️️ ️ ️️ ️ ️️ ️ ️ ️️ ️ ️ ️ ️️ ️️ ️ ️ ️ ️️ ️ ️️ ️ ️️ ️ ️ ️ ️️ ️ ️️ ️ ️️ ️ ️ ️️ ️Não tinha como ela não se surpreender, aquilo era tão assustador quanto a linha de fogo que os homens faziam quando seguiam seu caminho com tochas e forcas, de onde aquela mulher havia surgido? Lucy não teve tempo de perguntar, quando deu um passo para trás e entreabriu os lábios para questionar, a mulher de cabelos negros arrancou-lhe do chão e puxou-a pelos braços. Lucy se agarrou às pedras para poder fugir, encolhendo-se pouco. Quando então se encontrou sobre a caverna, desviou o olhar, retornando novamente a visão da luz caminhante.
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Não sabia quem era ela, mas Lucy estava em uma encruzilhada, não estava armada e não poderia enfrentar aquela mulher se tivesse, mas também não poderia sacrificar-se diante à tantos homens protegidos pelo ferro. Os pés nus deslizaram sobre a rocha, fazendo-a congelar por alguns instantes, mas logo seguiram a mulher em silêncio, sem questiona-la.
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A todo instante, Lucy olhava aos arredores, tentando ao máximo decorar o caminho da qual se seguiam para caso uma fuga iminente fosse necessária.

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O monstro então não pode deixar de dar alguns passos para trás, parecia um tanto irritado, mas não sairia de lá senão morto, não poderia, não tinha o menor direito. Ou morreria aqui, em batalha, ou morreria ao retornar ao seu mundo, pelas mãos do próprio mestre. Mesmo com o braço a torcer (ba dun tss), ele gritou mais uma vez, fez com que o chão tremesse à frente de sua voz estridente. Utilizando da outra mão, aproveitando que o outro demônio via-se em direção à criança, elevou o punho e correu com o mesmo. O punho enorme da criatura atingiu o braço direito de Lilith, fazendo-a soltar Lis no mesmo instante. A menina, então, voou.
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Sentindo-se tão inútil e desesperada naquele instante, não pode ver tudo aquilo se desenrolar sem nada fazer. Lucy lançou com cuidado o menino para o lado e desenrolou-o de seus braços, fazendo-o sentar-se no chão, logo se jogando em direção à Lis, podendo-a pegar em seus braços antes que chegasse perto de tocar no chão, aninhando-a em sue busto.
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O demônio gritou mais uma vez, nesse momento envolto em fúria, mais veloz do que anteriormente. O mesmo braço que antes atingia Lis agora tomou outro rumo em meio a viagem, dirigindo-se para a face da albina. No fundo, Damesh pretendia arrancar-lhe os olhos e, logo após, seu coração. Quanto mais próximo os dedos fortes do homem se aproximavam de Lilith, mais o coração de Lucy apertava-se e batia com força. Então, suas pernas tomaram o rumo por elas mesmas.
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Em um salto, a mulher de cabelos azulados se lançou contra o punho da fera, deixando-o acertar a lateral do seu corpo no mesmo instante. Com Lis ainda em seus braços, apertando-a dentre suas mãos, ela voou, levando Lilith consigo até que parassem apenas quando seus corpos tocarem a parede lisa de tijolos da casa, rachando parte de sua pintura.

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️️ ️ ️ ️️ ️ ️ ️ ️️ ️️ ️ ️ ️ ️️ ️ ️️ ️ ️️ ️ ️ ️ ️️ ️ ️️ ️ ️️ ️ ️ ️️ ️ ️ ️ ️️️ ️ ️️️ ️ ️ ️️️️️ ️ ️ ️️️ ️Arthur se encolheu pouco e sorriu quando o lobo pegou-a entre os braços, mas logo abaixou os ombros um pouco, olhando-a quando ela o repousou ao lado de suas irmãs. Estendendo a mão em direção à loba, esperou que a mesma voltasse de junto a ele. Era claro, Arthur parecia tão apegado à ela quanto a outra mulher ou outro humano. Aquilo soava um tanto estranho. Com um suspiro, pareceu perceber que ela não voltaria, tornando a aninhar-se sobre os braços da mulher.
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A manhã chegaria rápido, assim como o verão retornaria à cidade que há tão longe havia ficado. Ninguém havia acordado durante um longo tempo. Lucy havia acordado quase quando o sol se pôs ao alto, ao meio dia, em alarte, algo ruia contra seus ouvidos. Ela levou a mão sobre o rosto, mas logo se levantou, andando logo em seguida, em direção à ponta da caverna, se curvando pouco para frente.
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Arthur, Lys e Bell não estavam por lá, perguntava-se o porquê. Mas algo ainda tinintava em seus ouvidos, a fazendo virar o rosto contra o vento, observando ao longe. Lucy, ao longe, encontrava o que mais temia: clavas, forcas e fogo. Alguém vinha atrás deles, senão, atrás do lobo.

