas sem nenhuma interrupção e me cuido, óbvio! Para uma foto sair boa precisa de um bom ângulo, um bom fundo, iluminação correta e é claro que tem que estar bem na foto. As fotos 3x4 são terríveis porque o fundo é branco, a iluminação não favorece e eles tiram da sua cara assim de frente, praticamente no susto. Nem consigo acreditar que sai bem na minha!
Toda vez que o meu celular vibra e logo em seguida vem um bipe é que chegou uma nova mensagem de texto. E foi isso que me tirou dos meus pensamentos.
Megan me enviou uma mensagem perguntando se eu queria carona. Antes de responder fui perguntar para um dos meus pais se eles tinham a intenção de me levar para a escola.
Miguel, o marido do meu pai biológico já estava na cozinha “brincando” com as frigideiras. Miguel é formado em medicina, mas sua grande paixão é a culinária. Ele troca o consultório por uma cozinha, troca receitas médicas por receitas de comidas, prefere a frigideira ao invés do estetoscópio. Ele ama cozinhar e cozinha muito bem. Se for pra culpar alguém por a minha pré-adolescência ser gorda eu culpo ele.

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Mas voltando a falar sobre mim e a minha mudança...
Muitas garotas quando mudam ou procuram sua identidade verdadeira mudam exteriormente de uma forma até assustadora. Na escola, por exemplo, tem sempre uma garota que curtia funk, descia até o chão, só vestia shortinhos e ficava com garotos que só usam boné e colocam “Mc” antes do nome no facebook e que agora é roqueira, toda punk, que tem várias caveirinhas na blusa, brinco, anel, colar, ou pulseira; que diz que Deus não existe e pinta o cabelo de cores chamativas, isso quando não raspam. Ou aquela que era roqueira e agora é hippie, escuta reggae o dia inteiro, anda com aquelas pulseirinhas verde, vermelho e amarelo e nem sabe que aquelas cores são as cores da bandeira da Jamaica, mas quando descobrem diz que quer ir pra Jamaica viver lá. O que vocês querem perder apostando comigo que elas não sabem que não é só a Jamaica que tem essas cores na bandeira? Que não sabem que a capital da Jamaica é Kingston? Que não fazem ideia de como é a condição de vida por lá muito menos o idioma? Voltando, diz que quer ir pra Jamaica, chama Bob Marley de Deus (um dólar que elas não sabem o verdadeiro nome do Bob Marley), diz que maconha é a melhor coisa no mundo (dois dólares que se colocarem maconha perto de orégano elas confundem), não vou nem comentar o que elas fazem com o cabelo! É isso... Elas mudam, mudam e mudam! Até se cansarem ou finalmente se encontrarem. Mas tem muitas que ainda não se cansaram e que não se encontraram.
O que eu fiz foi diferente e é o que eu aconselho pra quem quer realmente mudar de verdade, definitivamente e sem ser humilhante. Eu comecei por dentro.
Antes da mudança física, foi à mudança psicológica. Eu pesquisava por vídeos sobre maquiagens e cabelo; pesquisava em sites de moda sobre looks e tudo; pesquisava exercícios e alimentos que ajudavam a emagrecer e me manter magra, não esses remedinhos venenosos e essas dietinhas malucas. Parece bem fútil, mas quando se procura por sua identidade verdadeira tudo isso é crucial. Então fui amadurecendo, aprendendo, tudo isso pesquisando e explorando, lógico que eu tive a ajuda das minhas amigas. O que é de uma garota sem as amigas verdadeiras?!

