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Linda, Louca e Mimada.

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Linda, Louca e Mimada.
Comemos e conversamos mais um pouco. Mallu acabou pedindo um pedaço de bolo de chocolate, já que ela estava com tanta vontade de comer chocolate.
Logo, o atendente trouxe o valor total do nosso café da manhã.
— Deixa que eu pago a metade. — ela falou.
— Claro que não. — falei enquanto pegava o dinheiro.
— Mas...
— Sou cavalheiro, Mallu. — falei interrompendo ela. — Não deixaria você pagar.
— Sem essa, Renan. — ela disse. — Estamos no século 21, não vejo problema nenhum em dividir a conta. Foi-se o tempo que homens bancavam tudo.
— Faço questão. — falei sorrindo e entreguei na mão do atendente o dinheiro.
— Um minuto. — disse ele e foi pegar o troco.
— O.k. Só não me acostume tão mal assim. — brincou ela
— Só acho que ficarei falido mais rápido, você come muito. — brinquei.
Ela me deu um tapa de leve no braço.
— Sem graça. — falou fazendo cara de brava.
— Sabe que estou brincando. — falei enquanto dei um beijo em seu ombro.
— Eu sei. — disse ela. — Mas, falando sério, não sou como essas garotas que sonham em casar-se com alguém rico pra ficar bancando elas em tudo. Quero trabalhar também, ser alguém normal, e não uma dondoca.
— Então, se está dizendo isso é porque você quer casar um dia. — falei.
— Um dia... — ela disse. — Se alguém for louco o suficiente pra se casar comigo.
— Eu casaria com você.
— Você não teria medo? — ela perguntou sorrindo. — Sei lá, eu poderia surtar a qualquer momento.
Logo o atendente trouxe o troco e agradeceu pela nossa preferencia e saiu.
— Eu não tenho medo. — voltei ao assunto. — Não me importo com teu jeito.
Digo, se você é fria eu serei quente por nós dois. Não me importo com teu mau humor e nem quando você fica brava, se quer mesmo saber eu acho isso um charme. Adoro te ver toda bravinha. Você fica incrivelmente linda. Mas, faria o possível pra seus dias serem só de sorrisos. — ela sorriu nesse momento. — Também não me importo se você quiser ficar sozinha, digo, longe de mim, se quiser se mandar pra algum lugar porque está cansada de olhar pra minha cara, você poderia ir numa boa, porque eu sei que sou entediante.
— Você não é. — ela falou e eu sorri pra ela, pela gentileza.
— E, também, se você quiser falar um “obrigada” quando eu disser que te amo,também não tem problema nenhum. — falei.
Ela não disse nada, apenas se aproximou de mim e me beijou.
— Porque, você sabe, não é? — falei entre o beijo.
— O que? — ela perguntou também entre o beijo.
— Que eu te amo. — falei enquanto íamos reduzindo o beijo.
— Acho que sei. — disse e me deu um selinho.
— Eu te amo, Mallu. — agora eu estava olhando nos olhos dela.
Ela não disse nada. Apenas sorriu. Com aquele sorriso lindo que só ela possuía.

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Linda, Louca e Mimada.
Renan narrando
Acordei domingo cedo, e fui para o estacionamento esperar pela minha Mallu. Não demorou muito e ela chegou, estava linda com um vestido de alcinha branco e uma sandália preta. Percebi que ela estava meio sem jeito. Eu sabia que esse negócio de relacionamentos ia ser um pouco difícil para ela. Mas, eu teria toda paciência possível.
— Bom dia. — ela disse assim que chegou perto de mim.
— Bom dia, meu amor. — a peguei pelas mãos e a puxei pra perto de mim e a abracei. — Dormiu bem?
— Sim. — respondeu me olhando. — E você?
— Dormi muito bem, como não dormia há tempos. — respondi e dei um beijo rápido nela. — Vamos?
— Vamos. — ela disse.
Abri a porta do carro pra ela entrar e logo entrei também. Fomos para uma cafeteria. Pedimos dois cappuccinos e duas tortas doces.
— O que você fazia nos domingo, quando estava no Brasil? — perguntei a ela.
— Dormia. — ela disse.
— Só dormia? — perguntei a ela.
— Sim. — ela respondeu. — Eu sempre saía no sábado, na realidade, eu saia todos os dias e no domingo eu descansava.
— Nossa. — falei meio assustado — E isso era legal?
— Era. — ela disse apenas.
— E seu pai? Não falava nada?
— Meu pai era meio ausente. — ela disse. — Ele passava a maior parte do tempo ocupado com os negócios dele, trabalho, etc. Mesmo morando na mesma casa que ele, já passei dias sem vê-lo.
— E você é filha única, né? — comentei.
— Sim. — ela confirmou. — Eu passava a maior parte do tempo sozinha. O que me completava era as festas, drogas...
Não falei nada. Era meio doloroso ouvir aquilo, mas eu me manti forte perante ela.
— E você? — ela perguntou.
— Domingo lá em casa é uma bagunça só. — falei. — A família toda se reúne, sabe? Vó, tios, primos... Uma baderna. As, vezes, queria ficar sozinho, mas, era bom ver a cara de felicidade de todo mundo.
— Eu sempre quis ter família grande, natal em família...
— Nem no natal, Mallu?
— Eu jantava com meu pai, apenas nós dois em uma mesa enorme. Mas, nos últimos anos eu passava sozinha em algum lugar na rua, bêbada é claro.
— Olha, acho que você vai ter que começar a se acostumar diferente. — falei.
— Por quê? — ela perguntou.
— Porque vou ter que te arrastar pra minha casa e você vai ter que aguentar meus primos pestinhas.
Ela sorriu.
— Não precisa ficar com pena de mim. — disse ela olhando pra mesa.
— Não é pena. — falei e peguei em seu rosto delicadamente, fazendo-a olhar pra mim. — É só que, agora que te conheço, não terá graça nenhuma passar natal, ano novo ou qualquer festa se não tiver ao seu lado.
Ela ficou quieta, deu um sorriso fraco.
Eu sabia que ela embora gostasse muito de beber, se drogar, ela só queria um motivo para parar de fazer tudo isso. Sei que isso era vazio demais. E, talvez, ela estivesse cansada de ser tão vazia por dentro.
Nosso café da manha chegou.
— Até que enfim. — falei. — Estou morrendo de fome.
— Eu também. — ela disse.

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113

Linda, Louca e Mimada.
Agora elas me olhavam sorridentes.
— Algo me diz que ele vale a pena. — falei.
— Ai, que linda. — Giulia falou. — Finalmente, você tomou vergonha nessa cara né?
— E, eu desejo que vocês sejam muito felizes. — Louise falou. — Você merece minha amiga.
— Obrigada. — falei e ela veio me dar um abraço. Logo, Giulia nos abraçou ao mesmo tempo.
Continuamos conversando mais um pouco. Depois Louise foi tomar banho enquanto Giulia estava saindo do banho. Meu celular vibrou, olhei e tinha mensagem do Renan no wpp.
RENAN: Sei que você não gosta de romantismo, mas tenho que dizer, já estou com saudades. (:
RENAN: Amanha de manhã vou te levar pra tomar café fora. Chega de café no colégio, né? E, chega de vodka no café da manha também.
Dei um sorriso ao ler.
Mallu: Apoiado.
RENAN: Pensei que nem ia me responder. Você nunca me responde.
RENAN: É que estou cansada do café do colégio, sabe?
RENAN: Se eu soubesse já tinha lhe feito esse convite antes então. Hahaha
RENAN: Bobo.
RENAN: Linda.

