@jotaluisjunior

João

O que tem a dizer sobre o rebaixamento da Lusa?

uma coisa que eu ressalto quando se trata de futebol é que a maior parte de nós não gosta mesmo de futebol e sim dos nossos próprios times. sei que não é um discurso simpático, sei que tem muita gente que se diz amante do esporte, que gosta é da magia da bola, da ginga do chute de trivela e do suingue do dibre humilhante, mas a maior parte de nós assiste futebol apenas por uma razão: ver o seu time ganhar. seja roubado, seja com gol cagado, seja nos pênaltis porque caiu um raio no cobrador adversário e me desculpa, azar o dele, eu quero é essa taça.
e eu sempre toco nesse ponto porque acho que pra começar a discutir futebol a gente precisa entender que toda linha de raciocínio, quer a gente queira ou não, vai passar pelo filtro da paixão, mais ou menos como acontece quando alguém te pergunta se o seu amigo é legal, se o seu irmão é honesto, se a sua namorada é bonita. você vai tentar analisar com frieza, você vai fazer o seu máximo pra ser honesto e consciencioso, mas a sua opinião, por mais leal e bem pensada que seja, ainda vai passar pelo filtro da sua paixão e do seu afeto.
então eu me sinto inseguro para dar opiniões definitivas sobre esse tema porque, ainda que eu não seja dos que cultivam grandes rivalidades ou gastem muito tempo pensando no time dos outros, sei que toda a minha percepção do problema vai inevitavelmente ser filtrada pelo fato de que a) a portuguesa não tem a menor rivalidade com o meu time; b) a portuguesa é o time menor e portanto, em tese, a vítima; c) zoar o fluminense vem sendo relativamente engraçado nesses últimos dias
aí quando você soma isso ao fato de que meu conhecimento jurídico limita-se ao divórcio dos meus pais e duas péssimas piadas de advogado, eu fico não apenas sem a base teórica mas um tanto quanto desprovido de base moral para dar aquela opinião convicta, aquela opinião certeira, aquela opinião de seis parágrafos no facebook que a gente aprendeu a amar e respeitar.
então é aquilo. eu acho prejudicial pro campeonato que eventos extra-campo alterem resultados? acho, claro. eu entendo como suspeita a maneira como está sendo conduzida toda essa situação? também. acho que talvez em termos morais o mais correto fosse a queda do fluminense? sim, sim. mas sei dizer se isso seria o mais correto dentro das atuais circunstâncias? não, porque não fiz direito e não me sinto apto a julgar as pessoas nem na internet, apenas deixo elas de boa.
pra mim o principal desse caso é entender duas coisas. que a nossa justiça desportiva é defasada, confusa e calcada em interesses pessoais, com juízes que querem mais aparecer do que avaliar e fortes elementos políticos presentes, além do fato de que cacete, tudo é muito confuso. e que por alguma razão estamos dando mais atenção ao julgamento desses pontos do flu do que demos ao caso do atlético e do vasco, onde bem, cacete comeu solto e tivemos uma tragédia imensa mas poderíamos ter uma tragédia pior ainda, algo bem mais importante do quem fica ou quem cai.
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Latest answers from João

Qual a necessidade de dá respostas desse tamanho? Ninguém vai entender nada, bicho.

