@jotaluisjunior

João

Ask @jotaluisjunior

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Qual a necessidade de dá respostas desse tamanho? Ninguém vai entender nada, bicho.

ah, cara, acho que são várias coisas, né? primeiro que eu sou uma pessoa insegura, não gosto de dar resposta contundentes ou com margem demais pra serem mal-interpretadas, então uma resposta longa me permite não apenas diluir a minha opinião como detalhar melhor as coisas que me levaram a essa opinião. um “não” soa definitivo e contundente, mas um “não…” seguido de duas páginas explicando exatamente o porque desse não e como eu, claro, reconheço que o “sim” também é uma resposta válida, me deixa mais seguro de que eu consegui dizer mais ou menos o que eu queria e de que uma pessoa que firmemente acredita que “sim” não vai tentar me envolver numa longa e confusa discussão
outro aspecto, eu acho, tem a ver com o fato de que, por ter um problema de fala, eu não sou uma pessoa capaz de concatenar meus pensamentos de maneira muito coerente quando estou dizendo as coisas ao vivo, já que a gagueira me faz estar sempre evitando palavras, travando em certos momentos, preferindo abreviar o argumento ao invés de levar ele tão longe quanto eu gostaria. daí, quando eu tenho a oportunidade de escrever eu acabo tentando, de alguma maneira, compensar isso usando o espaço da maneira mais livre que eu conseguir. basicamente a minha incapacidade de ao vivo dizer apenas um “não” é mais um motivo pra que quando eu posso escrever eu diga um “não, porque….”.
um terceiro elemento seria o fato de que uma das ilusões mais gostosas que a internet oferece pra gente, além daqueles banners dizendo que existem mulheres solteiras interessadas por nós na nossa cidade, é a de que a nossa opinião é realmente relevante e as pessoas estão realmente preocupadas com o que a gente pensa. vivemos numa era em que qualquer posição que você exprime pode ser facilmente devastada com um “ninguém te perguntou nada”, então a experiência real de alguém literalmente ter te perguntado alguma coisa é um lance que eu tento apreciar da melhor maneira possível e com o máximo de atenção que eu consigo. alguém tendo um problema ou curiosidade e sinceramente querendo levar a sua opinião em consideração é uma sensação bem gostosa que se você for pensar com cuidado a gente não tem todo dia, certo?
e claro, eu gosto de escrever. colocar as coisas no papel, fazer as piadinhas, depois dar aquela revisada pra ver se eu errei a pontuação e não perceber que eu errei a pontuação porque eu sou horrível com pontuação e sempre erro a pontuação, é uma dessas coisas que me dão um prazer e uma sensação de alegria que eu sinceramente não consigo tirar de muitos outros aspectos da minha vida (já tentei lavar a louça de maneira deliberadamente complicada ou pegar o ônibus de maneira deliberadamente demorada mas nunca deu o mesmo barato), então eu não me incomodo de escrever um pouco mais nas mais diversas ocasiões já que eu gosto bastante de escrever
ainda assim começo agora a achar que não era essa a resposta que você queria

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Quais suas expectativas para Batman vs Superman?

rapaz, elas não são muito altas não. enquanto pessoa que realmente não gostou de man of steel, tudo que envolve essa versão do super-Homem me deixa com um pé atrás, por ser uma leitura do personagem que eu não reconheço, colocada em um filme que eu achei relativamente bem filmado em termos de ação mas com roteiro ruim e uma caracterização no mínimo equivocada pros mais diversos personagens, além de apenas ser deprimente, um termo que eu sempre entendi que não casa muito com histórias do super-Homem
o fato de batman v superman ser uma continuação direta de man of steel é ao mesmo tempo interessante, porque mostra que eles reconhecem as implicações daquele final terrível que o filme teve, mas meio desanimador, porque mostra que eles querem realmente continuar aquela história exatamente de onde ela parou, e de acordo com os trailers querem manter exatamente o mesmo tom, que envolve um super-homem sombrio e meio assustador e os pais kent como basicamente as piores pessoas do mundo (no primeiro filme jonathan kent acha ok que o filho deixe umas crianças morrerem pra preservar o segredo dele e o no segundo martha kent diz que o bebêzão dela não deve nada pra ninguém mesmo depois dele ter destruido uma cidade inteira na frente de todo mundo)
a ideia geral do filme, de se basear tão fortemente em cavaleiro das trevas, que é uma história de descontrução de mito, pra contar uma história de construção de mitos, também me desespera um pouco (é como se o primeiro filme do thor se chamasse ragnarok, o primeiro filme da franquia rocky fosse rocky balboa), assim como o fato de que nos quadrinhos os confrontos batman vs super-homem quase sempre são fruto da paranóia do batman e equilibrados pelo fato de que o super-homem não mata, enquanto nesse caso o batman totalmente tem razão de não confiar nesse super-homem e bem, ele mata, ô se ele mata
ainda assim algumas coisas me animam no filme. o ben affleck parece ser um bom batman, todas as cenas da mulher-maravilha que eu vi soaram empolgantes e tem participação do ben affleck e de um dos caras de argo nos roteiros, o que pode dar um produto final melhor do que o filme anterior. não acredito que eu vá ver o filme nos cinemas, já que eu não sei se estou preparado pro quão escuro e barulhento o filme vai ser, mas se ele representar uma evolução quanto ao filme anterior e dele sairem uns filmes legais da liga da justiça eu vou ficar feliz
[claro, tem um lado meu que espera que esse filme afunde ridiculamente e todo o projeto atual da dc nos cinemas seja abandonado, sobrando apenas o filme do shazam com o the rock, pra gente em oito anos ter um filme decente do super-homem onde ele não é um sociopata emocore, mas eu vejo que tem bastante gente gostando dessa direção e bem, se ela faz a galera feliz, se der certo, bom pra todo mundo, eu tenho as séries de tv da dc que eu curto bastante e tá tudo bem também]