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Linda, Louca e Mimada.
Mallu narrando
Estava deitada na cama, muito cansada por sinal.
Que dia...
Em minha mente vinha tudo que eu havia passado com Renan enquanto estávamos na praia. Que loucura. Eu havia cedido completamente hoje, eu me entreguei sem reservas e sem armaduras. E, simplesmente eu estava me sentindo bem. Não estava assustada, pelo contrario, eu estava gostando disso tudo, e embora eu estivesse com o mesmo medo de sofrer, eu queria arriscar. Nunca alguém foi tão longe por mim como o Renan. Homens apareciam sempre, de todos os tipos, de todos os jeitos, mas ninguém foi tão louco de suportar tanto como Renan suportou.
Eu, na realidade, sempre fui um desastre em forma de mulher. Bonita? Sim. Mas, eu sou muito confusa, perturbada e cheia de problemas. E, no meio do caminho todos os caras desistiam de mim. Diziam que eu era fria demais, e ninguém suportava isso. Na maioria das vezes, eu tratava os homens tão mal, que eles não aguentavam ficar perto de mim mais que dez minutos. Eu, nem reclamava, se ninguém conseguia ter paciência suficiente pra aguentar o meu pior, com certeza não mereciam meu melhor. Mas, não era o caso do Renan, e mesmo eu dizendo não pra mim mesma a todo o momento, cheguei a um ponto que eu estava começando a ter medo de perdê-lo pra sempre.
Giulia e Louise entraram no quarto rindo bastante e falando sobre algo que eu não estava entendendo nada.
— Olha quem está aqui. — comentou Louise.
— Hm. — falou Giulia. — A senhorita sumiu da festa sem avisar nada.
Olhei pra elas. Não sabia se contava o que tinha acontecido ou guardava pra mim.
— Engraçado que o Renan também sumiu, não foi? — comentou Louise.
Eu tinha que contar, elas já estavam se tocando e afinal, elas eram minhas melhores amigas.
— Saímos juntos da casa do George. — falei. — Querem saber mais?
— Lógico. — Louise agora sentava na beira da minha cama.
— Ai minha mãe, não acredito. — Giulia brincou.
Dei uma risada baixa.
— Bom... — comecei a falar — Eu me fingi de bêbada, e ele pensou mesmo que eu estava bêbada e me levou embora, porque falei que eu estava passando mal. Depois fomos para a praia. E, ficamos lá.
Louise ria. Giulia parecia não acreditar, mas acabou rindo também.
— Maria Luiza, você não existe. — Louise falou. — Cara, você ficou com ele se fazendo de bêbada?
— Eu melhorei uma hora né? — falei. — E, ele foi todo atencioso comigo, não queria ficar comigo por que eu estava bêbada.
— Awn. — Giulia toda bobona.
— No final das contas, acho que estou abrindo meu “quase coração”.

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111

Linda, Louca e Mimada.
Eu aproveitei cada minuto ao lado dela, naquela noite na praia, mas estava começando a fazer frio, e estávamos molhados. Levei-a para o colégio e depois fui para a casa do George para pegar algumas coisas que eu havia deixado por lá. Manuella ainda estava na festa e quando me viu, veio direto falar comigo.
— Onde você estava? — ela perguntou.
— Fui levar a Mallu no colégio. — respondi. — ela estava passando mal.
— Entendi. — ela disse indiferente.
— Estou voltando, quer ir ou vai ficar por aqui? — perguntei.
— Vou ficar. — ela respondeu. — Espero que você saiba o que está fazendo, Renan.
Olhei pra ela e sorri de lado.
— Eu tô indo, fica bem. — falei e peguei uma bolsa que eu havia deixado na casa e sai de lá.
Cheguei ao colégio e fui para meu quarto. Tomei um banho demorado e depois deitei na cama. Peguei o celular e mandei mensagem no wpp para Mallu.

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110

Linda, Louca e Mimada.
— São sim. — ela disse.
— Mas, você sabe que é mais linda que elas, né?
— Deixa de ser bobo. — ela falou.
— Estou falando a verdade. — falei.
Ficamos em silencio alguns minutos. Ainda estávamos olhando para o céu, que agora estava mais escuro e iluminado pelas estrelas. E, Mallu ainda estava em meus braços.
— Posso te perguntar uma coisa? — perguntei a ela.
— Tipo, o quê?
— Responde primeiro se você vai responder a minha pergunta.
— Não é justo.
— Sim ou não, Mallu?
— Só porque estou curiosa, sim, pode perguntar. — ela falou.
— De zero a dez, quanto você gosta de mim? — perguntei preparado para uma Mallu com raiva, e dizendo que queria ir embora só pra fugir de falar sobre seus sentimentos ou a falta deles. Ela ficou calada por um tempo.
— Você é muito chato, Renan. — ela falou.
— Não pode fugir. — falei. — Você disse que falaria.
— Tudo bem... — ela ficou quieta um instante. — Gosto o suficiente pra estar deitada no seu ombro agora.
Sorri quando ela terminou de falar... Foi o maior sorriso que já dei em tempos. Não consegui falar mais nada. O que ela havia dito já bastava pra mim. Ela gostava mesmo de mim. E, mesmo sem dizer com todas as letras, agora eu sabia.

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109

Linda, Louca e Mimada.
Assenti e a levei para a beira da praia. Ela se sentou. Logo sentei ao seu lado.
Eu a olhava. Queria tanto entrar em seus pensamentos e saber o que se passava dentro dessa cabeça.
— Porque você não faz alguma merda, digo, porque você não beijou o Bruno na minha frente hoje? — agora ela me olhava — Ou sei la, transa com alguém e me diz depois como foi os detalhes. Sério, faz alguma burrada bem grande, algo que me deixe com muito ódio de você. Pra ver se assim eu paro de sentir esse amor absurdo por ti.
Ela continuava me olhando. Nem sei se ela estava consciente o suficiente pra ter entendido o que falei. Espero que não mesmo. Ela, delicadamente, encostou seus lábios nos meus como resposta. Voltamos a nos beijar, agora era um beijo calmo. Ela segurou firme suas mãos em meu pescoço e eu coloquei minha mão em sua cintura enquanto a outra apoiava o chão. Como era bom ter seus lábios nos meus, sentir sua boca, sua língua, sentir suas mãos firme segurando e acariciando meu cabelo. Numa sintonia só, nos deitamos na areia, fiquei por cima dela mais sem colocar meu peso todo nela, acabamos transando. Era inevitável que isso acontecesse. E, no final, quando estava saindo do transe, senti-me um pouco mal por ter achado tudo tão perfeito e não saber se ela estava mesmo querendo ou só quis por estar bêbada. Ela estava sentada agora e eu estava deitando ainda.
— Esta se sentindo melhor? — perguntei a ela.
Ela me olhou e assentiu. Sorri de lado pra ela.
— Quer ir embora? — perguntei.
— Não. — ela falou ainda me olhando. — Quero ficar aqui... Com você.
— Você não está bem então. — falei sorrindo e ela sorriu também, mas se virou pra frente.
Estava quase escuro. Já dava pra ver algumas estrelas no céu. Fiquei observando as estrelas, e Mallu veio para o meu lado e se deitou colocando sua cabeça em meu ombro.
— Lindas, não é? — falei me referindo as estrelas.