ah, cara, acho que são várias coisas, né? primeiro que eu sou uma pessoa insegura, não gosto de dar resposta contundentes ou com margem demais pra serem mal-interpretadas, então uma resposta longa me permite não apenas diluir a minha opinião como detalhar melhor as coisas que me levaram a essa opinião. um “não” soa definitivo e contundente, mas um “não…” seguido de duas páginas explicando exatamente o porque desse não e como eu, claro, reconheço que o “sim” também é uma resposta válida, me deixa mais seguro de que eu consegui dizer mais ou menos o que eu queria e de que uma pessoa que firmemente acredita que “sim” não vai tentar me envolver numa longa e confusa discussão
outro aspecto, eu acho, tem a ver com o fato de que, por ter um problema de fala, eu não sou uma pessoa capaz de concatenar meus pensamentos de maneira muito coerente quando estou dizendo as coisas ao vivo, já que a gagueira me faz estar sempre evitando palavras, travando em certos momentos, preferindo abreviar o argumento ao invés de levar ele tão longe quanto eu gostaria. daí, quando eu tenho a oportunidade de escrever eu acabo tentando, de alguma maneira, compensar isso usando o espaço da maneira mais livre que eu conseguir. basicamente a minha incapacidade de ao vivo dizer apenas um “não” é mais um motivo pra que quando eu posso escrever eu diga um “não, porque….”.
um terceiro elemento seria o fato de que uma das ilusões mais gostosas que a internet oferece pra gente, além daqueles banners dizendo que existem mulheres solteiras interessadas por nós na nossa cidade, é a de que a nossa opinião é realmente relevante e as pessoas estão realmente preocupadas com o que a gente pensa. vivemos numa era em que qualquer posição que você exprime pode ser facilmente devastada com um “ninguém te perguntou nada”, então a experiência real de alguém literalmente ter te perguntado alguma coisa é um lance que eu tento apreciar da melhor maneira possível e com o máximo de atenção que eu consigo. alguém tendo um problema ou curiosidade e sinceramente querendo levar a sua opinião em consideração é uma sensação bem gostosa que se você for pensar com cuidado a gente não tem todo dia, certo?
e claro, eu gosto de escrever. colocar as coisas no papel, fazer as piadinhas, depois dar aquela revisada pra ver se eu errei a pontuação e não perceber que eu errei a pontuação porque eu sou horrível com pontuação e sempre erro a pontuação, é uma dessas coisas que me dão um prazer e uma sensação de alegria que eu sinceramente não consigo tirar de muitos outros aspectos da minha vida (já tentei lavar a louça de maneira deliberadamente complicada ou pegar o ônibus de maneira deliberadamente demorada mas nunca deu o mesmo barato), então eu não me incomodo de escrever um pouco mais nas mais diversas ocasiões já que eu gosto bastante de escrever
ainda assim começo agora a achar que não era essa a resposta que você queria

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Quais suas expectativas para Batman vs Superman?

rapaz, elas não são muito altas não. enquanto pessoa que realmente não gostou de man of steel, tudo que envolve essa versão do super-Homem me deixa com um pé atrás, por ser uma leitura do personagem que eu não reconheço, colocada em um filme que eu achei relativamente bem filmado em termos de ação mas com roteiro ruim e uma caracterização no mínimo equivocada pros mais diversos personagens, além de apenas ser deprimente, um termo que eu sempre entendi que não casa muito com histórias do super-Homem
o fato de batman v superman ser uma continuação direta de man of steel é ao mesmo tempo interessante, porque mostra que eles reconhecem as implicações daquele final terrível que o filme teve, mas meio desanimador, porque mostra que eles querem realmente continuar aquela história exatamente de onde ela parou, e de acordo com os trailers querem manter exatamente o mesmo tom, que envolve um super-homem sombrio e meio assustador e os pais kent como basicamente as piores pessoas do mundo (no primeiro filme jonathan kent acha ok que o filho deixe umas crianças morrerem pra preservar o segredo dele e o no segundo martha kent diz que o bebêzão dela não deve nada pra ninguém mesmo depois dele ter destruido uma cidade inteira na frente de todo mundo)
a ideia geral do filme, de se basear tão fortemente em cavaleiro das trevas, que é uma história de descontrução de mito, pra contar uma história de construção de mitos, também me desespera um pouco (é como se o primeiro filme do thor se chamasse ragnarok, o primeiro filme da franquia rocky fosse rocky balboa), assim como o fato de que nos quadrinhos os confrontos batman vs super-homem quase sempre são fruto da paranóia do batman e equilibrados pelo fato de que o super-homem não mata, enquanto nesse caso o batman totalmente tem razão de não confiar nesse super-homem e bem, ele mata, ô se ele mata
ainda assim algumas coisas me animam no filme. o ben affleck parece ser um bom batman, todas as cenas da mulher-maravilha que eu vi soaram empolgantes e tem participação do ben affleck e de um dos caras de argo nos roteiros, o que pode dar um produto final melhor do que o filme anterior. não acredito que eu vá ver o filme nos cinemas, já que eu não sei se estou preparado pro quão escuro e barulhento o filme vai ser, mas se ele representar uma evolução quanto ao filme anterior e dele sairem uns filmes legais da liga da justiça eu vou ficar feliz
[claro, tem um lado meu que espera que esse filme afunde ridiculamente e todo o projeto atual da dc nos cinemas seja abandonado, sobrando apenas o filme do shazam com o the rock, pra gente em oito anos ter um filme decente do super-homem onde ele não é um sociopata emocore, mas eu vejo que tem bastante gente gostando dessa direção e bem, se ela faz a galera feliz, se der certo, bom pra todo mundo, eu tenho as séries de tv da dc que eu curto bastante e tá tudo bem também]