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São sete e quinze da manhã em ponto.
Estou me olhando no grande espelho do meu quarto que vai do teto ao chão.
Vejo-me todos os dias, mas mesmo assim ainda fico surpresa.
É que eu nem sempre fui assim, na minha pré-adolescência e no começo da adolescência eu era gorda. Gorda mesmo. Sofria bullying, não ficava com ninguém, não era convidada para festas, não tinha autoestima. Nem era só por ser gorda, mas por ser muito inteligente, eu era uma perfeita Nerd, desde os óculos, espinhas, aparelho e roupa. Como eu não era popular e não tinha muitos amigos eu só estudava, estudava muito, era a favorita dos professores. Ganhei até o apelido de GordaNerd que só de lembrar me causa arrepios.
Mas eu mudei. E mudei muito. Independente de qualquer motivo, mudar é sempre difícil. E não foi fácil pra mim, não foi com outras pessoas que mudaram e não vão ser para outras pessoas que querem mudar. Corrigindo o que eu disse “independente de qualquer motivo, mudar é sempre difícil”, bom, não é sempre. Tem vezes que algumas coisas acontecem nas nossas vidas e nos fazem mudar sem perceber, quando nos damos conta que mudamos já é tarde, todo mundo já percebeu que nós mudamos. Nós somos sempre os últimos a perceber.
Comigo foi assim... Eu era a GordaNerd amiguinha da perfeitinha da Ashley e da gostosinha da Megan. Começa cedo mesmo, na pré-adolescência. Ninguém entendia como duas garotas como elas andavam como uma garota como eu. Muitos achavam que eu era meio que a empregada delas. Achavam que eu comprava os lanches para elas, fazia o dever de casa e os trabalhos escolares. Mas isso nunca aconteceu... Megan é meio malandra nos estudos, isso é impossível negar. Ela copiava minhas tarefas, colava durante as provas. Mas nunca, nunca me pediu para fazer nada desse tipo para ela. E fala sério, eu comprar lanchinho pra Ashley?! Primeiro, era e é raríssimo ela comer qualquer coisa vinda da escola. Segundo, Ashley é podre de rica, a família dela é milionária, mais rica que a minha.
Ashley e Megan andavam comigo porque eu sabia quem elas eram de verdade, além desses rótulos que as pessoas davam! Eu sabia, compreendia e respeitava! É por isso que depois de tantos anos ainda estamos juntas. Porque eu sei quem elas são de verdade. Eu sei, compreendo e respeito!

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Esvaziamos nossas malas e enchemos a cova. Megan contou com a minha ajuda para se levantar e eu entreguei para Ashley uma garrafa com álcool. Ashley jogou um pouco de álcool na cova, depois passou o álcool para Megan que depois o repassou para mim que por fim joguei o resto do álcool com a garrafa e tudo.
A gente se afastou a uma distância segura e eu retirei do bolso um isqueiro.
Estiquei para frente e respirei profundamente. Acendi enós três dissermos juntas:
-E que venham todos os fins porque eu sei recomeçar!
E o joguei em cima da cova. O fogo subiu uns dois metros e tivermos que cobrir o rosto por causa da claridade. Quando o fogo voltou a um tamanho normal e considerado seguro nos unimos e assistimos o fogo queimar um pouco de nossas vidas.
Ninguém que não tenha feito um ritual como esse não sabe o quanto é bom ver queimar tudo aquilo que não serve mais, tudo aquilo que atrasa, que magoa e que impede de crescer.
Já é tarde e temos que ir embora. Levantarmos as malas do chão, fechamos e voltamos pelo mesmo caminho que viemos deixando o fogo intenso destruir tudo o que havia dentro da cova.
Não falamos em nenhum momento depois que eu acendi o fogo e nem olhamos para trás.
Tudo isso é importante no ritual. O cemitério porque tem a energia certa e perfeita para esse ritual. À noite é mais difícil de ver, coisas erradas devem ser feitas escondidas. Todas de preto porque aquilo era um enterro. O silêncio por causa do respeito, o luto. A cova porque segredos devem ser enterrados. O fogo porque segredos tem que ser destruídos e não escondidos. E não olhar para trás porque a vida segue para frente.
Aquele é o ritual de recomeço. Aonde destruímos tudo aquilo que não serve mais, tudo aquilo que impedi de seguirmos em frente. Serve para dar espaço para coisas novas. Recomeçar.
Depois que passamos pelo portão e eu o tranquei Ashley apontou a lanterna para o carro e seus faróis se acenderam. Ela caminhou até o porta-malas do carro e jogou a mala lá dentro. Mandou um beijo para a gente e acenou antes de entrar pela porta de trás do carro. Megan guardou as malas no porta-malas e eu joguei as lanternas no banco de trás pela janela.
Megan e eu entramos no carro, fechamos todos os vidros e fomos embora assim como Ashley já havia feito.

