@FabioPauper

† Fábio Silvério φ

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É errado uma pessoa querer parar de pecar não por amor a Deus, mas por querer ter mais autocontrole? Isso é orgulho?

Não é um erro moral; é um erro de apreciação.
Parar de pecar é um bem. A ação de abster-se do mal é boa em si. Desejá-la é, a princípio, um bem. Porém...
Aquilo que está por trás dela pode corrompê-la. O que a motiva?
Nós somos tendentes ao bem, de modo que querer o bem e evitar o mal é natural.
Porém, como estamos desordenados, é comum que optemos pelo mal, mas sempre visado sob o aspecto de bem.
O desejo pelo próprio bem pode ser distorcido, gerando o orgulho. E o orgulho - um amor combativo e demasiado de si mesmo - pode motivar atitudes que são boas se vistas de modo neutro mas que instrumentalizadas reforçam o mal. É o caso de quem quer ser superior moralmente por orgulho. A superioridade moral como sucedânea da superioridade física ou da intelectual é uma das falcatruas mais clássicas do amor próprio.
Eu falava de erro de apreciação. Com isso eu queria dizer que, embora o desejo de parar de pecar nos pareça como um bem, ele é, na prática, impossível. Daí que desejar algo impossível não é das coisas mais inteligentes. Sem Deus, nada feito. Veja, é possível abster-se deste ou daquele pecado em específico. Basta desenvolver as virtude cardeais e muita da desordem comum já se vai. Porém, o homem não é capaz de, por sua própria força, se tornar bom. Ele precisa de Deus pra isso.

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quero conhecer o simbolos e os ritos. por onde começar?

Penso que geralmente te indicariam começar pelo Mircea Eliade.

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Mas uma luta constante pra não cair num pecado (o que pode ser angustiante) já não evidência forte o suficiente dessa fraqueza? Um alcoólatra lutando contra seu vicio não precisa beber pra perceber que é fraco perante a bebida.

É.. Mas a humildade não é o fruto de uma constatação apenas racional. É muito comum que a nossa luta pela pureza já seja motivada pelo orgulho, já que não nos agrada nos sabermos imperfeitos. Isso às vezes é a raiz do que chamamos arrependimento, também. A soberba é a herança do pecado original. Ela está entranhada em nós. É a raiz de muitas das nossas ações, por melhores que nos pareçam. Isso quer dizer que supostas seguranças espirituais nos poderiam ser perigosas, pois nos deixariam pretensiosos. A impureza não é senão uma filha da soberba.
É claro que isso não significa que não nos importaremos em cair no pecado, sob pretexto de manter a humildade. Mas saiba disso: aos soberbos, é comum que Deus lhes permita cair em pecados inferiores. Contudo, a impureza como tal deve ser combatida. E isso se faz do modo como eu já falei em outra resposta: primeiramente com a Graça santificante, pressuposto de toda vida espiritual autêntica e não somente imaginada. Depois, oração e mortificação sistemática. Mas a Graça é o mais importante.

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https://ask.fm/FabioPauper/answers/134667456170 Essa ideia de que Deus permite alguém cair no pecado me parece no mínimo contraditória. Eu acho que Deus sempre faz de tudo, o tempo todo para que nunca caiamos em nenhum pecado. E quando caímos é sempre culpa nossa, e nada de Deus.

Sto Tomás dá, como exemplo, o fato de um médico permitir que o enfermo contraia problemas inferiores se for necessário para que o maior mal seja curado. Da mesma forma, existem níveis diferentes de desordens espirituais. A relacionada à castidade não é a pior de todas. Esta é a soberba. Então, veja..
Uma pessoa soberba que fosse também casta tenderia a supor-se superior, como aquele fariseu da parábola. Então, para que a soberba seja curada, a única forma é que a pessoa se veja como é: fraca. Daí que, não é que Deus a faça pecar, mas que Deus lhe permite cair, já que, por nós, nada podemos. Contrair o pecado da carne gera, no soberbo, uma ferida no orgulho, mas é uma dor necessária. Esta percepção da sua própria fraqueza o aproxima da verdade a respeito de si mesmo. Disto pode surgir a humildade, que é o solo de onde brotam todas as virtudes. Se humilde, Deus não mais lhe resistirá. Sabendo-se necessitado, pedirá, e Deus lhe dará o que pede.

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O cara do site www.logosapologetica.com precisa de mil reais para manter a página no próximo ano de 2016, e ele não tem e por enquanto vai fechar. Esta página tem 3 mil acessos por dia, ele faz traduções, etc. bora ajudar?

Conheço. É um bom site. Ajude quem puder.

Existe algum remédio, além de oração, para se libertar deste tipo de escravidão? Buscar ajuda "no mundo" não adianta porque todos acham normal e até saudável.

Vida sacramental (confissão frequente e comunhão sempre em estado de graça), jejum, mortificação (sistemática, tanto do tato quanto do paladar), paciência e perseverança. Implore a Deus a graça da pureza e não pare de pedi-la enquanto não a tiver. Verifique se você é orgulhoso, pois Deus permite que se caia nos pecados da carne para curar os do espírito. Então peça também humildade. No mais, não fique obcecado, pois é a pior coisa em quem sofre disso.

como resolver questões de raciocínio logico? é necessário só pratica ou também é necessário estudar?

Nesse caso, o estudo já é prática.