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Gosto dos seus conselhos amorosos, mas eles se direcionam geralmente ao público masculino. Agora, que conselho você daria a uma mulher que só de pensar que a boca do boy beija outras bocas já sente o gosto amargo da desilusão?

bem, a primeira coisa a ser dita sobre o gosto amargo da desilusão é que isso é mau.
já sobre a sua situação é complicado dizer porque tem vários possíveis cenários. você já está com o cara e estamos falando sobre ciúmes? você quer o cara, tentou, ele te deu um fora e agora você passa suas notes comendo brigadeiro rosa e vendo comédias românticas no telecine fun, o que significa que você vê as mesmas 2 ou 3 comédias praticamente todo dia? você quer o cara, nunca falou sobre isso com ele, e está, como é comum na internet, esperando que a intensidade do seu olhar para as fotos do cara seja tão extrema que transmita suas intenções diretamente para a mente dele, que aparecerá na porta da sua casa vestindo apenas sunga e óculos escuros, segurando uma garrafa de vinto tinto e uma colher de pau? são muitas as possibilidades, precisamos admitir
mas no geral existem duas formas de lidar com situações assim. se você quer algo, e quer bastante, e está disposta a correr o risco, faz seu movimento. tá preocupada com algo? vai e diz. quer alguma coisa? vai e tenta conseguir. se você quer o cara e considera que ele vale caminhar por essa pequena ponte sobre um despenhadeiro de constrangimento, clima esquisito e prints desagradáveis que é a interação humana, sendo maior a agonia de estar longe dele do que a consciência de que a noite aí fora é sim escura e cheia de terrores? vai lá, vai fundo, go get them tigress, o brasil tá do seu lado e é esse o neymar alegre que a gente quer ver.
se por outro lado, você não estiver segura, não achar que vale a pena, não estiver disposta a encarar esse quarto escuro que é se aproximar de alguém pra achar esse interruptor emocional que é o beijinho na boca, também não é vergonha nenhuma. não suporta ver o cara com outra pessoa? não vê mais o cara. não aguenta os tuites dele pra outras gatinhas? dá unfollow. não tolera mais ver aquele rosto pelas ruas da cidade longe do seu? muda de cidade. as pessoas costumam falar que a gente só se arrepende do que não fez mas isso é uma viagem tremenda, eu mesmo me arrependo de 98% de todas as coisas que já fiz na vida e das coisas que eu não fiz eu sinto apenas um gostoso alívio de ao menos essas ter conseguido evitar. mas esse sou eu também, eu espero que você seja uma pessoa mais emocionalmente ousadia e alegria do que eu e tal.
no mais, minha torcida pelo seu sucesso, cara

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Fiquei a fim de um cara do trabalho ano passado, falei para ele e tomei um fora. agora, ele não tá mais no mesmo trabalho que eu e tá namorando uma menina (INCRIVELMENTE) mais feia que eu. como faz para para de se sentir uma ameba?