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O antigo cemitério da cidade não é bonito nem mesmo para um cemitério.
Depois que foi construído um cemitério maior na cidade vizinha esse cemitério foi totalmente esquecido, ninguém mais é enterrado aqui. Ele tem uma aparência macabra, mais assustadora do que deveria ter. A estradinha de pedra por onde a gente caminhava para o cemitério adentro estava suja de terra e esburacada, alguns túmulos estavam quebrados com várias rosas murchas em cima. A floresta que o cercava começava a invadi-lo pelas beiradas. Eu consegui perceber isso tudo, mesmo á noite.
O cemitério antigamente era lindo, eu lembro. Tinham várias flores coloridas e bonitas em cima de túmulos inteiros e limpos. A estrada de pedra por onde a gente passava estavam inteiras e sempre limpas e a floresta que o cercava dava um ar mais bonito com as árvores que eram bem cuidadas. Nós caminhamos um pouco mais. A igrejinha que antes era branca e que muitas pessoas entravam nela para acender velas para a alma daqueles que se foram agora estava escura, chamuscada, como se tivesse pegado fogo.
-É aqui! -disse, apontando para uma cova do meu lado que aparentemente tinha mais que sete palmos.
-É maior que uma cova comum! -comentou Megan, se aproximando de mim.
-Eu abri mais o buraco! -disse, naturalmente.
Ashley e Megan olharam para mim assustadas.
-Você esteve aqui recentemente? Você que aumentou essa cova? -perguntou Megan.
-Estive ontem, sim. -respondi, naturalmente.
-Sozinha? -perguntou Ashley, em choque.
-Sim, ué. Eu vim aqui ontem, lá para as seis da tarde. Peguei emprestadas as ferramentas do meu vizinho jardineiro, vim até aqui com o carro, vi essa cova aberta e cavei mais! -respondi tão naturalmente que pareceu muito normal fazer isso.
-E o seu vizinho jardineiro não falou nada? Não estranhou você pedir emprestado esse tipo de ferramentas? -perguntou Megan, cruzando os braços, não acreditando muito nisso.
Ergui as duas sobrancelhas.
-Não me lembro de ter dito que pedi pra ele. -expliquei, com calma.
Ashley arregalou os olhos.
-Você roubou as ferramentas do seu vizinho?! -perguntou ela, chocada.
-Não! Lógico que não! -respondi agora sim em choque. -Eu tenho cara de quem rouba ferramentas de jardineiro?! Eu só peguei emprestado sem a permissão dele, não é roubo se você for devolver!
-Por favor, vamos acabar logo com isso! -pediu Megan, com dor de cabeça.
Deitamos nossas malas no chão. Megan teve que se ajoelhar porque sua saia curta e justa não permitiu que ela sentasse.
-A primeira coisa tem que ser o diário! -lembrei.
-Já sabemos! -respondeu Ashley, jogando o dela dentro da cova.
Depois dos diários foram cartas, fotos, etc.;