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Gosto dos seus conselhos amorosos, mas eles se direcionam geralmente ao público masculino. Agora, que conselho você daria a uma mulher que só de pensar que a boca do boy beija outras bocas já sente o gosto amargo da desilusão?

bem, a primeira coisa a ser dita sobre o gosto amargo da desilusão é que isso é mau.
já sobre a sua situação é complicado dizer porque tem vários possíveis cenários. você já está com o cara e estamos falando sobre ciúmes? você quer o cara, tentou, ele te deu um fora e agora você passa suas notes comendo brigadeiro rosa e vendo comédias românticas no telecine fun, o que significa que você vê as mesmas 2 ou 3 comédias praticamente todo dia? você quer o cara, nunca falou sobre isso com ele, e está, como é comum na internet, esperando que a intensidade do seu olhar para as fotos do cara seja tão extrema que transmita suas intenções diretamente para a mente dele, que aparecerá na porta da sua casa vestindo apenas sunga e óculos escuros, segurando uma garrafa de vinto tinto e uma colher de pau? são muitas as possibilidades, precisamos admitir
mas no geral existem duas formas de lidar com situações assim. se você quer algo, e quer bastante, e está disposta a correr o risco, faz seu movimento. tá preocupada com algo? vai e diz. quer alguma coisa? vai e tenta conseguir. se você quer o cara e considera que ele vale caminhar por essa pequena ponte sobre um despenhadeiro de constrangimento, clima esquisito e prints desagradáveis que é a interação humana, sendo maior a agonia de estar longe dele do que a consciência de que a noite aí fora é sim escura e cheia de terrores? vai lá, vai fundo, go get them tigress, o brasil tá do seu lado e é esse o neymar alegre que a gente quer ver.
se por outro lado, você não estiver segura, não achar que vale a pena, não estiver disposta a encarar esse quarto escuro que é se aproximar de alguém pra achar esse interruptor emocional que é o beijinho na boca, também não é vergonha nenhuma. não suporta ver o cara com outra pessoa? não vê mais o cara. não aguenta os tuites dele pra outras gatinhas? dá unfollow. não tolera mais ver aquele rosto pelas ruas da cidade longe do seu? muda de cidade. as pessoas costumam falar que a gente só se arrepende do que não fez mas isso é uma viagem tremenda, eu mesmo me arrependo de 98% de todas as coisas que já fiz na vida e das coisas que eu não fiz eu sinto apenas um gostoso alívio de ao menos essas ter conseguido evitar. mas esse sou eu também, eu espero que você seja uma pessoa mais emocionalmente ousadia e alegria do que eu e tal.
no mais, minha torcida pelo seu sucesso, cara

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Fiquei a fim de um cara do trabalho ano passado, falei para ele e tomei um fora. agora, ele não tá mais no mesmo trabalho que eu e tá namorando uma menina (INCRIVELMENTE) mais feia que eu. como faz para para de se sentir uma ameba?