uma coisa que é bem doida na vida é que a gente nunca consegue ter uma visão exata da percepção que as pessoas tem da gente e nunca consegue transmitir exatamente a visão que a gente tem delas. o que a gente entende do que tá vendo vai ser sempre influenciado pelo que a gente quer ver, a maneira como as pessoas percebem o que a gente demonstra passa pelo filtro das expectativas e ideias dessa pessoa. então por mais que seja possível ter uma ideia geral do que a outra pessoa acha (“esta mulher se afasta gritando e abanando os braços sempre que me aproximo, ela não deve gostar de mim”) a gente nunca consegue ter uma ideia absoluta, e por mais que a gente tente expressar com clareza o que a gente sente (“eu te amo e quero casar contigo” pode soar como “isso é um golpe de tráfico de órgãos” para algumas pessoas) a pessoa nunca vai entender exatamente
somando isso ao fato de que somos pessoas e não personagens de rpg e não temos atributos absolutos de força, destreza, vigor, beleza, senso de humor, sendo tudo isso também fruto de percepção, que permite que você ache hilário um cara que sua amiga acha um idiota e sua amiga ache lindo um cara que você perseguiria pela rua com tochas gritando ABOMINAÇÃO, ABOMINAÇÃO, a sua percepção da menina com quem o seu ex-colega de trabalho está não tem nada a ver com percepção que ele tem, assim como a percepção que ele tem de você não necessariamente tem nada a ver com a realidade (e nem a sua percepção de você e nem a percepção dele da menina)
ou seja, ficar afim ou não, preferir ou não, ela ou eu, não é uma análise racional como se vocês fossem dois carros testados pela revista quatro rodas e ela ganhou porque se sai melhor na pista enlameada mas sim um jogo muuuito caótico de sentimentos, percepções, coincidências, a hora certa, a hora errada, coisas são ditas e que são demonstradas e que são entendidas de maneiras diferentes e pode acontecer ou não e talvez os dois apenas gostem do mesmo episódio de digimon e você nem sabe se queria mesmo gastar seu tempo com um cara que assistia digimon, ainda que aquela abertura com a angélica de chapéuzinho fosse fantástica.
essas coisas nunca são uma competição direta e as pessoas não ficam umas com as outras porque a outra é a melhor opção e consome menos energia mas sim porque sentem vontade mesmo e o melhor pra você é estar com alguém que sinta vontade de ficar contigo. se não foi esse cara você com certeza vai achar outro que te veja de um jeito diferente e em quem você também veja qualidades, mesmo que ele não tenha e seja tudo um fruto doido da sua cabeça. essa é a magia do romance, eu acho. do romance e das alucinações, tudo funciona com a mesma lógica.

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Assunto sério: o você acha do Ezra Miller como o Flash nos filmes do universo DC?

cara, por incrível que pareça eu estou otimista com esse flash? eu gosto do miller, ainda que tenha visto o trabalho dele em só dois filmes (precisamos falar sobre kevin e as vantagens de ser invisível), porque tá claro que é um ator versátil e que é capaz de dar conta do papel, além de ter uma entrevista incrível dele em que ele parece estar sob efeito de alguma substância de fica repetindo a expressão HORIZONTE DO EVENTO diversas vezes em diversos contextos, nenhum deles fazendo sentido nenhum, o que torna tudo apenas mais fantástico
ou seja, minhas preocupações são muito menos com o ator do que com a história que eles vão querer usar esse ator pra contar, seja pelos meus problemas com essa coisa “dark e madura” que a warner vem tentando colocar em prática e que realmente não vem funcionando pra mim, seja com a dificuldade que eles vão ter pra usar no cinema um tom distinto do flash da tv sem que o personagem seja menos o flash por isso (a saída do phil lord e do chris miller dos roteiros pra entrar o seth grahame-smith também me broxou um pouco, porque um flash com a mesma energia que a franquia “anjos da lei” eu veria no cinema todo dia por uma semana)
ainda assim o meu otimismo vem do fato de que nenhum personagem pode representar melhor a ideia das terras paralelas da dc do que o flash e o fato de várias adaptações terem sido feitas pra série de tv permite que uma abordagem no cinema que seja mais fiel aos quadrinhos ainda possa parecer algo novo e diferente. eu nunca comprei totalmente a ideia da dc de separar cinema e televisão e acho que o flash da série é uma das interpretações mais bacanas que o personagem já recebeu, mas eu acho que existe espaço pra um flash bem bacana no cinema, que o ezra miller parece um baita ator pra interpretar, além de que, existindo universos separados, as mãos negativas e ignorantes de zack snyder jamais poderão tocar em cisco ramón ou dizer pro ator que faz o capitão frio que aquele jeito de pronunciar as falas não parece muito normal

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Liked by: Gabriel Kolbe C.

Cara, acabei de ler seu ask por quase 20 minutos, sinceramente queria te chamar pra tomar uma cerveja e pedir pra ser sua amiga mas sei o quanto isso vai parecer creepy e vc depois de ler isso vai dormir com medo de acordar do lado de uma cabeça de cavalo então desculpa aí qualquer coisa

então, uma das grandes mudanças que eu acho que as redes sociais trouxeram pra vida da gente e que nós não damos muita atenção é como o conceito do que é ou não creepy mudou, principalmente porque hoje em dia fazer coisas que antigamente eram vistas como esquisitas ficou cada vez mais fácil. antes passar horas vendo fotos de uma pessoa que você viu apenas uma vez ou conhece só de vista era assustador? hoje em dia esse é basicamente o princípio de um aplicativo chamado instagram. ficar monitorando os movimentos de uma pessoa por aí era o tipo de coisa que garantiria uma ordem de restrição judicial? hoje as pessoas estão o tempo todo dizendo onde elas estão, entao se você quiser montar um daqueles mapas com pininhos e barbantes no seu quarto é a coisa mais fácil de todas. antes apenas fãs obcecados de autores reclusos construíam relacionamentos em suas cabeças baseados em algumas poucas afinidades e concordar com uma ou outra frase? bem, essa agora é a base do romance entre os jovens, eu uso a internet, eu vejo vocês falando dos seus crushs
ou seja, não, tá legal, você tá sendo muito gentil e gente boa e não é creepy. hoje em dia creepy são mais coisas como “queria vestir sua pele como um casaco”, “segue uma montagem de como você seria se fosse um centauro, eu desenhei com sangue” e “se mexe na cadeira que desse ângulo eu não estou conseguindo ver a tela do seu notebook com meu telescópio”.