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107

Linda, Louca e Mimada.
Ela realmente não estava bem. Estava fazendo o que eu queria e estava falando pouco. Mallu costumava falar bastante. E sempre mandando e reclamando de algo. Mas, agora, era uma versão diferente da Mallu. Claro, que eu não ia tirar proveito disso. Só queria ver ela bem.
Sentei na areia e eu ia ajuda-la a se sentar também, mas ela acabou largando de minha mão e foi em direção ao mar. Logo, tirou sua blusa e ficou de short e a parte de cima de seu bikine.
— Mallu! — a chamei. — Não entra no mar, não.
Fui até ela e tentei traze-la de volta.
— Me deixa. — murmurou ela. Essa era a Mallu que eu conhecia.
Droga. Ela estava entrando no mar. Acabei por ir atrás dela. Ela entrou na agua e mergulhou. Entrei na agua para alcança-la. Quando ela apareceu à vista veio uma onda que a empurrou. Eu acabei sendo empurrado também. Mas, consegui chegar perto dela e a puxei pra perto de mim. Ela estava bem.
— Caralho. — murmurei. — Faz isso comigo não, Mallu.
— Eu tô bem, já disse. — ela falou. Mas, em seu olhar dava pra ver que ela não estava nada bem.
— Vamos embora. — pedi.
Ela ficou me olhando. Ficamos assim por uns 5 segundos. Vi que seus olhos vieram para meus lábios.
— Me beija, Renan. — ela disse agora olhando em meus olhos.
Merda, senti uma vontade absurda de beijar ela agora. Mas, ela estava bêbada e eu não podia fazer isso com ela.
— Mallu... Olha pra você... Só está falando isso porque você esta bêbada. — falei. — Se eu te beijar agora, você vai lembrar amanha e vai querer me matar.
— Não quer me beijar? — ela falou e agora sua boca estava passeando pelo meu pescoço.
Aí era golpe baixo. Eu já estava louco de vontade e ela ainda vem beijar meu pescoço. Ah, Mallu... Ela pousou sua boca próxima a minha agora. Eu não tinha forças pra resistir. Acabei beijando-a. Ficamos alguns minutos nos beijando, só paramos quando uma onda veio para cima de nós, mas eu segurei-a firme. Agora estava nos olhando.
— Vamos sair daqui. — ela pediu.

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106

Linda, Louca e Mimada.
Que merda.
Me sinto o cara mais otário do mundo agora.
Olhei pra frente. Encostei a cabeça no acento do carro. Eu era um otário e babaca sim. Porque, se eu não tivesse a conhecido, talvez eu teria esquecido minha ex namorada e continuaria vivendo normalmente, sem muitas emoções. Ficaria com alguma garota quando eu tivesse vontade e logo voltaria para o Brasil com paz no meu interior. Mas, não era o que eu sentia. Eu estava arruinado. Nem força pra ir embora eu tinha. Digo, pois eu havia recebido uma proposta irrecusável pra trabalhar pra um empresário no Brasil. Era a chance da minha vida. De ir para uma faculdade e de ajudar minha família. Eu ainda não tinha respondido por que estava em duvidas. Mas, o grande empresário que me solicitou essa vaga de emprego, me deu algumas semanas para pensar em uma resposta. Era sim ou não. Se eu dissesse sim, logo teria que voltar para o Brasil e deixar Mallu para sempre.
Eu sabia que não ia adiantar em nada ficar, Mallu não me queria e nunca iria querer. Mas, eu estava dividido. Que droga.
Senti Mallu se mexendo ao meu lado e abri os olhos para vê-la. Ela estava acordando.
— Mallu? — a chamei.
— Acho que vou vomitar. — ela estava abrindo a porta do carro e saltou para fora. Saí de imediato e fui ver se ela estava bem. Ela ficou parada com a cabeça baixa e as mãos em seu joelho. Nada aconteceu. Ela voltou a ficar ereta e encostou-se no carro, estava tonta ainda.
— Acho melhor a gente ir em uma farmácia e comprar um remédio pra você. —falei.
— Não. — ela choramingou. — Eu to bem.
— Você não está nada bem.
— Sim. — ela estava com a voz fraca.
— Vem, vamos sentar na beira do mar. — falei pegando em sua mão e ela acabou me seguindo.

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105

Linda, Louca e Mimada.
— Você não pode ir pra escola desse jeito, não tem ninguém la pra cuidar de você. — falei mais pra mim mesmo do que pra ela. Eu precisava decidir o que fazer.
— Não quero ir pra escola. — ela reclamou com uma voz sonolenta.
— Vou te levar em um lugar pra passar a tontura, pode ser?
Ela não respondeu. Pensei em ir para uma lanchonete, mas as pessoas iriam achar estranho o jeito dela e poderia pensar que eu havia drogado ela, nunca se sabe. Então, fomos para a praia. Havia uma prainha um pouco perto da escola. Ela ficava praticamente deserta todo o tempo. As pessoas aqui na Suíça não costumavam frequentar a praia como as pessoas no Brasil. Não demorou muito e já estávamos lá. Não desci de imediato e olhei pra ela que estava com os olhos fechados. Acho que havia dormido. Será se ela usou alguma droga? Eu nunca sei o que Mallu tinha, pois não conhecia muito desse assunto. Fiquei observando-a.
A algumas horas atrás, na casa do George, eu havia dito que ia ser igual a ela, que iria controlar meus sentimento e ignorar ela do mesmo jeito que ela fazia comigo. E, olha só onde eu estou. Acabei trazendo a garota dos meus sonhos dentro do meu carro porque simplesmente não consegui ver ela naquele estado e não ajuda-la. Essa coisa de orgulho e dignidade nunca combinou comigo mesmo. Eu sabia que quando ela ficasse boa, tudo iria ser igual a antes. Ela voltaria ser a mesma Mallu amarga de sempre. Mas, olhando assim pra ela, vendo ela com os olhinhos fechados estava tão linda, mesmo que ela estivesse com cheiro de cigarro eu nem estava me importando, eu estava com cheiro de cerveja também. Se ao menos ela pudesse me corresponder eu nem me importava em conviver com o lado frio e amargo dela, nem o fato de ela não gostar de falar de sentimentos. Eu aguentaria numa boa. E ainda sim, ela seria a melhor coisa que me aconteceu em toda a minha vida. Mas, já parei pra pensar sobre isso, eu nem sou o tipo da Mallu. Digo, eu não tenho dinheiro, não sou interessante e às vezes me acho um pé no saco. Tenho esse lado romântico que é quase raro nos homens hoje em dia e deve ser por isso que ela me detesta. Perco as palavras facilmente e principalmente quando estou perto dela. Ela deve pensar que sou sem conteúdo. Não sei dizer bem, só sei que acho que ela mereça um cara que nem o garoto novato do Camaro branco. Rico, boa pinta e futuramente será bem sucedido. Alguém que dará tudo que a Mallu merece.

