Vejo de vez em quando, com a minha mulher. Não sou muito original, só nas que não gosto: Sopranos e Mad Men. Minhas preferidas são The Wire, o primeiro Twin Peaks (não vi o novo ainda) e Seinfeld. Também gostei muito de The Night Of e True Detective (1a. temporada). Faz uns meses vi a primeira temporada de "Friday Night Lights" e achei sensacional. Novelinha da boa, tipo uma Malhação pré-SJWs só que muito melhor.
Pior eu, que passei mais de um ano aqui sem entender nada, perguntei até para a professora de português dos meus filhos. Resposta: "Porque? Os porquês não são assim em todo lugar?" Parecia um Pouco Alice no País das Maravilhas :-)
Qualquer pessoa interessada em história, política e relações internacionais deve ler "Diplomacia" várias vezes, primeiro do começo ao fim, depois tomando cada capítulo como objeto de estudo separado, indo atrás das referências, meditando sobre os exemplos. Há todo um currículo a ser tirado dali. Como figura política, não me interessa tanto e não tenho opinião.
Estou com 21 anos e pretendo ser diplomata. No momento estou aprimorando meu inglês e ainda na metade da faculdade. O que acha da estratégia de priorizar as línguas em um primeiro momento da preparação ao CACD?
Não saberia dizer, entrei há muito tempo, as coisas mudaram bastante. Recomendo falar com alguém aprovado nos últimos anos. Desculpe não poder ajudar.
Um socialismo libertário é impossível, pois exigiria que todo o mundo se tornasse socialista simultaneamente. Como algo assim jamais ocorrerá, a única forma possível de socialismo é a de Estados autoritários e militaristas, tais como os que a experiência real produziu.
É verdade. Mas isso não é novidade, nem uma pergunta.
O que é a história da filosofia se não uma longa passagem de diferentes escolas de pensamento com um determinado prazo de validade? Quem realmente ainda compra todo o estoicismo? Ou a escolástica e o hegelianismo? A era do existencialismo há muito passou e os pós-modernismos também perderam folêgo.
Caso você não conheça, o epílogo que o Ortega y Gasset escreveu à "História da Filosofia" do Julián Marías trata dessas questões. Ele foi publicado como um livro independente com o título "Origem e epílogo da filosofia".
Calvino usa "poetry" em sentido amplo. Cabe chamar assim toda a miríade de generos entre poesia e prosa (inclusive reflexão crítica). Qdo tu lê críticos, como o T. Eagleton, busca mais conhecimento estrutural, ou está sempre aprendendo num sentido formal msm, sempre olhando p qlq texto como lit?
Não entendi bem a pergunta. Dá para reformular de uma maneira mais simples?
Huellebecq é um grande escritor E TAMBÉM um visionário. Ser um grande escritor é difícil, visionário então, nasce um a cada cento e cinquenta anos. Eu queria ter disciplina e talento para fazer um texto sobre a tríade "As partículas elementares", "Plataforma" e "Submissão" de um jeito que valesse a pena, mostrando o quanto esses livros são brilhantes, como ele usa uma técnica sofisticada para mostrar coisas horríveis, etc. O Pedro Sette-Câmara anda prometendo um ensaio sobre o Houllebecq, espero que ele tenha tempo de escrevê-lo.
Oi, Diogo. Um prazer falar contigo. Ouvi coisas muito boas a respeito de seu livro. É uma leitura que pretendo fazer em breve. Parabéns pela publicação! Beijos.
Que é que c acha? Um objeto antigo que pertenceu a outras pessoas pode ter energia negativa nele? Estou começando a estranhar isso com um baú centenário que tenho no porão de minha casa.
Há muitos sinais que parecem indicar que sim. Convém lembrar, porém, que já houve sinais parecidos antes. Entre, digamos, 1918 e 1938, apostar na sobrevivência da ordem liberal era bastante temerários, algo como apostar em James "Buster" Douglas contra Mike Tyson em 1988 ou em Holly Holm contra a Ronda em 2015.