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me apaixonei por uma amiga minha mas ela me disse que é lésbica e agora joão o que eu faço

bem, infelizmente eu acho que não tem muita coisa que você possa fazer, certo? gostar de alguém que não gosta da gente, pelo menos não do mesmo jeito que a gente gosta, é sempre uma atividade complicada, seja porque ficar perto só torna tudo pior, seja porque você, por mais normal que tente agir, vai sempre ficar pensando se está sendo esquisito ou não, o que vai te fazer claramente agir de forma esquisita, e quando você perceber vai ser esquisito e você vai ficar apenas mais esquisito, num grande ciclo de sentimentos e situações esquisitas, seja apenas porque os vizinhos começam a ficar hostis depois da quarta noite seguida em que você ouve apenas a canção “eu me apaixonei pela pessoa errada” do grupo exaltasamba em looping por seis horas seguidas
se você falou dos seus sentimentos na boa e ela falou sobre os dela na boa e nada disso bateu, a única saída que você tem é respeitar e tentar levar isso da melhor forma possível, ainda que reconhecidamente a situação seja uma merda. uma coisa que eu acho que ajuda nessas horas é ser 100% honesto, seja com você mesmo, seja com ela. se você acha que não dá pra ficar perto dela na boa sem fazer coisas de vilão de seriado do canal warner como tentar sutilmente atrapalhar novos relacionamentos que ela tenha ou não ser exatamente um amigo mas sim uma pessoa sentada esperando ser a próxima na fila desse coração, pode ser melhor se afastar até se sentir mais confortável com isso, por exemplo. rejeição é sempre uma das senhas que desbloqueiam no jogo da vida aquele personagem especial chamado “a pior versão de nós mesmos” e não é vergonha nenhuma admitir que não sabe lidar com uma situação especificamente complicada e tirar um tempo pra lidar com o problema, esquecer o problema ou apenas afogar o problema em jogos manager, hqs e filmes do will ferrell até ele desaparecer
a canção pink triangle do grupo weezer também pode te dar um de alguma maneira reconfortante senso de pertencimento e compreensão nesse momento

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dica pra uma guria que é bv aos 18 anos

como existem vários motivos pra uma pessoa não ter beijado outra até a idade x, que vão desde não querer beijar ninguém até não ter achado ninguém pra beijar, passando por ser na verdade o personagem kamandi, criado por jack kirby, um menino que vive em um futuro pós-apocaliptico com animais falantes e é na verdade o último ser humano na face da terra, eu vou tentar atirar em várias direções na esperança de acertar em alguma mas muito provavelmente você vai me dizer que bv é na verdade “bonita e vaidosa” e eu tô projetando meus próprios fracassos pessoais na sua pergunta. mas como eu disse, vamos lá.
se você não quis beijar ninguém até hoje e se sente pressionada: tenta não fazer nada porque todo mundo tá fazendo ou apenas porque dizem que seria normal fazer. sei que é um conselho de tio, mas enquanto pessoa que tá na vida adulta faz um tempo, eu te digo que qualquer oportunidade que você tiver de não fazer algo por pressão, pra suprir expectativas dos outros, porque as pessoas ao redor já fizeram, você deve aproveitar, ainda mais se você tem 18 anos. a sua vida vai ser cheia de coisas como acordar cedo pra reuniões que você não quer ir, gastar dinheiro com coisas que você não quer ter, ficar presa em situações que você não sabe como entrou e nem imagina como vai sair, que seria simbólico de uma forma terrível se seu 1º beijo fosse por pressão ou sem realmente querer e se sentir confortável. não tô querendo fazer do beijo um “evento” e criar ainda mais pressão, apenas só faça algo que você quiser, se você quiser, quando quiser. deixa as coisas que você faz sob pressão, com desconforto, pra quando você tiver que pagar seguro-fiança pra locação de imóvel e pedir pro seu irmão mais novo te emprestar o contracheque dele pra garantir a renda mínima.
se você quer beijar alguém e as coisas não vem rolando: já estive lá, já passei por isso. nem sempre as coisas acontecem no ritmo que a gente quer, tem horas que a vida passa umas bolas mais quadradas pra gente, eu mesmo perdi a virgindade bem tarde porque fiz parte do movimento “decidiram que eu devia esperar”, em que você discorda mas pessoas essenciais pra você perder a virgindade decidem que você deveria continuar virgem. não tô falando que seja fácil e tem momentos em que a gente se sente a pessoa menos desejável do mundo - eu via aquelas imagens do ditador norte-coreano e pensava “se eu fosse o comandante de uma potência nuclear fora de controle eu poderia obrigar as gatinhas a simularem interesse por mim e seria tão bom….”- mas a verdade é que efetivamente existe alguém pra todo mundo se você tiver paciência, confiança e não deixar o fato de que uma garota uma vez te disse “pra ser feio você ainda teria que melhorar muito” mexer demais com a sua cabeça. não mexeu com a minha, por exemplo. nada. nem um pouco. nada mesmo. eu não estou chorando agora, na verdade.
(ou você pode apenas esquecer tudo que eu disse, ir a um show do asa de águia e beijar umas 57 pessoas. isso seria o lifehack do beijo)