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104

Linda, Louca e Mimada.
Renan narrando
Tinha subido para ir ao banheiro. Eu já estava com vontade de ir embora. Até estava me divertindo, mas, não dava pra estar no mesmo lugar que Mallu e não poder falar com ela. Ao menos ela havia se afastado daquele filhinho-de-papai. Porque, se ela ficasse mais um pouco se esfregando nele, eu ia acabar deixando com que minha mão esmurrasse a cara dele.
Já estava quase saindo do banheiro quando ouvi alguém do outro lado da porta.
— Droga. — disse ela. — Até esse banheiro está ocupado.
Estava um pouco fraca a voz, por causa do barulho do som. Mas, impossível eu não reconhecer a dona dessa voz. Era Mallu. Eu já ia abrir a porta, acho que ela estava apressada pra usar o banheiro, já que o de baixo estava ocupado e por esse mesmo motivo eu havia subido. Logo, ouvi-a encostar-se na porta como se estivesse se jogado. Será se ela estava bêbada? Resolvi abrir imediatamente. Ela estava mesmo largada na porta e quase caiu para trás quando eu abri, mas tive o cuidado de abrir bem devagar.
— Ei, vai me derrubar. — ela disse com a voz estranha.
— Cuidado. — falei e ela já tinha se afastado completamente.
Fiquei olhando pra ela por um instante. Ela estava mesmo bêbada. Seus olhos estavam semi-fechados.
— Sai da frente. — me empurrou um pouco para o lado e entrou no banheiro.
Fechei a porta pra ela que nem ao menos tinha tido capacidade de fechar. Eu não podia deixar ela sozinha então fiquei esperando ela do lado de fora.
— Me chama qualquer coisa. — falei pra ela.
Não sei se ela me chamaria se precisasse. Mas, queria que ela soubesse que eu estava ali.
— Renan? — ouvi ela me chamar uns minutos depois .
Abri a porta na mesma hora. A encontrei escorada na parede, abraçando seus joelhos. Entrei no banheiro e tranquei a porta, logo me abaixei e fiquei ao lado dela.
— Você não está bem, não é? — perguntei a ela.
Ela balançou a cabeça negando.
— Vou te levar embora daqui, ok?
Agora ela balançou positivamente.
— Vem. — peguei ela pela mão e a ajudei se levantar. Seguimos para a porta da frente e ninguém nos viu saindo. Chegamos em meu carro que estava estacionado do lado de fora. Abri a porta pra que ela entrasse. Ela estava quieta, como se estivesse prestes a cair num sono profundo, estava tonta e andava em desordem. Ela entrou e fechei a porta. Corri para o outro lado e entrei também.

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103

Linda, Louca e Mimada.
— Mas, você não é burra. — ele disse. — Você é a garota mais inteligente e esperta que eu já conheci na minha vida. E, se eu não te amasse tanto, como uma irmã, eu seria mais um babaca no mundo que está apaixonado por você.
Olhei pra ele pensativa. Sorri de lado com o que ele tinha dito. Eu também amava Edu. Mas, não iria falar. Eu te amo era uma palavra forte demais e eu não conseguia pronuncia-la de forma nenhuma.
— Olha, o Renan entrou na casa. — ele disse. — Porque não vai dar uma passeada lá dentro também?
Fique alguns segundos pensando.
— Ai, Edu... Odeio você. — ele acabou me convencendo e criei coragem pra fazer o que ele tinha dito. Me levantei, dei um beijo em seu rosto pra demonstrar meu carinho pro ele. Fui em direção a casa. Eu estava estranhamente nervosa. Sentia que meu coração fosse pular pela boca. Certifiquei-me que Manuella estava do lado de fora e não com ele. Entrei na casa e vi que ele não estava na sala. No banheiro havia saído uma garota e logo suspeitei que ele tinha ido para o banheiro do andar de cima. Subi as escadas e procurei não pensar muito senão eu desistiria. Logo, sabia que eu teria que ao menos fingir que eu estava bêbada, por que se eu me arrependesse eu poderia colocar a culpa na bebida. Quando cheguei no andar de cima fui até o banheiro e vi que ele estava ocupado.
— Droga. — falei um pouco alto pra que ele pudesse me ouvir. - Até esse banheiro está ocupado.
Escorei na porta e fiz um barulho ao me encostar. Ele iria saber que era eu e pela batida que dei na porta, dava pra ao menos ele saber que eu estava fora de mim.

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102

Linda, Louca e Mimada.
— Se você acha que não consegue é melhor ficar bem longe mesmo, e não continuar ficando com ela. — falei.
Ele tomou outro gole da garrafa dele e voltou a olhar pra Giulia.
— Mas, esse sorriso dela... — ele estava sorrindo ao dizer. — Me contagia. E me deixa louca. Te juro, já perdi algumas horas do meu dia pensando nesse sorriso.
— Você esta na merda.
— Por quê?
— Você esta apaixonado, seu idiota.
— Mas, como estou na merda? Pensei que ela não era “problema”.
— Não é ela o problema, se apaixonar já é um problema em si.
— Ah, entendi. Droga. Mas, acho que vai passar. Sei lá.
— Talvez, meu amigo. — agora eu era quem olhava pra Renan.
— Porque você não vai falar com ele?
Merda. Ele me pegou olhando pro Renan. Me senti envergonhada. Nossa, que raiva, era quase impossível eu me envergonhar com algo.
— Hm? — me fiz de desentendida.
Ele riu.
— Ta rindo de quê? — perguntei brava.
— Você também está na merda.
Fiquei muda. Que raiva. Eu não conseguia nem negar isso. E, acho que ele tinha razão.
— Não sei, Edu.
— Eu jurava que você ia negar. — ele disse. — Mas, um “não sei” já é um bom começo.
— Você não tem ideia de como estou apavorada. — falei.
— Apavorada?
— Eu costumava saber o que eu estava fazendo, costumava controlar cada átomo do meu ser, cada passo que eu dava, cada palavra que saia de minha boca. E, agora algumas coisas fugiram do meu controle. E, isso me dá um medo absurdo. E, não estou disposta a sentir medo.
— Porque você complica tanto, Mallu? — disse ele. — Na boa, se eu fosse você se dava uma chance. E para de ser homem uma vez na sua vida, e seja um pouco mulher, caralho!
— Mulher é burra quando o assunto é relacionamento.