uma coisa que é bem doida na vida é que a gente nunca consegue ter uma visão exata da percepção que as pessoas tem da gente e nunca consegue transmitir exatamente a visão que a gente tem delas. o que a gente entende do que tá vendo vai ser sempre influenciado pelo que a gente quer ver, a maneira como as pessoas percebem o que a gente demonstra passa pelo filtro das expectativas e ideias dessa pessoa. então por mais que seja possível ter uma ideia geral do que a outra pessoa acha (“esta mulher se afasta gritando e abanando os braços sempre que me aproximo, ela não deve gostar de mim”) a gente nunca consegue ter uma ideia absoluta, e por mais que a gente tente expressar com clareza o que a gente sente (“eu te amo e quero casar contigo” pode soar como “isso é um golpe de tráfico de órgãos” para algumas pessoas) a pessoa nunca vai entender exatamente
somando isso ao fato de que somos pessoas e não personagens de rpg e não temos atributos absolutos de força, destreza, vigor, beleza, senso de humor, sendo tudo isso também fruto de percepção, que permite que você ache hilário um cara que sua amiga acha um idiota e sua amiga ache lindo um cara que você perseguiria pela rua com tochas gritando ABOMINAÇÃO, ABOMINAÇÃO, a sua percepção da menina com quem o seu ex-colega de trabalho está não tem nada a ver com percepção que ele tem, assim como a percepção que ele tem de você não necessariamente tem nada a ver com a realidade (e nem a sua percepção de você e nem a percepção dele da menina)
ou seja, ficar afim ou não, preferir ou não, ela ou eu, não é uma análise racional como se vocês fossem dois carros testados pela revista quatro rodas e ela ganhou porque se sai melhor na pista enlameada mas sim um jogo muuuito caótico de sentimentos, percepções, coincidências, a hora certa, a hora errada, coisas são ditas e que são demonstradas e que são entendidas de maneiras diferentes e pode acontecer ou não e talvez os dois apenas gostem do mesmo episódio de digimon e você nem sabe se queria mesmo gastar seu tempo com um cara que assistia digimon, ainda que aquela abertura com a angélica de chapéuzinho fosse fantástica.
essas coisas nunca são uma competição direta e as pessoas não ficam umas com as outras porque a outra é a melhor opção e consome menos energia mas sim porque sentem vontade mesmo e o melhor pra você é estar com alguém que sinta vontade de ficar contigo. se não foi esse cara você com certeza vai achar outro que te veja de um jeito diferente e em quem você também veja qualidades, mesmo que ele não tenha e seja tudo um fruto doido da sua cabeça. essa é a magia do romance, eu acho. do romance e das alucinações, tudo funciona com a mesma lógica.

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Assunto sério: o você acha do Ezra Miller como o Flash nos filmes do universo DC?

cara, por incrível que pareça eu estou otimista com esse flash? eu gosto do miller, ainda que tenha visto o trabalho dele em só dois filmes (precisamos falar sobre kevin e as vantagens de ser invisível), porque tá claro que é um ator versátil e que é capaz de dar conta do papel, além de ter uma entrevista incrível dele em que ele parece estar sob efeito de alguma substância de fica repetindo a expressão HORIZONTE DO EVENTO diversas vezes em diversos contextos, nenhum deles fazendo sentido nenhum, o que torna tudo apenas mais fantástico
ou seja, minhas preocupações são muito menos com o ator do que com a história que eles vão querer usar esse ator pra contar, seja pelos meus problemas com essa coisa “dark e madura” que a warner vem tentando colocar em prática e que realmente não vem funcionando pra mim, seja com a dificuldade que eles vão ter pra usar no cinema um tom distinto do flash da tv sem que o personagem seja menos o flash por isso (a saída do phil lord e do chris miller dos roteiros pra entrar o seth grahame-smith também me broxou um pouco, porque um flash com a mesma energia que a franquia “anjos da lei” eu veria no cinema todo dia por uma semana)
ainda assim o meu otimismo vem do fato de que nenhum personagem pode representar melhor a ideia das terras paralelas da dc do que o flash e o fato de várias adaptações terem sido feitas pra série de tv permite que uma abordagem no cinema que seja mais fiel aos quadrinhos ainda possa parecer algo novo e diferente. eu nunca comprei totalmente a ideia da dc de separar cinema e televisão e acho que o flash da série é uma das interpretações mais bacanas que o personagem já recebeu, mas eu acho que existe espaço pra um flash bem bacana no cinema, que o ezra miller parece um baita ator pra interpretar, além de que, existindo universos separados, as mãos negativas e ignorantes de zack snyder jamais poderão tocar em cisco ramón ou dizer pro ator que faz o capitão frio que aquele jeito de pronunciar as falas não parece muito normal