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Nós nos calamos. Megan olhou furiosa para Ashley que olhou para mim.
-Podem ficar tranquilas! -disse Ashley, confiante. -Ele não vai contar nada a ninguém e nem sabe o que vai acontecer.
-Está bem. Ok? Está bom! Vamos logo com isso! Pegue suas coisas! -disse para Ashley.
Ashley virou-se voltando em direção ao carro dela.
Eu e Megan nos entreolhamos rapidamente antes de voltarmos para o carro.
Megan abriu o porta-malas e sozinha com muito esforço retirou duas malas grandes enquanto eu estava dentro do carro procurando onde guardei as lanternas, só as encontrei um minuto e meio depois em cima do banco de trás. Testei cada uma antes de sair do carro.
-Pegue! -disse, entregando uma lanterna para uma Megan ofegante e a outra para Ashley que estava ao lado de Megan.
-Vamos! -disse Ashley.
Megan e eu olhamos para o carro de Ashley que estava com os faróis acesos. Mesmo não conseguindo ver o motorista conseguíamos o sentir observando a gente e isso me assustava muito. Ashley apontou a lanterna ligada para o carro e apagou. O motorista dela copiou desligando o farol do carro.
-Pronto! -disse Ashley, séria.
Nós três caminhamos uns dois metros puxando nossas malas até pararmos em frente a um portão de ferro de dois metros de altura. O portão estava totalmente enferrujado e trancado por uma corrente grossa e um cadeado grande.
-Como vamos abri-lo? -perguntou Ashley.
-Deixa comigo! Aponta a lanterna aqui! -respondi.
Megan pegou sua lanterna, ligou e apontou para o cadeado.
Eu retirei da nuca um grampo de cabelo e do bolso uma lixa de unha metálica. Megan olhou para Ashley um pouco desconfiada e depois de três minutos o cadeado estava aberto. Ashley e Megan voltaram a se olhar de boca aberta e eu dei um sorriso orgulhoso de mim mesma.
-Geralmente é mais difícil! -comentei, ainda com um sorriso.
-Aonde aprendeu isso?! -perguntou Ashley horrorizada, olhando para mim como se eu fosse uma ex-presidiária.
-Nem queira saber! -respondi empurrando o portão que fez um barulho estrondoso.
Nós três olhamos para frente e apontamos nossas lanternas para o caminho, depois de respirarmos profundamente e nos olharmos várias vezes a gente entrou.

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São 20h15min segundo a hora marcada no meu celular cuja bateria já está descarregando.
Faz uns dez minutos desde que Megan parou com o carro em frente ao lugar marcado.
Eu estou com uma bota de salto e cano longo, calça justíssima, regata e jaqueta de couro sentada com as pernas cruzadas e uma sobrancelha erguida mexendo furiosamente no meu celular.
Megan que também está com uma bota de salto e cano longo, uma saia jeans com um palmo de distância dos joelhos, regata e uma jaqueta por cima que é a metade do tamanho de uma jaqueta comum me observa disfarçadamente.
Antes de fazer qualquer pergunta Megan vasculhou sua bolsa e depois de encontrar um batom intensamente vermelho ela se virou para mim.
-O que foi? -perguntou ela, que sabe que quando uma das minhas sobrancelhas está erguida é que tem alguma coisa errada.
Respirei profundamente antes de responder.
-Não consigo acreditar que em pleno século vinte e um existem lugares que não tem sinal para celular! -respondi, indignada.
Meg sorriu.
-Tem sinal sim, mas tem alguma coisa que o bloqueia. Não sei bem o que é. Mas tem vezes que pega, se você tiver sorte! -disse ela, passando o batom cuidadosamente.
Levantei o celular para o alto e o posicionei em diversos cantos do carro, depois de vinte segundos eu franzi a testa e desisti.Coloquei o celular no colo e respirei profundamente.
Dez segundos depois meu celular vibrou seguido de um bipe.
É uma mensagem de texto vindo da única pessoa que eu quero saber nesse momento.
-O que foi? -perguntou Megan novamente, se curvando em cima do volante.
Eu reli a mensagem em voz alta:
-Já estou chegando. Não comecem sem mim. Ashley.
Megan deu de ombros. Eu respirei profundamente outra vez e depois de mais dez minutos de espera nós ouvimos o barulho de pneu na estrada de terra e as luzes do farol invadindo por trás o carro onde nós estávamos. Viramos para trás, um carro se aproximava.
O carro parou alguns metros e piscou o farol duas vezes. Megan apertou a buzina uma vez só e o carro se aproximou parando logo atrás do carro onde estávamos.
-É ela! -concluiu Megan.
Eu desci pela a porta do carona e Megan pela a do motorista. Rapidamente ela deu a volta pela frente do carro e se posicionou do meu lado.
Alguém saiu pela porta de trás do carro e se aproximou de mim e da Meg.
Com a ajuda dos faróis deu para identificar quem era. Usando também uma bota de salto e cano longo, calça jeans justa, blusa e uma jaqueta por cima estava ali Ashley.
-Oi. -disse ela, com um sorriso.
-Oi! -respondi junto com a Megan.
Ashley me abraçou primeiro, depois Megan.
-Desculpa a demora. Nós nos perdemos na estrada! -disse Ashley.
-“Nos”? -perguntei, erguendo uma das sobrancelhas.
-Sim, o meu motorista e eu! -respondeu Ashley.
-Você trouxe o seu motorista?! -perguntou Megan, irritada.
-Não. Ele que me trouxe! -respondeu Ashley, ironicamente.
Megan ergueu os ombros como se fosse bater em Ashley.
-Calma! -disse, apertando o braço de Megan. -Não podia ter vindo sozinha?
-Não! -respondeu Ashley