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faz um resuminho de onde você tinha parado? <3

Eu até poderia fazer, só que eu perderia um bocado de tempo.. =/
Bom, eu acho que quem tiver um pouco perdido na historia
é só ir la pro cap 1 e ir lendo
só que assim vc nao vai ler tudo, vc vai passando por cada parte e o que você for lembrando você vai pulando
deixa pra ler as partes mais importantes, e as menos importantes vc vai pulando
é uma leitura bem resumida.
Eu sempre faço isso quando quero reler uma historia

101

Linda, Louca e Mimada.
Mallu narrando
Finalzinho de tarde, havíamos comido churrasco, alias, eu não tinha comido, estava sem apetite. A festa ainda continuava a todo gás. Eu já tinha parado de beber faz tempo, mas ninguém havia percebido, achavam até que eu já estava bêbada. Louise estava chapada, dançava na beira da piscina enquanto Caíque conversava alguma coisa com um garoto da escola ao mesmo tempo em que observava Louise. Giulia acompanhava Louise na dança e eu estava ao lado delas também, porém, estava fumando meu cigarro e mexia meus ombros lentamente no ritmo da musica. Eu estava com meus óculos de sol, o que me permitia olhar pra qualquer pessoa sem medo. Observei Renan várias vezes também, mas ele estava se divertindo ao lado de Manuella. Eu sentia vontade de ir falar com ele, de tira-lo de perto daquela garota, mas meu orgulho falava mais alto. Ele não ousou em beijar ela. E, eu já estava acreditando mesmo que ele não tinha nada com ela. Agora ele estava olhando pra mim. Mas, eu estava disfarçando muito bem e não dava pra ninguém saber que eu estava olhando pra ele.
Aquele olhar dele me deixava bamba. Aposto que ele pensa que eu não devo estar nem aí pra ele.
Coitado, mal sabe que se eu pudesse já teria agarrado ele na frente de todo mundo. Mas, não faria isso nem aqui e nem na china.
Merda. Estou mesmo tendo todos esses pensamentos? Que droga. Esquece isso, Mallu. Esquece enquanto é tempo.
Peguei uma cerveja, só pra não ficar com a garganta seca e tomei um gole. Eduardo agora estava ao meu lado. Olhei pra ele e dei um sorriso.
— O que você acha? — ele perguntou.
— Ham?
— Sobre ela. — ele perguntou olhando pra Giulia.
— Acho que ela não é pro teu bico.
— Nossa, valeu, Mallu. — ele disse fazendo cara feia pra mim.
Dei outro gole na cerveja.
— De nada. — ironizei. — Você sabe que tô falando sério.
— Do mesmo jeito que o Renan não te merece, né? — ele perguntou.
Encarei-o.
— Da mesma forma. — admiti.
— Você é idiota de não arriscar. — ele falou. — Um dia, quando você quiser dar um basta nesse teu lance de desapego, você pode não achar um cara como o Renan.
— E você é idiota também. — falei. — Mas, é melhor você ficar longe dela. Porque se tu quebrar o coração dela, vou ser obrigada a quebrar sua cara.
— Você me dá medo, Mallu. — ele disse. — E, não estou brincando. Mas, eu não pretendo brincar com ela, e não é a toa que eu deixo claro quem eu sou e não finjo nada. Eu, até curto ficar com ela, mas não sei se eu dou conta, sabe?

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100

Linda, Louca e Mimada.
Bruno estava conversando com Victoria. Mallu viu aquilo e aproveitou a deixa para ficar longe dele. Procurou também não olhar para Renan.
Mallu avistou Eduardo na beira da piscina conversando com uma garota. A mesma que ele estava conversando a horas. E, Mallu sabia que Giulia estava começando a gostar de Eduardo, mesmo sabendo que ele não prestava. Mas, Giulia não sofria, afinal, sabia que sofrer por ele era em vão. Ela havia colocado em prática todas as dicas de Mallu com relação ao desapego.
— Giu? — Mallu chamou-lhe.
Giulia olhou para ela. Mallu fez uma cara de quem iria aprontar uma e Giulia ficou lhe observando. Logo, Mallu pegou um copo com uma bebida vermelha na mesa, olhou pra Giulia de novo, deu uma piscada e, então se dirigiu até a beira da piscina. Quando estava por trás de Eduardo e a tal garota, Mallu fingiu que havia tropeçado e derrubou todo aquele liquido vermelho nas costas da moça. O que fez sua blusa ficar toda manchada e molhada.
A garota deu um grito histérico na mesma hora e se virou para ver quem havia feito isso.
— Olha o que você fez comigo, garota. — ela olhava incrédula para Mallu.
— Desculpa. — Mallu fingiu. — Eu tropecei. Foi sem querer.
— Merda. — a garota estava furiosa. — Eu nem trouxe outra roupa.
Eduardo encarava Mallu. A garota saiu às pressas. Mallu olhou para Eduardo e se segurou para não rir, mas acabou soltando uma gargalhada.
— Você fez de proposito, não foi? — ele perguntou.
— Eu? — dramatizou ela. — Jamais faria uma coisa dessas.
Mallu novamente pressionou seus lábios para não rir.
— Idiota. — Edu falou rindo também e rapidamente pegou Mallu no colo e pulou na piscina com ela.

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99

Linda, Louca e Mimada.
— Você sabe que é verdade. — disse Louise. — Eu te conheço, Mallu.
Mallu ficou quieta um pouco. Ela não conseguia mais esconder o que de fato estava acontecendo. Seus olhos estavam querendo encher de lágrimas, ela respirou fundo.
— Que merda. — Mallu tentava não chorar. — Você esta com razão dessa vez.
— Estava na cara, né, Mallu?
— Eu tô com raiva do Renan, tô com ciúmes dele mesmo. — confessou Mallu. — Era isso que você queria ouvir?
— Melhorou agora.
— Mas, não vou me acertar com ele, nem me peça isso. Até porque eu não fiz nada de errado, ele que...
— Ah, quanto a isso, ele disse que não aconteceu nada. — Louise disse interrompendo ela.
Mallu forçou uma risada.
— Jura? - disse Mallu com sarcasmo. - E você acreditou?
— Eu acho que ele não mentiu. — disse Louise. — Ele contou pra mim e pra Giu, que a Manuella foi para o quarto dele sem avisar nada e ao chegar lá se declarou apaixonada por ele.
— E ele correspondeu, pelo visto.
— Pelo contrário. — disse Louise. — Ele disse que te amava e que não ia desistir de você e por isso ele não podia ficar nem com a Manuella e nem com ninguém.
— Se é verdade ou não, já não importa. — Mallu disse e as lagrimas insistiram em voltar para seus olhos. Ela respirou fundo e tentou conte-las.
— Eu não vou atrás dele e não me diz que é orgulho besta. Eu fui atrás daquele infeliz outras vezes e engoli todo meu ego, quebrei minhas regras pra tentar ficar bem com ele e só quebrei a cara. Então, o esforço que fiz foi todo em vão. Agora não dá mais, entendeu? E, eu continuo com minhas neuras, continuo com meus medos... Mas, também penso que, se não deu certo até agora é porque não era pra ser.
— Vocês se gostam, Mallu. — Louise disse e nesse momento escorreu uma lágrima do rosto de Mallu. — Vocês tem que ficarem juntos.
Mallu não respondeu. Apenas abaixou seu olhar e tentou conter suas lágrimas que insistiam em cair. Logo que conseguiu manter-se calma de novo, foi até o espelho para conferir se estava tudo certo com sua aparência.
— Vamos voltar pra lá? E não se preocupa que não vou cometer a burrada de ficar com o Bruno. — Mallu sorriu fraco para a amiga.
Louise assentiu e elas voltaram para a área externa da casa.