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️️ ️ ️️ ️ ️️ ️ ️ ️️ ️ ️ ️ ️️ ️️ ️ ️ ️ ️️ ️ ️️ ️ ️️ ️ ️ ️ ️️ ️ ️️ ️ ️️ ️ ️ ️️ ️ ️ ️O garoto não pode deixar de sorrir, imitando o lobo a seu lado, com um uívo tão estranho e desafinado quanto qualquer outro que a mulher já tinha ouvido. Lucy ria ao longe, sentando-se ao lado de Lis com cuidado,suspirando longamente. Havia dias que não via seu irmão cantarolar e se mostrar feliz, não pode deixar de sorrir com ele. Lentamente, Lis se deitava ao seu lado, se deixando levar pelo sono.
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Lucy então suspirou longamente, apoiando o rosto sobre os cabelos da irmã, lentamente ambas então se rendiam ao sono, deixando-se dormir mesmo que em meio às pedras e sem quaisquer cobertura sobre si, deixando-se a beira do frio. Nenhuma das duas tinham um sorriso no rosto, ao contrário do irmão, pareciam preocupadas e assustadas, no fundo, Lucy não conseguia parar de pensar na mãe. Lis, no que o futuro as reservava.
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Arthur sorriu abertamente, parecia despreocupado e não possuía medo em seu olhar. Ele parou de uivar então, se lançando contra a loba, abraçando-a logo em seguida.Apertava com cuidado a pele branca da fera, se encolhendo sob a pelagem quente.
— Obrigado, Senhor Lobo!

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Lucy tentou agarra-la e afagar seu rosto contra seu busto, mas a menina se desfez de seus braços e seguiu em direção à Lilith. Lucy tentou agarra-la pelas vestes mas falhou, deslizando seus dedos contra as vestes leves da menina. Lis então se viu à frente da mulher, não poderia sentir seu poder mas poderia ver sua nova forma, e aquilo a admirava.️️ ️️️ ️️️ ️ ️️️ ️ ️ ️️️️️ ️ ️ ️️️ ️️️ ️️️ ️ ️ ️️️ ️️️ ️️️ ️ ️️️ ️ ️
O "troll", entretanto, continuava sobre o chão, seu corpo ardia e doia eternamente enquanto ele levava a mão sobre a face, torcendo novamente seu pescoço como se o colocasse em seu lugar. O "crack" feito por seus ossos fez os pelos de Lucy se arrepiarem, ela se encolheu, apertando o menino em seus braços. O demônio tornou a se levantar, mesmo que ainda irritado, levantando o punho com força para soca-la, lançando-o contra Lilith. Entretanto, o homem errou enquanto a albina se afastava, levando o punho em direção a Lis.

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️️ ️ ️️ ️ ️️ ️ ️ ️️ ️ ️ ️ ️️ ️️ ️ ️ ️ ️️ ️ ️️ ️ ️️ ️ ️ ️ ️️ ️ ️️ ️ ️️ ️ ️ ️️ ️ ️ ️A mão do menino ainda estava sobre a cabeça do lobo, acariciando-o levemente. Parecia tão alegre, apenas se assustou quando a mesma elevou as orelhas, estando atenta. O menino demorou a entender, mas logo sorriu, se afastando.
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Lucy, entretanto, apenas levou as mãos sobre o colo, encolhendo pouco os ombros ao soltar a grande pata da fera, desviando o olhar levemente. Levou a mão sobre os cabelos azulados, "penteando-o" com seus dedos uma única vez.
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— Sabe, eu...
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O sussurro de Lucy fora imediatamente abafado por um som maior, mais interessante. À ponta da caverna, coberto pela luz da lua, Arthur agachava e se apoiava sobre as mãos, imitando um animal qualquer, logo elevou o rosto, começando a uivar para a mesma.
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— Aauuuuh! Aaauuuuh!
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Seus uivos eram altos e estranhos, em um tom tão fino e ao mesmo tempo estridente que fez a irmã mais nova cobrir os ouvidos. Lucy apenas encolheu-se, rindo baixo, observando o maior. Era como se Arthur chamasse a loba para acompanha-lo, ou quisesse apenas brincar com o animal. Casada, Lucy resolveu deixa-lo e se afastar, sentando-se ao lado da irmã mais nova e a abraçando, esperando o que em seguida aconteceria.