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Cara, acabei de ler seu ask por quase 20 minutos, sinceramente queria te chamar pra tomar uma cerveja e pedir pra ser sua amiga mas sei o quanto isso vai parecer creepy e vc depois de ler isso vai dormir com medo de acordar do lado de uma cabeça de cavalo então desculpa aí qualquer coisa

então, uma das grandes mudanças que eu acho que as redes sociais trouxeram pra vida da gente e que nós não damos muita atenção é como o conceito do que é ou não creepy mudou, principalmente porque hoje em dia fazer coisas que antigamente eram vistas como esquisitas ficou cada vez mais fácil. antes passar horas vendo fotos de uma pessoa que você viu apenas uma vez ou conhece só de vista era assustador? hoje em dia esse é basicamente o princípio de um aplicativo chamado instagram. ficar monitorando os movimentos de uma pessoa por aí era o tipo de coisa que garantiria uma ordem de restrição judicial? hoje as pessoas estão o tempo todo dizendo onde elas estão, entao se você quiser montar um daqueles mapas com pininhos e barbantes no seu quarto é a coisa mais fácil de todas. antes apenas fãs obcecados de autores reclusos construíam relacionamentos em suas cabeças baseados em algumas poucas afinidades e concordar com uma ou outra frase? bem, essa agora é a base do romance entre os jovens, eu uso a internet, eu vejo vocês falando dos seus crushs
ou seja, não, tá legal, você tá sendo muito gentil e gente boa e não é creepy. hoje em dia creepy são mais coisas como “queria vestir sua pele como um casaco”, “segue uma montagem de como você seria se fosse um centauro, eu desenhei com sangue” e “se mexe na cadeira que desse ângulo eu não estou conseguindo ver a tela do seu notebook com meu telescópio”.

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me apaixonei por uma amiga minha mas ela me disse que é lésbica e agora joão o que eu faço

bem, infelizmente eu acho que não tem muita coisa que você possa fazer, certo? gostar de alguém que não gosta da gente, pelo menos não do mesmo jeito que a gente gosta, é sempre uma atividade complicada, seja porque ficar perto só torna tudo pior, seja porque você, por mais normal que tente agir, vai sempre ficar pensando se está sendo esquisito ou não, o que vai te fazer claramente agir de forma esquisita, e quando você perceber vai ser esquisito e você vai ficar apenas mais esquisito, num grande ciclo de sentimentos e situações esquisitas, seja apenas porque os vizinhos começam a ficar hostis depois da quarta noite seguida em que você ouve apenas a canção “eu me apaixonei pela pessoa errada” do grupo exaltasamba em looping por seis horas seguidas
se você falou dos seus sentimentos na boa e ela falou sobre os dela na boa e nada disso bateu, a única saída que você tem é respeitar e tentar levar isso da melhor forma possível, ainda que reconhecidamente a situação seja uma merda. uma coisa que eu acho que ajuda nessas horas é ser 100% honesto, seja com você mesmo, seja com ela. se você acha que não dá pra ficar perto dela na boa sem fazer coisas de vilão de seriado do canal warner como tentar sutilmente atrapalhar novos relacionamentos que ela tenha ou não ser exatamente um amigo mas sim uma pessoa sentada esperando ser a próxima na fila desse coração, pode ser melhor se afastar até se sentir mais confortável com isso, por exemplo. rejeição é sempre uma das senhas que desbloqueiam no jogo da vida aquele personagem especial chamado “a pior versão de nós mesmos” e não é vergonha nenhuma admitir que não sabe lidar com uma situação especificamente complicada e tirar um tempo pra lidar com o problema, esquecer o problema ou apenas afogar o problema em jogos manager, hqs e filmes do will ferrell até ele desaparecer
a canção pink triangle do grupo weezer também pode te dar um de alguma maneira reconfortante senso de pertencimento e compreensão nesse momento

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dica pra uma guria que é bv aos 18 anos