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98

Linda, Louca e Mimada.
Agora era Mallu quem estava começando a sentir ciúmes dele. E, é claro que ela não iria deixar barato. Aproximou-se ainda mais de Bruno e ficou de costas pra ele, deixando que seus corpos ficassem colados, isso estava provocativo demais. Seu olhar cruzou com o de Renan, e ele para descontar, puxou Manuella para mais perto dele e segurou em sua cintura. A situação estava piorando. Era um jogo de provocações que ninguém sabia onde iria terminar. Giulia havia percebido o que estava acontecendo e fez um gesto chamando Louise.
— O que foi amiga? — perguntou Louise.
— Loui, olha isso. — disse Giulia — A Mallu e o Renan tentando fazer ciúmes um para o outro. Tira ela de lá antes que ela faça alguma merda.
— Melhor mesmo. — confirmou Louise.
Ela foi até Mallu.
— Vem comigo no banheiro, amiga.
— Chama a Giulia. — disse ela.
— Preciso de você. — Louise disse. — Vem logo.
E as duas foram para o banheiro. Ao chegar lá, Louise olhou para Mallu.
— Você está bêbada? — ela perguntou a Mallu.
— Claro que não. — respondeu. — Estou bem longe de ficar bêbada...
Louise ficou calada, tentando pensar em algo pra falar.
— Espera você me chamou aqui pra isso? — Mallu pareceu irritada.
— Não. — Disse Louise ainda sem saber o que dizer.
— Então o que você quer?
— É que... Bom, eu ia te dizer... Que eu... Não, espera...
— Não me enrola, Louise.
— O.K. Não consigo mentir pra você. — ela disse. — Você. Renan. Aquela cena toda. Te livrei do pior. É isso.
— O quê?
— Fala sério, Mallu. Mais alguns minutos você estaria aos beijos com aquele garoto só pra fazer ciúmes pro Renan.
— Você esta louca, Louise? — disse Mallu tentando fugir do assunto. — Na boa, eu tô achando que você é quem tá bêbada.

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97

Linda, Louca e Mimada.
(sem narrador)
Sol, piscina, bebidas e musica alta. Este era o sábado da turma do ultimo ano do Alpha Phy School.
Mallu já estava ficando “leve e alegre” por causa da bebida, Rebab, por outro lado, bebia mas não conseguia se divertir.
Mallu queria lhe fazer ciúmes e por isso estava perto de Bruno e mostrava-se indiferente também. Essa “brincadeira” estava dando resultados positivos, pois Renan tinha comido a isca e estava muito enciumado. Bruno estava adorando a situação, gostando da companhia de Mallu, ele ficava mais próximo dela e até arriscava pegar em sua cintura quando ia falar algo em seu ouvido. Mas, aí já era demais para Renan que não se aguentou mais e saiu de perto. Dirigiu-se para o interior da casa. Ficou um bom tempo sentado no sofá, só levantou para pegar outra bebida, mas logo retornou e continuou ali sozinho. Manuella sentiu falta de Renan e viu que ele não voltou logo e foi procura-lo. Ao encontra-lo, foi para o seu lado e se sentou no sofá também.
— Porque você não está se divertindo igual a todo mundo? — perguntou Manuella assim que se sentou.
— Eu já estava indo pra lá. — Ele lhe respondeu.
— É sério, Rê... Não deixa ela te abalar não.
Ele ficou quieto.
— Queria saber que poder mágico a Mallu possui pra ter te enfeitiçado desse jeito. — Brincou Manuella.
Renan forçou um sorriso.
— Se não fosse ela, eu ficaria com você. — Ele falou. — Você é uma garota linda, meiga, interessante, mas...
— Mas, eu não sou a Mallu. — disse Manuella interrompendo ele.
Renan não disse nada, somente deu um sorriso fraco.
— Pra e falar a verdade, eu não sei o que você viu nela. Sério. Eu já a observei. Ela é ignorante com quase todo mundo, grossa e ainda é viciada em cigarros e álcool. E sem contar que ela te trata mal, né? Tem algo de bom nessa garota?
— Ela é a melhor pessoa que eu já conheci. — Renan respondeu. — Embora ela tenha esse temperamento difícil, a Mallu é uma garota incrível. Eu nunca vi alguém que não tem nem motivos, mas mesmo assim se preocupa com a dor dos outros. E, ela tem esse lado exótico de falar qualquer coisa que pensa sem se importar se vai ofender alguém ou não, mas ela é verdadeira e odeia falsidade.
— Isso é sério? — perguntou Manuella. — Mas, se ela se importa com a dor dos outros porque ela te faz sofrer?
— Ela me machuca pra não se machucar, entende?
— Acho que sim. - ela respondeu.
— Droga.
— Que foi?
— Estamos mesmo falando da Mallu?
Manuella deu uma risada.
— Isso tem virado nosso assunto preferido, não é?
— Então, já chega. — ele disse — O que você acha de irmos para fora e se divertir um pouco?
— Eu acho uma ótima ideia.
— Então, senhorita, me dê a honra de dançar com você? — perguntou Renan gentilmente.
— Claro que sim. — ela respondeu.
Ele segurou em sua mão e a levou para fora. Mallu viu os dois saindo de mãos dadas. Renan largou a garrafa de cerveja que estava em suas mãos e começou a dançar com Manuella.

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96

Linda, Louca e Mimada.
— Você conseguiu esquecer sua ex, lembra? — disse ela. — Vai conseguir esquecer Mallu também.
— Não sei se consigo. — falei. — Na realidade, não sei se quero esquecer ela.
Foi nesse exato momento que Mallu entrou no meu quarto. E, eu sabia que ela iria pensar o pior. Não podia culpa-la. Até eu poderia pensar besteira se estivesse no lugar dela. Até tentei ir falar com ela, mas, ela friamente, disse que não estava se importando com nada, mas eu sabia que, se eu tinha alguma chance com ela, tudo havia se acabado naquele momento.
Continuei bebendo e agora tinha que assistir Bruno perto de Mallu, falando algo em seu ouvido e ela retribuía com risadinhas. Eu apertava minha mandíbula com tanta raiva que eu estava sentindo. Outro gole na vodka. Mas, agora me sentei. E ao meu lado estava Giulia, quietinha como sempre.
— Cadê o Eduardo? — perguntei a ela. — Pensei que vocês estavam juntos.
— Olha lá. — disse ela. Segui seu olhar e vi Eduardo conversando com uma garota da outra turma. Se eu bem o conhecia, ele estava flertando com ela.
— Eduardo sendo Eduardo. — ela disse.
— Não liga não. — falei. — Olha lá a Mallu. Estamos na mesma.
Ela olhou para Mallu, que estava logo a nossa frente.
— A Mallu só está te provocando. — disse ela. — Ignora e não entra na onda dela.
— Quase não estou conseguindo. — falei. — Minha vontade é de ir lá e arrancar ela dos braços dele.
— Isso só faria ela te achar um imbecil.
— Eu sei. — falei. — É por isso que eu estou aqui, na minha só bebendo essa porcaria e assistindo ela nos braços de outro.