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O novo do Weezer é mesmo o melhor desde o Pinkerton ou estamos todos nos iludindo?

tá, primeiro eu, como sempre faço antes de opinar sobre música, preciso dizer que não entendo nada do assunto. confundo baixo com guitarra, acho música instrumental chata porque não tem letra, acho solo muito longo de guitarra um troço desesperador, considero que cada vez que o belchior disse "tiuria" ele fez mais pela música mundial do que muitos dos virtuosos da música e por aí vai. eu opino sobre música baseado apenas no que eu me identifico, no que eu entendo instintivamente e no que me faz ficar batendo o pézinho no chão enquanto eu pego o metrô pro centro da cidade de manhã. em síntese, eu não sei do que eu tô falando.
dito isso, eu acho que o problema com o weezer e os discos recentes, assim como a necessidade de considerar o EWBAITE um disco de "retomada" é um pouco da banda, claro, mas também é bastante nosso. isso porque, como acontece com toda banda que é importante pra nós num período de formação, a gente acabou se apegando ao weezer de uma maneira mais forte do que imaginava, fazendo com que todas as mudanças que a banda sofreu tivessem um impacto mais negativo do que a racionalidade sugeriria.
estou dizendo que o red album não foi decepcionante? claro que não. estou dizendo que weezer e rappers vão bem como fogo e paixão, buchecha e claudinho? também não. estou considerando que alguma banda que não toque em formaturas para estudantes muito tristes deveria fazer covers de coldplay? claro que não. apenas estou dizendo que muito do que nós consideramos como decisões criativas terríveis do weezer foram apenas um misto de uma banda querendo expandir seus horizontes e uma base de fãs que esperava que eles não mudassem nunca.
então a minha visão é que o EWBAITE não é o melhor disco do weezer depois de pinkerton mas sim é o disco do weezer que mais se pareceu com o weezer que conhecemos no disco azul e no próprio pinkerton e isso faz com que a gente, que nunca quis que o weezer fosse diferente daquilo, ache que isso o torna melhor que todos os outros discos recentes.

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um segredo muito secreto que ninguém saiba sobre você

sempre que me perguntam o que eu comi e eu respondo "japonês" eu não estou me referindo a comida japonesa mas sim ao fato de que jantei apenas amendoim japonês.
Liked by: Schröder

Jão, valeu memo pela resposta, deu uma disposição legal pra seguir firme. É nóis, piá.

eu ia dizer algo como "quando estiver esmerilhando as gatas no tinder lembra de mim", mas não, cara, não quero que você lembre de mim quando estiver esmerilhando as gatas no tinder. mas feliz por ter ajudado, espero que fique tudo numa boa contigo.
Liked by: Ouriço

ô jão, como superar uma fossa sendo pobre sem condições de conhecer novas pessoas, ir a bares e boates etc?

a solução que eu sempre achei para os meus momentos de fossa – e que tem muito menos a ver com eficiência do que com os meus traços naturais de temperamento – desde términos de namoro até problemas de trabalho ou questões familiares sempre foi a de basicamente me afundar na fossa, mergulhar no poço, entrar de cabeça na cavidade, esgotando completamente a minha capacidade de me incomodar com a questão, pra que quando eu finalmente saísse dela eu conseguisse, em todos os níveis, sentir que eu havia realmente superado.
ela foi embora? não tenha medo de olhar pras fotos. não evite as comédias românticas. não se livre de cara de todas músicas que ela colocou no seu mpe. não resista a tentação do brigadeiro rosa, veja simples como amar no netflix, não se sinta acima de telefonar pra ela alcoolizado fazendo vozes e cantando aquela música do phoenix cuja letra você sinceramente não entendeu direito. o que eu quero dizer é: quando numa fossa, viva a fossa, chafurde na fossa, seja a fossa, mas saia de lá em condições de dizer que realmente aquilo acabou.
eu digo isso porque muitas vezes nós, principalmente homens, gostamos de fingir que, assim como o neo em matrix, não existe a fossa. que nós não estamos afetados, que aquilo não mexeu com a gente, que mãe, eu vou no show dos inimigos mãe, não quero mais saber de nada não, só quero paz e amor no coração, quando na verdade estamos em frangalhos, estamos pra baixo, estamos chateados, estamos ouvindo leoni escondido no banheiro como a versão musical do cara que bebe perfume escondido da família.
e daí, de tanto fingir que tá tudo bem, a gente acaba acreditando que tá tudo bem até que em algum momento, seis meses depois, seis anos depois, a gente percebe que não tá tudo bem e após um porre de tequila/fifa 14/pizza com borda de catupiry acaba pensando numa ex, entrando num álbum de facebook, e mandando aquele sms/whatsapp/mensagem de chat que na semana do término seria patética, mas tanto tempo depois nem isso consegue ser, já que ela sinceramente não lembra mais quem é ricardo, porque o cara da padaria tá dizendo que ainda pensa nela durante a madrugada?
já sobre a falta de grana eu acho que, dado o atual estado de descaso com a interação presencial que vivemos no ano de 2014, você deveria investir na interação mediada via internet, que parece estar fazendo muito sucesso entre os jovens e permite que você converse com a gata usando apenas cuecas e comendo comida requentada direto do tupperware, coisa que muitos homens precisam esperar o quinto ano de casamento pra conseguir. eu mesmo devo muito do meu processo de recuperação do meu último término a internet, ainda que não tenha sido interagindo com gatas e sim escrevendo fanfics em fóruns da internet sobre universos paralelos onde o personagem besouro azul é brasileiro e defende a justiça na cidade de juiz de fora, minas gerais. mas é aquilo, cada um lida com o drama pessoal da maneira que funcionar melhor. te desejo muita sorte, cara.

