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“Não acredito que você ainda não me conhece? Pois bem, prazer, meu nome é saudade, já deve ter ouvido falar de mim… Tem gente que se diz morrer por minha causa, mas não me demonstram, tem os que questionam loucamente a minha existência… Tem de todos os tipos, porém meu problema é com o tal de amor, ele sempre aparece em meu percurso, ou sou eu no dele, não nos damos muito bem, sei lá, e atrelado a nossas brigas e confusões sempre aparece ele; o sofrimento. Coitado dos que o conhecerem… Esse sim tem o poder de destruir, fatiar os corações em minúsculos pedaços que o vento sopra pra uma dimensão distante, que talvez nunca mais possam ser achadas… E eu e o amor? gato e rato! Sempre que aparece por aqui ele vai embora, as vezes fica. Ele nunca quis a minha companhia. Diz que eu sou um mar escuro, daqueles que só loucos gostariam de nadar. Quem sabe eu seja mesmo esse mar que ele diz. Até porque nunca vi um lado bom em mim. Cansei já de atrapalhar corações apaixonados, de causar angústias e machucões desnecessários. Quantas menininhas já passaram a noite acordada por minha causa. Quantos homens já fiz chorar por entrar no peito deles e apertar? Minha amiga de longa data é a distância, ela às vezes aparece pra dar um olá. E já vimos muitas vezes pessoas reclamarem da gente. Só ela aceita caminhar comigo, digo, às vezes… Queria não ser tão inconveniente, sabe? Mas acho que sou um sentimento tão triste, tão magoado e tão ansioso que nunca vou esperar que alguém sinta minha falta. Afinal, não tem como sentir saudade da saudade.”