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95

Linda, Louca e Mimada.
Renan narrando
Eu nem sabia que eu podia sentir tanto ciúmes de alguém assim. Minhas antigas namoradas sempre tentava provocar ciúmes em mim, mas nunca conseguiram me deixar dessa forma, do jeito que eu estava agora. Me mordendo de ciúmes, querendo socar a cara de alguém pra aliviar tudo isso. Com Mallu era tudo tão diferente e eu cada vez mais descobria um turbilhão de sentimentos que eu nem pensava ser capaz de sentir. Eu estava bebendo e ela estava dançando lindamente, mas, com certa maldade em seu olhar. Que droga. Como eu queria estar ao lado dela agora. Mas, eu não podia. Ela estava querendo distancia de mim. Tenho certeza que ela pensa que fiquei com a Manuella, ontem no meu quarto. E agora, pra descontar toda essa raiva ela estava dançando e bebendo livremente, e ainda tinha aquele babaca do Bruno, que a olhava com desejo. Parecia até babar olhando para ela.
Que merda, eu estava cheio de ciúmes.
Voltei a dar mais algumas goladas em minha bebida.
— Vai com calma, Rê. — ouvi Manuella falar.
— Eu tô bem. — falei apenas.
Manuella era uma boa moça e sabia de toda a minha historia com Mallu. Mas, mesmo assim ela havia se declarado pra mim, ontem quando estava em meu quarto.
— Eu sei que não serei correspondida. Mas, preciso que você saiba: eu estou apaixonada por você. — foi o que ela me disse.
— Eu nem sei o que te dizer. — foi a única coisa que consegui falar. Eu não queria magoa-la e ela nem merecia estar sentindo nada por mim. Eu era incapaz de retribuir esse sentimento por ela. Eu só tinha olhos para Mallu e mais ninguém. Mas, eu tinha que ser sincero com Manuella.
— Eu sei que é por causa da Mallu. — ela disse.
— Sim. — confirmei. — A gente não manda no coração, não é isso que falam? E, a Mallu dominou toda a parte do meu ser. É loucura isso, eu sei. Deixá-la fazer o que quiser comigo e não ter forças pra resistir. É algo que não consigo controlar.

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94

Linda, Louca e Mimada.
— Cadê o Fabrício? — perguntou ela.
— Eu tenho que saber? — perguntei. — Não sou a mãe dele não.
— Só fiz uma pergunta, sua grossa. — ela disse. — Afinal, era pra voce vir com ele né?
Sorri ironicamente pra ela.
— Vamos entrar, estou a fim de beber.
— E quando é que você não está com vontade? — ironizou ela.
Entramos e logo fomos para a parte externa de trás da casa, onde havia uma piscina enorme, tinha alguns sofás e uns pufes no chão também para quem quisesse sentar. Vi Eduardo com Caíque e Louise e fomos até ele.
— Demorou, hein? — murmurou Louise.
— Fique feliz por eu ter chegado. — brinquei.
Bruno estava passando na hora.
— Se quiser pode ficar por aqui. — falei pra ele.
— Agradeço. — disse ele. — Estou sem nenhuma turma mesmo.
Sorri pra ele. Logo passou duas meninas e cumprimentou ele. Elas estavam dando em cima dele na maior cara de pau. Então percebi que ele estava sendo bem disputado. Lindo, charmoso, educado e disputado entre as garotas, combinação perfeita para esse dia, quem sabe? Talvez. Voltei meu olhar para Eduardo.
— Vodka? — perguntou Edue me oferecendo a garrafa que estava em sua mão.
Estiquei minha mão pra ele e ele me deu a garrafa. Virei a mesma e dei uma golada. A vodka desceu queimando em minha garganta, mas fui com calma dessa vez e não bebi de novo. Devolvi a garrafa pra ele. Não demorou muito e Renan chegou com Victoria e Manuella e eles ficaram junto com a gente.
— Atenção todo mundo.. — ouvi alguém falar. Todo mundo olhou pra ver quem era e era George, que havia subido em cima de uma mesa. — Já está todo mundo aqui, vou trancar os portões e vou ligar o som no ultimo volume e vamos começar nossa festa, pode crer?
Todo mundo deu uns gritinhos como em resposta.
— Começa porra! — ouvi alguém gritar.
Agora o som já estava bem alto, mas não tão alto que não desse pra conversar e a pessoa te ouvir. E a galera estava animada e super empolgados. E eu queria diversão, apenas. Queria esquecer qualquer assunto que tivesse Renan no meio. Ele agora estava bebendo. E ele nem bebe. Mas, estava la com uma garrafa na mão e conversando com Manuela. Merda. Nossos olhares se encontraram, mas dessa vez não desviei, continuei olhando. Encarando mesmo. Como uma mãe que olha o filho fazendo alguma merda e tivesse o repreendendo com um olhar. Ele não estava intimidado com meu olhar, pelo contrario, ficou me encarando também. Ele deu uma golada na garrafa dele e voltou a me olhar. Agora ele estava me provocando. Dei a risada mais irônica possível, depois olhei para Eduardo e tomei a garrafa dele e bebi também, mas não voltei a olhar pra ele, só comecei então, a curtir a festa.