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Vc falou de religião, cara, dá sua idéia. A mina é gente boa, bonita, a gente tava junto, tudo indo bem, aí ela fala que é virgem. 27 anos. "Motivos religiosos". O que você acha disso?

Primeiro que assim, num âmbito geral, quando se trata de opções pessoais das outras pessoas, a gente acaba não tendo muito o que achar, sabe? Se você quer a minha opinião sobre a atitude dela eu sinceramente não me sinto em posição de questionar ou criticar, porque bem, não é como eu levo a minha vida, mas eu também não gosto de handebol e nunca vou criticar o direito das pessoas de jogar ou de falar sobre o tema apaixonadamente. As pessoas apenas são muito diferentes entre si e todas as decisões delas são baseadas em trajetórias de vida que a gente nem tem as ferramentas mais básicas pra compreender, mas que são as coisas que tornam elas as pessoas que são e se nós gostamos delas – ou mesmo não gostando – só nos cabe respeitar. Ou seja, o que eu acho é que bem, tomara que dê tudo certo e ela seja feliz. É a mesma coisa que eu acho sobre todo mundo, mais ou menos.
Já sobre o que você deveria fazer, bem, aí depende de quais são os seus planos. Porque aparentemente vocês são duas pessoas com visões diferentes de como proceder diante de um tema importante de um relacionamento – a saber, o “carinho gostoso, amor venenoso” – e para que vocês ficassem juntos alguém teria que realinhar suas convicções de maneira a se encaixar melhor na concepção de mundo do outro (é complicado pra um casal se encontrar no meio do caminho quando esse caminho é o caminho molhado e com toalhas jogadas pelo chão que separa o banho carinhoso do sexo selvagem na cama).
Você gosta dessa garota? Gosta dela a ponto de a) viver por um período um relacionamento sem sexo que só poderia ser consumado após um casamento ou b) arcar com a responsabilidade de que essa garota vai possivelmente realinhar as convicções religiosas dela pra poder fazer esse sexo contigo e talvez isso gere problemas pra ela com família, amigos e os anciões arcanos que comandam os elementos e controlam os golems? (você disse motivo religioso mas não disse qual religião, me senti no direito de improvisar).
Se vocês se gostam de verdade eu acho que sempre existe uma solução. Se você quiser apenas sexo eu acho que existem maneiras menos complicadas e que vão criar menos problemas pros dois de conseguir. Fora que eu, por exemplo, não acho que seja bom o bastante de cama pra fazer uma garota mudar de religião. Mas essa é uma coisa minha e não tamos aqui pra falar das minhas inseguranças e tal.
PS: Se eu algum dia escrever um filme pornô chamado "Jihad do Prazer" e for perseguido por grupos religiosos a culpa é toda sua, cara.

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Curte os filmes do Batman dirigidos pelo Nolan?