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Mariáh Madson... Ashley Makllister... Megan Hadson...
Três adolescentes lindas, sedutoras, interessantes, apaixonadas e apaixonantes... Mas não se iluda, também são mimadas, cruéis, mentirosas, vingativas e principalmente Traidoras.
Elas levavam uma vida perfeita, cada uma do seu jeito. Até que Victória Gutemberg resolve fazer parte da vida delas. Victória, ou Vicky como prefere ser chamada conhece as meninas desde o jardim de infância, e desde então ela odeia elas. Durante muito tempo Vicky engoliu seu ódio, sua inveja, mas naquele ano seria diferente. Naquele ano ela ia se vingar. Ela sabe que é a ultima chance de fazer mal ao trio qual ela apelidou de Traidoras.
Victória não mede esforços para fazer da vida das meninas um inferno. Ela seduz o ex da Megan e convence ele a reatar o namoro com a ex só para obter através dele mais informações sobre ela. Ela também começa um incêndio na escola no dia da festa que foi organizada pelo trio. Ela faz coisas horríveis e inacreditáveis.
As Traidoras não deixam por isso e também se vingam mostrando a Vicky quem são elas.
Depois de uma briga física entre Vicky e Megan o diretor da escola pune as garotas. Ele quer que elas fiquem juntas e por isso pede um trabalho delas. Ele pediu que As Traidoras e Vicky façam uma "Festa Do Pijama" e que tirem fotos e tudo mais. Só assim elas não são expulsas por justa causa.
Quem acha que não pode ficar pior ser castigada pelo diretor e ter que dormir na casa da inimiga não imagina que nesse dia Vicky é assassinada misteriosamente e As Traidoras viram as principais suspeitas.
Como se não bastasse elas serem suspeitas de um assassinato e toda a cidade que antes a admiravam e respeitavam e que agora as temem e odeia, elas também começam a ser vigiadas, perseguidas, ameaçadas por alguém que se comunica de varias formas expondo seus maiores segredos cujo nome é simplesmente V.
Quem matou Victória? Quem é V? Como V sabe todos os segredos delas?
Será que uma amizade consegue resistir tudo isso?
Mentiras, segredos, traições, romances, e muita mais...
Fiquem ligados no @DiarioDeMariah.

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Ou Vicky.
15 de maio de 1997!!

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Victória conhece Megan, Mariáh e Ashley desde o jardim de infância e desde aquela época ela não gosta delas. Não importa o quanto Mariáh seja linda, para Vicky Mariáh vai ser sempre a GordaNerd. Ashley é uma garota legal, mas para Vicky ela não passa de uma patricinha nojenta! Mas quem ela mais odeia sem duvidas é a Megan. Ela odeia a Megan, acha ela uma vadia, uma prostituta que não cobra!
Ela que apelidou a Mariáh de GordaNerd e a Ashley de Sol Oxigenado (o apelido da Ashley é Sol Loiro).
Vicky nunca fez nada para as meninas, até agora! Mas aquele ano seria diferente, Vicky sabe que é a ultima chance de fazer algo contra elas! Elas estão no ultimo ano escolar, é a ultima chance dela!
Vicky é a pior inimiga que o trio qual ela apelidou de Traidoras poderia ter.
Ela tem um caso com o ex da Megan(Mateus) e convence ele a tentar reatar com Megan, só para ele descobrir coisas da Megan e contar pra ela.
Vicky fará coisas horriveis contra as Traidoras. Coisas inacreditaveis.