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93

Linda, Louca e Mimada.
Mallu narrando.
Tinha acabado de entrar no carro de Bruno. E, é claro que eu tinha feito isso pra não ter que ir no mesmo carro que Renan e Manuella, e sem contar que isso iria deixar Renan com ciúmes. Eu não sabia se Bruno tinha notado que eu fiz isso por birra, ou se estava achando que eu estava interessado nele. De qualquer forma, melhor deixar claro pra ele.
— Eu não ia suportar muito ir de carro com ele, por causa de uma garota que está lá. — falei.
— Imaginei que fosse algo assim. — disse ele.
— Pois é. — Falei. — E você apareceu bem na hora.
Ele sorriu olhando pra mim.
— Te salvei, então.
— Fico te devendo essa. — fui entrando na onda dele.
— Olha que vou cobrar.
Apenas respondi com um sorriso. Até que ele era gato. Digo, bonito mesmo, alguém que eu ficaria, se precisasse. Não me sentia atraída por ele. Na realidade, fazia tanto tempo que eu não me sentia atraída por ninguém, a não ser Renan.
— Espero ter a chance de me tornar seu amigo. — disse ele.
— Não sou de muitos amigos. — falei.
— Toda escola te conhece, Mallu.
— Mas, não são meus amigos. — disse eu. — São pessoas que sabem quem eu sou, se é que me entende.
— Entendo sim. — falou ele. — Você é bem sincera quando fala né? Gosto de pessoas assim.
— Sou sincera até demais.
— Isso é bom, Mallu.
— Mas, me diz, porque você veio parar logo aqui, nesse inferno de colégio? - perguntei.
— Foi meu pai quem me mandou. — respondeu ele. — Na realidade eu já estudava em outro colégio, que tinha gente de todo lugar, não era só pra Brasileiros, como este. Mas, meu pai discutiu com os donos de lá, e alguém recomendou o Alpha Phy pra ele. Então, não tive muita escolha.
— Que merda. — brinquei e ele sorriu.
— Você não está aqui por vontade própria, não é mesmo?
— Lógico que não. — Falei. — Meu pai me obrigou.
— O que você aprontou?
— Ah, nada demais. — falei. — Só porque gosto de me divertir, da minha maneira, é claro. Ele se viu obrigado a me dar uma correção. A toa né, porque eu não vou mudar do dia pra noite.
— Nossos pais acham que podem dominar o mundo, né?
— É isso que eu penso. — falei. — Falei pra ele que eu ia voltar pior.
— E você vai?
— Não sei. — falei. — Na real, acho que mudei um pouco desde que cheguei aqui.
— Não quero nem imaginar como você era antes então. — brincou ele mas eu não rir, continuei séria. — É brincadeira, Mallu.
— É sério. — falei. — Mas, ainda bem que o ano está pra terminar.
— Ainda bem mesmo. — disse ele. — Espero também ter a chance de lhe ver no Brasil.
— Esse mundo é pequeno demais, Bruno. — falei apenas.
Logo chegamos na casa de George, ele estacionou seu carro na frente. Saí de seu carro e os olhares de todos que estavam fora da casa fora pra nós dois. Giulia estava lá também e quando me viu veio até mim.

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92

Linda, Louca e Mimada.
— Você também está indo pra casa do George? — perguntou Victoria.
— Sim. — Bruno respondeu. — Meu carro está logo ali, só passei pra cumprimentar vocês mesmo. Estou indo sozinho, se alguém quiser uma carona.
— Ah é? — perguntou Mallu olhando pra ele.
— É sim. — ele respondeu sorrindo de lado.
— Então acho que vou com você. — Mallu disse. — Este carro está um pouco cheio demais.
Renan estava se corroendo de ciúmes nesse momento, mas, estava tentando não demonstrar também. Afinal, ele nem podia né? Ele não tinha nenhum compromisso com ela. E, era como Eduardo havia lhe alertado, um dia ele teria que ver Mallu com outro e simplesmente não poder fazer nada a respeito.
— Será um prazer, Mallu. — Bruno disse.
— A gente se ver lá. — Disse Mallu para Victoria e logo foi com Bruno para seu carro.
E que carro, hein? Ele simplesmente estava dirigindo um camaro branco. Fabrício e Victoria ficaram de longe observando Mallu sair naquela beleza de carro, com Bruno.
— Uau. — Victoria estava admirada. — A Mallu se deu bem.
Victoria percebeu que tinha falado demais e logo olhou para Renan.
— Foi mal, Renan.
— Ham? Eu não tenho nada com a Mallu. Relaxa. — disse ele indiferente.
— Não? — ela perguntou. — Não agora né? Porque todo mundo sabe que vocês tinham um lance. A escola toda comentava isso.
— Não temos Victória. — ele falou.
— Mas, ela gosta de você.
— Isso eu já não sei.
— Dá pra sacar, sabe? — Victoria disse e sorriu de lado.
— Continuou achando que não. — disse ele. — Mas, deixa esse assunto “Mallu” pra la.
— Você quem manda. — brincou Victoria.
Logo Manuella voltou e eles fora para casa de George.

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91

Linda, Louca e Mimada.
(sem narrador)
Chegou o final de semana. A turma toda estava animada para a festa que George estava organizando em sua casa alugada. Mallu, claro, não iria perder por nada. Todos acordaram cedo no sábado, para arrumarem suas roupas, iriam passar o final de semana por lá. Na mala de Mallu tinha mais cigarro e garrafa de vodka do que roupa, na realidade.
— Essa Mallu não é desse mundo. — brincou Giulia.
— Quero me divertir, apenas. — Ela disse. — E, não tem diversão sem álcool, né? Pelo amor...
— Isso eu tenho que concordar. — disse Louise.
Depois que sua mala estava pronta, Mallu confirmou pelo celular pra saber se estava todo mundo preparado pra irem, e a resposta foi positiva.
— O Edu disse que estão todos ja estão la fora. — Ela falou.
— Opa. Então, vamos. — disse Louise.
As três se dirigiram para o estacionamento. Eduardo estava com Caíque perto de seu carro. Renan estava no carro ao lado, colocando umas malas na bagagem. Ao lado dele estava Victoria e Manuella. Mallu foi direto para o carro de Eduardo e deixou que ele pegasse sua mala para guardar.
— Vai vim com a gente, Mallu? — Victoria perguntou para ela.
Mallu olhou pra ela rápido. E fez que não com a cabeça e sorriu amigavelmente. Fez de tudo para não cruzar seu olhar com o de Renan.
— Vai ficar um pouco apertado aqui, Mallu. — disse Caíque. — Tem como você ir com o Renan?
Mallu respirou fundo.
— Sem problemas. — disse ela.
Giulia olhou para ela captando o nervosismo de Mallu e sabendo que ela estava se fazendo de forte, como de costume.
— Se quiser, posso ir com eles. — Giulia falou baixinho para Mallu.
— Relaxa. — disse ela. — Não vai ser o fim do mundo.
— Tudo bem, então.
— A gente se encontra lá então. — Disse Louise entrando no carro.
Caíque entrou atrás e Giulia foi na frente e Edu foi dirigindo.
Mallu foi em direção ao carro de Renan, que estava logo ao lado. Ele havia terminado de guardar todas as malas.
— Eu esqueci uma coisa no meu quarto. — informou Manuella. — Tem como esperar, Rê?
“Rê? Que ridículo. Ele nem gosta que o chamem assim” Mallu pensou.
— Espero sim. — ele disse.
Ela saiu as pressas para dentro do colégio. Victoria estava se olhando em um espelhinho, como sempre vaidosa. Renan encostou-se no carro esperando e Mallu acendeu um cigarro e começou a fumar. Logo, Bruno chegou perto deles um garoto que havia entrado no meio do ano, fazia um mês apenas, era novato e tambem era a primeira festa que ele iria participar junto com todo mundo. Ele observava Mallu desde quando entrou, mas como ela sempre estava perto de Renan ele não teve oportunidades de ir falar com ela. Mas, haviam sido apresentados a uns dias atrás, no dia em que Mallu estava distante de seus amigos.
— Oi Victoria. — Disse o garoto novato, olhando pra Victoria e depois olhou pra Mallu. — Oi Mallu.
— Oi Bruno. — Victoria falou. E Mallu, apenas sorriu pra ele.
Ele havia ignorado a presença de Renan.

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