"algumas talvez mais interessantes do que ser diplomata" Não sou o anon, mas... Por exemplo? Obrigado. Se quiser contar por inbox.
Bem, os objetivos mais valiosos, os que requerem maior disciplina, costumam ser muito particulares, em geral descobertos depois de muita meditação e sacrifício. Na maior parte das vezes - não digo que seja o caso do outro anon - ser diplomata é uma aspiração genérica de gente que nem sequer sabe o que um diplomata faz. Então, entre o genérico e o paricular, se o esforço for o mesmo, digo apenas que o particular tende a ser mais recompensador.
Meu tio é diplomata, então acho que parte do meu interesse pela carreira é hereditário, rs. Cuido para não idealizar muito, estou ciente dos contras, mas é realmente a opção que mais me interessa.
Ok, boa sorte então. Daqui uns anos me conte se deu certo.
Atualmente estou reforçando meu inglês apenas. Tenho 20 anos e me formo na faculdade em 4 ou 5. Pretendo fazer um cursinho preparatório pra diplomacia a partir dos 23 anos. O que acha?
O plano parece bom, se você tiver disciplina para mantê-lo. Com a ressalva que, com disciplina dá para conseguir quase qualquer coisa na vida, algumas talvez mais interessantes do que ser diplomata. Mas divago...
Dê uma dica para quem está se preparando para o Itamaraty.
Saindo do óbvio - estudar muito, com disciplina - eu recomendaria ler o maior número de depoimentos relacionadas à vida diplomática que você puder. Muitos chanceleres - Gibson Barbosa, Saraiva Guerreiro, Celso Amorim - publicaram livros de memórias. Há também depoimentos ao CPEDOC da Unicamp, como o do M.M. Moreira, a "Lanterna na Popa" do Roberto Campos e muitos outros livros mais obscuros. Esse tipo de obra costuma ser uma espécie de guarda-chuva: a história oficial se mistura a detalhes preciosos que você não encontra em outros lugares. Além disso, o registro mais leve ajuda a memorizar fatos importantes. Agora vá lá, estude e não conte para ninguém que eu te falei :-)
A única pessoa suficientemente gabaritada para cantar Bésame Mucho é João Gilberto.
Se você reparar bem, a versão que postei é instrumental. Ninguém canta, então tá tudo certo.
Domingo inteiro em pijama, coça o umbigo. Diverte-se com os pequenos anúncios. Em sossego na poltrona, entende as borbulhas do gelo no copo de bebida. Uma velhice tranqüila, regando suas malvas à janela, em manga de camisa. Única dúvida: ganhará o concurso de palavras cruzadas?
O que foi mais difícil, tornar-se diplomata ou escritor? Você faria distinção entre um como "vocação" e o outro como "talento"? Ou ambos exigem a duas coisas?
Nenhum dos dois foi fácil, mas escrever é mais difícil do que estudar, ao menos para mim. Talvez para outras pessoas seja diferente. A distinção entre vocação e talento não aplica. "Diplomata" é um guarda-chuva genérico para designar alguém que realiza atividades totalmente diferentes umas das outras mundo afora: escrever relatórios, acompanhar autoridades estrangeiras, organizar eventos (de shows de rock a conferências internacionais), administrar pessoal, montar feiras de negócios, estudar o mercado de energia nuclear de um país, só para ficar em coisas que eu mesmo fiz ou das quais participei. Não existe ninguém vocacionado para isso, nem com talentos tão díspares. Essa inclusive é uma fonte de frustração relativamente comum na carreira. Já para escrever ficção, é possível que uma mistura de vocação e talento seja necessária, mas o principal é mesmo o esforço quase físico para se concentrar, não desistir e tentar fazer dia a dia o texto ficar mais parecido com a imagem mental que você tem dele. É difícil pra caramba, e meu respeito por qualquer um que escreva minimamente bem, para não falar dos grandes mestres, é imenso.