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Ashley Albuquerque Makllister.
02 de Janeiro de 1997.

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Ashley é um exemplo perfeito de uma patricinha. Ela é uma das melhores amigas da Mariáh.
Ashley é uma garota mandona, autoritária, mas uma ótima amiga.
É filha de Cézar Makllister um empresário bem sucedido que entrou recentemente na politica e de Tereza Cristina uma ex- bailarina que teve que abandonar a carreira precocemente para dar á luz ao irmão mais velho de Ashley: Victor!
Ashley é sem duvidas uma das garotas mais ricas da cidade. Rica e linda!! Mora numa mansão isolada em frente à praia e sai para todos os lugares num carrão de luxo dirigido pelo Tom, seu motorista particular!
Mas sua vida começa a mudar depois que se apaixona pelo professor de matemática, vira suspeita de um assasinato junto com suas amigas, e um segredo escondido á sete chaves sobre sua familia e revelado e ela empobrece.

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Meu nome é Mariáh Madson Gomez Cortez.
Nasci no dia 31 de Outubro de 1997 (sim, no Dia Das Bruxas).

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♥ Família: Sou filha de um casal gay. Minha mãe morreu quinze minutos depois que eu nasci. Três anos depois Henrique (meu pai biológico) conheceu o Miguel (meu pai "adotivo"). Eu entendi numa boa, vai ver porque cresci vivenciando isso!!

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♥ Amigas: Ashley Albuquerque Makllister e Megan Hudson Medeiros. Conheço ela desde o jardim de infância e não tem ninguém nesse mundo que eu confie mais que elas.

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♥ Sobre mim: Bom, como eu posso me descrever? Eu sou uma garota muito complexa perdida nos meus próprios pensamento. Eu me considero bonita, apesar de todos me chamarem de linda, perfeita, gostosa e etc;. Eu me considero bonita, melhor do que eu era antes. Antes, na minha pré-adolescência, quando eu tinha 13, 14 anos eu era gorda. Gorda mesmo. Sofria bullying por isso. Não só por ser gorda, mas por ser nerd. Uma perfeita Nerd. Nerd desde as roupas ao aparelho, óculos, espinhas, cabelo, tudo.. Ganhei o apelido de "GordaNerd", ninguém mais fala ele, mas mesmo assim ainda me machuca. É como se fosse um trauma: "GordaNerd".
Mas eu mudei, nada que o tempo não resolva, correto?! Hoje as pessoas gostam de mim, se importam em me agradar, querem ser meus amigos e andar comigo. Mas eu já sofri, eu sei como as coisas funcionam. Ninguém me faz de boba, não!

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♥ Resumo:
Mariáh é uma adolescente que leva uma vida perfeita. É linda, inteligente, popular e rica.
Sua intuição e pressentimento que nunca falha lhe disse que ano seria diferente e que tudo ia mudar! E estava certa, completamente certa!
A vida dela muda completamente quando uma garota resolve se vingar dela e de suas amigas. Nada de errado até o dia em que essa garota morre misteriosamente na casa onde elas estavam. Segredos, mentiras, traições e muitas outras coisas irão acontecer. E com isso surge as perguntas: Será que podemos confiar cegamente em alguém? Será que alguém é realmente digno de confiança? Será que podemos confiar em pessoas que não são capaz de guardar nem seus próprios segredos?
De uma coisa ela estava certa: Tudo vai mudar!!

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♥ Informações:
> É PARECIDA com Pretty Little Liars...
> As pessoas das fotos são tiradas do site We Heart It..
> Não repare os erros ortográficos. Livro escrito por uma autora amadora..
> Essa obra é fictícia sem nenhum compromisso com a realidade. Qualquer semelhança com a vida real é mera coincidência..

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Autora: @Mariah_Luiza

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