ainda que eu sinta a discussão sobre o nolan meio que polarizada entre os nolanistas, que acham que o nolan apenas não erra, tudo que ele faz é lindo e o batman dos quadrinhos deveria apenas ser uma versão desenhada do batman do filme, com uma fonte em negrito itálico ressaltando que ele tá fazendo aquela voz, e os antinolanos, que consideram tudo um absurdo, um acinte, um descalabro, um sonho de uma noite de verão, e que o nolan é superestimado e bom mesmo é um discurso do collor, eu admito que tenho uma opinião positiva, ainda que não tão impressionada em relação a trilogia do cara.
numa análise geral eu diria que batman begins é um filme de origem bom e sólido, que não apenas apresenta o personagem mas já define o tom para os filmes seguintes; o cavaleiro das trevas é um excelente filme, com um ótimo roteiro e grandes atores; e o cavaleiro das trevas ressurge é um filme interessante com boas ideias que acabaram se atropelando como alguém que caiu no meio da estrada durante uma corrida de bigas num remake de spartacus estrelando o seth rogen. não é a minha trilogia favorita de filmes baseados em super-heróis – ainda considero os 3 primeiros homem-aranha do sam raimi mais divertidos, ainda que o terceiro seja bem ruim – mas são 3 filmes que no geral são inteligentes, bem feitos, entretenedores e que captaram bem a essência do personagem.
meu problema em relação aos filmes do nolan é relacionado muito menos aos filmes em si do que as implicações e as conclusões que foram tiradas desses filmes, a saber: que o universo dc é um lugar sério. isso porque mais ou menos da mesma maneira que após watchmen nós tivemos décadas de gente achando que os quadrinhos de super-herói precisavam ser necessariamente uma desconstrução dos quadrinhos de super-herói, deu pra perceber que depois do sucesso dos filmes do nolan a dc concluiu que a abordagem dele é a melhor, mesmo para personagens que não vão se beneficiar em nada dessa linguagem e mesmo sendo o batman do nolan um personagem que existe teoricamente num universo estanque, separado do resto da dc. e sim, eu estou falando novamente de homem de aço, eu apenas não consigo evitar, esse filme me irrita demais.
a verdade é que nada é, pra mim, mais aterrorizante do que um universo nolan/goyeriano da dc, com um super-homem que mata pessoas, uma mulher-maravilha kriptoniana, provavelmente um aquaman criado em laboratório e um capitão marvel que ganha seus poderes através de uma estação orbital chamada SHAZAM que dispara nele uns nanorobôs que garantem a ele super-poderes – “porque é muito infantil e pouco realista um garoto que ganha poderes de um mago, né, galera?”, diz o cara que escreveu a cena em que o blade fala que alguns filhos da puta estão sempre tentando surfar morro acima. e se esse for o legado dos filmes do nolan eu sinceramente preferia só ter as lembranças do batman do tim burton, que na minha opinião é pior do que o batman da série de tv.

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Ao ouvir a palavra "religião", qual a primeira coisa que vem à sua cabeça?

o ano era 2010 e a cidade era joão pessoa. viajando solteiro com um grupo de casais para as paradisíacas praias nordestinas, eu descobria não apenas o verdadeiro significado da solidão como também uma casa noturna chamada golfinho e uma versão tecnobrega da canção all the single ladies da cantora beyoncé cujo refrão era “hoje eu tô solteira, hoje eu tô solteira, hoje eu tô solteira”. o clima era o semi-árido da solidão, a temperatura era a combustão emocional de quem só não tem certeza que vai voltar pra casa sozinho porque era muita gente, o carro era apertado, meio garantido que iam colocar um cara sentado no meu colo. minhas esperanças de contato físico carinhoso eram um pobre cãozinho que já tinha ido morar numa fazenda no céu e meus pais tinham esquecido de me avisar.
e conforme o feriado ia passando, as decisões dos meus amigos ficavam mais e mais românticas – “vamos ver o pôr do sol na praia?”, “vamos jantar nessa cantininha intimista?” – “vamos apenas apontar para o joão e cantarolar ‘sozinho, sozinho, sozinho’ usando vozes infantis até ele chorar?” – e eu fui cada vez mais desanimando dos programas deles e desenvolvendo atividades paralelas próprias – “não vou ver o pôr do sol, galera vou ficar aqui no bar” – “não vou na cantina, galera, achei uma cópia dublada de transformers na pousada” – “APENAS ME DEIXEM COM MEU UÍSQUE, SEUS ANIMAIS, SEUS ANIMAIS!!!!” – até o momento culminante em que me convidaram para um rodízio de pizza, eu acho, e meu amor por comida falou mais alto que a minha solidão [uma constante na minha vida, por sinal].
o que ocorreu aí, e eu soube apenas pelos registros, já que me recordo de pouca coisa, foi que comecei a intercalar comida com drinks, iniciei uma competição de quem bebe pinga mais rápido na qual eu era não apenas juiz como o único competidor e depois disso aconteceu o óbvio: no meio da madrugada eu estava cantando um medley de canções do padre zezinho no quintal da casa da amiga que estava nos hospedando, enquanto bebia cachaça na tampinha da garrafa e gritava que eu tinha feito crisma, quem mais tinha feito crisma, eu era cristão, eu tinha feito crisma.
então basicamente é isso que me vem a mente quando eu penso em religião. isso e o fato de que eu fiz primeira comunhão e crisma em seis meses, chamei isso de “supletivo de deus” na frente do padre, ele ficou bem chateado, minha mãe não curtiu também.
ps: "abençoa senhor as famílias, amém. abençoa senhor, a minha também"

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Cite pseudocults da TL.