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️️ ️ ️️ ️ ️️ ️ ️ ️️ ️ ️ ️ ️️ ️️ ️ ️ ️ ️️ ️ ️️ ️ ️️ ️ ️ ️ ️️ ️ ️️ ️ ️️ ️ ️ ️️ ️ ️ ️O demônio não sentia-se intimidado, sorria à Lilith e elevava as crianças entre seus dedos, puxando-as pelas vestes sem o menor cuidado. Não se importava em esconder-se, tinha o rosto claramente demonstrado, semelhante a um troll; media cerca de dois metros, a pele verde e os olhos fascinantemente amarelados, os dentes grandes e dois longos caninos subiam acima dos lábios, como um javali. Sua pele possuía manchas mais escuras e em formatos misteriosos. Seu nome era Damesh, o Grande.
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— Olha só, olha só! — Ele dizia em alegria, mexendo as crianças sob seus dedos. — Olha só o que encontrei, Senhora Lilith! Hi, hi, hi, parece que a senhora tem trabalhado, não é? Não é?
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Com um sorriso torto ele se inclinou. Lucy, ao fundo, não poderia ouvir o que ele dizia, mas conseguia ver parte de seu corpo pela fresta da porta deixada por Lilith. Viu então alguém balançando Lys pelos cantos, viu-a em seu olhar de medo e desespero e aquilo doeu em seu peito. A maior não pode deixar de correr em direção a porta e abri-la de uma vez.
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A única coisa que Lucy pode ver fora a criatura se inclinar sobre Lilith, rosnando para ela. Seus adornos ao redor do rosto e do pescoço balançavam, assim como os gêmeos que ostentava nas mãos.
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— O mestre mandou pegar a alma da contratada! — Ele sorria pelos cantos. Sua voz então tornou-se um berrante alto e estridente. — Agora! — Então, seu olhar caiu sobre Lucy, trêmula, tentando retirar Lys das mãos do maior.

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️️ ️ ️️ ️ ️️ ️ ️ ️️ ️ ️ ️ ️️ ️️ ️ ️ ️ ️️ ️ ️️ ️ ️️ ️ ️ ️ ️️ ️ ️️ ️ ️️ ️ ️ ️️ ️ ️ ️Lucy não pode deixar de reagir, levando em direção à Arthur uma das mãos e puxa-lo pouco para o lado pelas suas vestes. Mesmo que soubesse que a Loba poderia ser dócil, não tinha total confiança na mesma, e isso não se importava em demonstrar. Arthur não se moveu, apenas deu cambaleou pouco para o lado, mas não o suficiente para evitar a aproximação do lobo. Ele riu e a acariciou com felicidade, sorrindo abertamente.
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A mulher, em compensação, encolheu-se e desculpou-se em baixo tom, mordendo levemente o lábio inferior, com pouca vergonha transparecendo por seu rosto. Em pouco, retornou a mexer no ferimento da loba, desde então, calando-se. Limpou o ferimento e o cobriu com cuidado, apertando pouco as bordas do tecido em um nó para que por lá ficasse.
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— Está incomodando? — Sussurrou baixo, enfim elevando o olhar para a mulher. — Dói?

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Ela então desviou o olhar para a outra, olhando-a pelos cantos dos olhos, piscando algumas vezes e perguntando-se. Aquilo significaria que Lucy teria de viver com Lilith eternamente, aquilo fazia seus ossos estremecerem pouco e a pele arrepiar-se, e se ambas não se derem bem? Aquilo.... era algo da qual Lucy realmente deveria se preocupar?
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Algo então a fez tirar a atenção de seu próprio pensamento, fazendo com que virasse o rosto diretamente à porta, abrindo pouco mais os olhos. Um grito agudo e longo se seguiu, tão conhecido em todos os anos de sua vida quanto nenhum outro: sua irmã. Aquilo lhe soava errado, Arthur e Lisa haviam saído há longos minutos, já deveriam estar tão longe.
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Um desespero percorreu o corpo da mulher por inteiro, ela estendeu a mão em direção a porta e à mesma correu. Porém, algo a fez parar, uma sensação tão estranha e forte, quase semelhante à que sentira quando conheceu Lilith. Trêmula, ela olhou para a albina.
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— Lilith... O que.... Algo está errado... — Sussurrou.

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Arthur nunca fora de ser lento, sempre tivera um passo tão rápido quanto sua irmã mais velha, talvez tivesse até mesmo aprendido com ela. Com um balde em suas mãos, desajeitado, ele balançava de leve os braços de um lado a outro, se aproximando com um sorriso enormemente largo. A água saltava de uma extremidade do balde a outra.
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— Aqui! Tem um pequeno lago, foi fácil! — Ele disse com sorriso, deixando o balde de madeira ao lado da menina. — Esse balde também estava lá! Alguém deixou ele lá! Deve.... ter um acampamento por perto...
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As últimas palavras do menino foram tão baixas que quase pode não ouvi-las. Parecia preocupado, Arthur nunca fora do tipo de pessoa que gostava de gente por perto, tinha medo de guerreiros e, agora, tinha perdido toda a admiração em direção à guarda real. Em uma tentativa pouco fútil de acalma-lo, Lucy tocou-lhe os cabelos castanhos e sorriu.
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— Grata, Arth. Depois, devolva-o, viu?
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Com um sorriso, afogou o tecido que arrancara das próprias vestes, pondo-o a água, molhando-o e torcendo-o. Depois, passou a limpar a ferida da loba com cuidado aos arredores.

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