como existem vários motivos pra uma pessoa não ter beijado outra até a idade x, que vão desde não querer beijar ninguém até não ter achado ninguém pra beijar, passando por ser na verdade o personagem kamandi, criado por jack kirby, um menino que vive em um futuro pós-apocaliptico com animais falantes e é na verdade o último ser humano na face da terra, eu vou tentar atirar em várias direções na esperança de acertar em alguma mas muito provavelmente você vai me dizer que bv é na verdade “bonita e vaidosa” e eu tô projetando meus próprios fracassos pessoais na sua pergunta. mas como eu disse, vamos lá.
se você não quis beijar ninguém até hoje e se sente pressionada: tenta não fazer nada porque todo mundo tá fazendo ou apenas porque dizem que seria normal fazer. sei que é um conselho de tio, mas enquanto pessoa que tá na vida adulta faz um tempo, eu te digo que qualquer oportunidade que você tiver de não fazer algo por pressão, pra suprir expectativas dos outros, porque as pessoas ao redor já fizeram, você deve aproveitar, ainda mais se você tem 18 anos. a sua vida vai ser cheia de coisas como acordar cedo pra reuniões que você não quer ir, gastar dinheiro com coisas que você não quer ter, ficar presa em situações que você não sabe como entrou e nem imagina como vai sair, que seria simbólico de uma forma terrível se seu 1º beijo fosse por pressão ou sem realmente querer e se sentir confortável. não tô querendo fazer do beijo um “evento” e criar ainda mais pressão, apenas só faça algo que você quiser, se você quiser, quando quiser. deixa as coisas que você faz sob pressão, com desconforto, pra quando você tiver que pagar seguro-fiança pra locação de imóvel e pedir pro seu irmão mais novo te emprestar o contracheque dele pra garantir a renda mínima.
se você quer beijar alguém e as coisas não vem rolando: já estive lá, já passei por isso. nem sempre as coisas acontecem no ritmo que a gente quer, tem horas que a vida passa umas bolas mais quadradas pra gente, eu mesmo perdi a virgindade bem tarde porque fiz parte do movimento “decidiram que eu devia esperar”, em que você discorda mas pessoas essenciais pra você perder a virgindade decidem que você deveria continuar virgem. não tô falando que seja fácil e tem momentos em que a gente se sente a pessoa menos desejável do mundo - eu via aquelas imagens do ditador norte-coreano e pensava “se eu fosse o comandante de uma potência nuclear fora de controle eu poderia obrigar as gatinhas a simularem interesse por mim e seria tão bom….”- mas a verdade é que efetivamente existe alguém pra todo mundo se você tiver paciência, confiança e não deixar o fato de que uma garota uma vez te disse “pra ser feio você ainda teria que melhorar muito” mexer demais com a sua cabeça. não mexeu com a minha, por exemplo. nada. nem um pouco. nada mesmo. eu não estou chorando agora, na verdade.
(ou você pode apenas esquecer tudo que eu disse, ir a um show do asa de águia e beijar umas 57 pessoas. isso seria o lifehack do beijo)

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O novo do Weezer é mesmo o melhor desde o Pinkerton ou estamos todos nos iludindo?

tá, primeiro eu, como sempre faço antes de opinar sobre música, preciso dizer que não entendo nada do assunto. confundo baixo com guitarra, acho música instrumental chata porque não tem letra, acho solo muito longo de guitarra um troço desesperador, considero que cada vez que o belchior disse "tiuria" ele fez mais pela música mundial do que muitos dos virtuosos da música e por aí vai. eu opino sobre música baseado apenas no que eu me identifico, no que eu entendo instintivamente e no que me faz ficar batendo o pézinho no chão enquanto eu pego o metrô pro centro da cidade de manhã. em síntese, eu não sei do que eu tô falando.
dito isso, eu acho que o problema com o weezer e os discos recentes, assim como a necessidade de considerar o EWBAITE um disco de "retomada" é um pouco da banda, claro, mas também é bastante nosso. isso porque, como acontece com toda banda que é importante pra nós num período de formação, a gente acabou se apegando ao weezer de uma maneira mais forte do que imaginava, fazendo com que todas as mudanças que a banda sofreu tivessem um impacto mais negativo do que a racionalidade sugeriria.
estou dizendo que o red album não foi decepcionante? claro que não. estou dizendo que weezer e rappers vão bem como fogo e paixão, buchecha e claudinho? também não. estou considerando que alguma banda que não toque em formaturas para estudantes muito tristes deveria fazer covers de coldplay? claro que não. apenas estou dizendo que muito do que nós consideramos como decisões criativas terríveis do weezer foram apenas um misto de uma banda querendo expandir seus horizontes e uma base de fãs que esperava que eles não mudassem nunca.
então a minha visão é que o EWBAITE não é o melhor disco do weezer depois de pinkerton mas sim é o disco do weezer que mais se pareceu com o weezer que conhecemos no disco azul e no próprio pinkerton e isso faz com que a gente, que nunca quis que o weezer fosse diferente daquilo, ache que isso o torna melhor que todos os outros discos recentes.

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um segredo muito secreto que ninguém saiba sobre você

sempre que me perguntam o que eu comi e eu respondo "japonês" eu não estou me referindo a comida japonesa mas sim ao fato de que jantei apenas amendoim japonês.

Language: English