Um viciado em pornografia pode, por iniciativa própria, recorrer à castração química através do depo provera para libertar-se de suas paixões? (esta pergunta é muito séria)

Não sabia o que era "depo provera", rs.
Não deve fazê-lo. Orígenes se castrou literalmente para fugir às paixões, mas, embora possa esta talvez ser uma interpretação extrema do mandamento de "cortar o que te leva a pecar", o sentido evangélico é obviamente figurado. Não é recomendável fazê-lo. Padres, por exemplo, não podem fazer isso sob o argumento de não mais sentirem desejo. A tentação é um elemento importante da vida humana. Uma pessoa não cresce se não passar por ela.
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Existe a possibilidade real de alguém superar os próprios limites?

Se os limites forem ontológicos, somente Deus. A santidade é transcendência. Para os místicos, é mesmo mudança substancial. São João da Cruz descreve como as potências da alma são destruídas e renascem num nível de operação divino.
Mas em geral, quem fala de limites se refere a traços psicológicos relacionados seja à inteligência ou à vontade, e coisas do tipo. Neste sentido, claro que existe.

Quais doutrinas heréticas o padre quevedo professa?

Das que recordo agora estão a negação do demônio, a negação da Parusia e a idéia de que a alma não ficará fora do corpo na morte, mas nos será dado imediatamente um corpo incorruptível.

O que um católico deve achar dos livros sagrados das outras religiões? Que é tudo invenção humana [por quais motivos, já que por diversão é que não foi?], ou tem alguma explicação que vá além disso?

Cê é novo por aqui, né?
Bem, os livros das religiões tradicionais geralmente são sinceros e profundos. Eles têm algo de verdade, na medida em que radicam na natureza humana, que por natureza é vocacionada ao divino, e também em intuições, baixas ou altas, se bem que naturais, da natureza divina. Porém, na medida em que não há uma Revelação completa propriamente dita, as intuições corretas se mesclam com certas ênfases ou afirmações errôneas. Não há mal nenhum reconhecer-lhes o que vai de verdade, ou mesmo interpretar o algo dissonante de um modo cristão, fazendo, obviamente, para isso quaisquer pequenas violências. A terminologia por vezes é parecida com a mística cristã, mas isso não indica a identidade profunda dos fenômenos. Assim, por mais corretos que estejam, há erros misturados, e a contemplação fica ao nível natural, como em Proclo e Plotino. A contemplação mística propriamente dita, fruto da Graça, tal qual ocorre no Cristianismo, é de uma natureza muito superior.

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https://ask.fm/FabioPauper/answers/134634588330 A Pergunta é quais figuras do catolicismo você não gosta e não quais cantores católicos você não gosta. Por exemplo, creio que você não goste de Tomás de Torquemada, Padre Quevedo, etc.

Ah, você fala assim de modo geral?
Hum.. não sei.. Tendo a não gostar mais dos de hoje.
O Pe Quevedo é mais interessante que os padres cantores de que falei, embora ele professe doutrinas heréticas.
Bem, não sei..

Paz pra você ♡, muitas vezes seguramos muito o passado, mas ele não volta mais, pde o deixar. O futuro ta sendo preparado, e nós só temos o hoje. Deus cria um dia novo todo dia pra nos dizer "Hoje é uma nova chance de escrever algo diferente." Vamos la? https://www.youtube.com/watch?v=C5yMQZtIkk

Vídeo não existe. Aproveito pra divagar sobre o tempo..
É comum dizermos que o que temos é somente o hoje. O budismo, com a idéia de mindfullness, condena a oscilação samsárica que pendula entre passado e futuro. Rigorosamente, confirma Sto Agostinho, somente o agora existe. Porém, o agora enquanto instante não é objeto de consciência, mas só de pensamento abstrato. O agora psicológico possui, já, uma extensão. É o "presente profundo" do Henri Bergson, ou "presente especioso", do William James, o ainda o "presente vivo", do Husserl. Deleuze afirmava que o que temos não é o presente, mas o passado. Na medida em que este é inalterável, é fixo. E na medida em que é fixo, é substancioso.
O passado, sendo o inalterável, é o permanente, é o que ainda é. E ainda sendo, ele determina ou pelo menos condiciona o gosto do agora. O agora é criado pela sombra do passado, ainda que também com a aurora do futuro, pois é também expectação psicológica do imediatamente vindouro. Portanto, a total liberdade de se tornar outro é uma ilusão. Para alguns, este é o sentido mais correto de karma, uma insistência do antes no agora. Deus, porém, é aquele que renova todas as coisas. É o novo "sobre o sol". A novidade radical é somente possível enquanto produto místico, iniciativa do Trasncendente, do totalmente Outro, e, uma vez que nem Deus pode fazer com que o passado não seja passado, é forçoso admitir que, ou não é possível renovar o ser humano, ou o ser humano não é exatamente o fruto das relações do passado, tal qual a nossa personalidade atual. Há, então, um segredo inexplorado do homem, e a que o Apocalipse faz referência com a pedrinha branca que cada um receberá e que nos revelará o nosso verdadeiro nome. Este nome, indicação da nossa verdadeira identidade, será algo que naturalmente precede as nossas relações. É Permanência para além da permanência relativa. Porém, misteriosamente, esta identidade deve já ser vislumbrada sob pena de nunca vir a descoberto. São João da Cruz trata disso afirmando que este último recôndito da alma humana não é conhecido pelo demônio nem pode ser manchado por ele. Mas pode ser destruído. O inferno seria o fracasso irredimível. O nosso segredo, portanto, está além do tempo - escondido com Cristo em Deus, diz São Paulo -, e, no entanto, o tempo desempenha nisso alguma função. O relativo é oportunidade ou impedimento ao necessário 'ab alio'. E inserindo este necessário humano no domínio do relativo - na medida em que fá-lo relacionar-se consigo - o relativo humano torna-se capaz de impor-se a ele. A eternidade vencida é o inferno: é o domínio do remorso sobre o gozo.

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