então, eu acho que a gente de vez em quando pega pesado demais com as pessoas nesse sentido, sabe? porque hoje em dia a gente não apenas quer cobrar que as pessoas gostem das mesmas coisas que nós como também quer que elas gostem pelas razões que nós gostamos e no volume que nós consideramos mínimo pra conferir aquelas pessoas o direito de dizer que gostam daquela mesma coisa que nós estamos praticamente exigindo que elas gostem - eu, por exemplo, iria estar cobrando que todo mundo gostasse de imensas frases sem vírgulas
não tô falando que eu não curta conviver com quem tem interesses em comum e backgrounds parecidos – é chato entrar no elevador, dizer “dois pra subir, scott” e o ascensorista te olhar como se você estivesse drogado – mas eu acho que nós chegamos numa certa altura em que começamos a achar que esses traços são mais importantes do que alguns outros mais sérios e vai ser o amor por breaking bad e o conhecimento extremo de trívia sobre a liga da justiça antártica que vão manter amizades e namoros, entende?
claro, existe um elemento de esquisito e até de vagamente irritante quanto as pessoas simulam um grau de conhecimento ou de afeto por algo que elas não conhecem ou realmente estimam visando impressionar os outros ou levar alguma vantagem, mas eu tento ver isso mais como a) um respeito legítimo pelo tema, já que ela está disposta até a fingir que gosta dele; b) uma insegurança em termos de aceitação pelo grupo, como na época em que todo mundo assistia cavaleiros do zodíaco, eu achava chato, mas fingia ver pra poder me enturmar.
então eu tento não ficar muito julgando quem é cult ou apenas finge ser, quem realmente gosta de murakami ou viu resumo na wikipédia pra comentar, quem entendeu as referências do tarantino ou apenas riu porque todo mundo tava rindo. eu tô aqui apenas pra evitar os papos sobre a saga de hades porque eu nunca entendi aquele lance direito e deus sabe que eu finjo muito mal.

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quais series você assiste? quais não tem paciência pra assistir? quais já assistiu?

atualmente eu acho que assistir, de acompanhar toda semana, estar em dia e precisar evitar spoilers eu assisto só how i met your mother, castle, community, new girl e agents of shield. esse seria o grupo principal das séries que eu acompanho mesmo e tal. aí vem o segundo grupo, das que eu não estou em dia mas assisto regularmente no netflix e provavelmente um dia irei acompanhar em tempo real, já que ando devorando os episódios, que são parks and recreation, dr who, archer e peep show. aí vem game of thrones, que eu assisto uma temporada por vez e depois dou umas pausas – acabei de terminar a segunda temporada, não sei quando começo a terceira – e tem umas séries específicas que eu quero tentar assistir seja por curiosidade ou desencargo de consciência e que vão desde super fun night e hello ladies até true detective e almost human. ah, também assisto sherlock, mas acho que séries britânicas como ela e luther nem vale a pena mencionar como hábito, já que são 3 eps por ano a cada dois anos, é feito dizer que seu hobby é caminhada e só caminhar uma vez a cada mês de abril, na lua cheia.
séries que eu abandonei são poucas, eu me apego demais e sou do tipo que costuma ficar com o seriado mesmo nos piores momentos – toda essa primeira meia temporada de agents of shield, por exemplo, pode ser classificada como uma sucessão de piores momentos – mas big bang theory foi uma que eu larguei pelo meio do caminho quando notei que eu realmente não conseguia nem mais esboçar um sorriso em diversos episódios e meu personagem favorito era o stuart, o dono da loja de quadrinhos, talvez porque ele parecesse sentir diante da vida o mesmo desespero existencial que eu comecei a sentir em relação a série.
das séries que acabaram recentemente/não tão recentemente eu gostava genuinamente de fringe e happy endings, além de ter acompanhado the office durante toda a sua duração, mesmo que em algumas temporadas isso tenha sido uma tarefa mais complicada do que qualquer um pudesse esperar – here’s looking at you, conflito absolutamente desnecessário relacionado ao casamento de jim e pam envolvendo criar um ambiente para uma possível situação de infidelidade que todos nós sabíamos que jamais iria acontecer.
ah, e claro, tem meu projeto ambicioso de assistir sopranos e the wire em imensas maratonas que eu espero começar no carnaval desse ano já que minha namorada vai estar trabalhando e eu me sinto imensamente culpado de não ter visto absolutamente nada de nenhuma das duas séries

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O que tem a dizer sobre o rebaixamento da Lusa?

uma coisa que eu ressalto quando se trata de futebol é que a maior parte de nós não gosta mesmo de futebol e sim dos nossos próprios times. sei que não é um discurso simpático, sei que tem muita gente que se diz amante do esporte, que gosta é da magia da bola, da ginga do chute de trivela e do suingue do dibre humilhante, mas a maior parte de nós assiste futebol apenas por uma razão: ver o seu time ganhar. seja roubado, seja com gol cagado, seja nos pênaltis porque caiu um raio no cobrador adversário e me desculpa, azar o dele, eu quero é essa taça.
e eu sempre toco nesse ponto porque acho que pra começar a discutir futebol a gente precisa entender que toda linha de raciocínio, quer a gente queira ou não, vai passar pelo filtro da paixão, mais ou menos como acontece quando alguém te pergunta se o seu amigo é legal, se o seu irmão é honesto, se a sua namorada é bonita. você vai tentar analisar com frieza, você vai fazer o seu máximo pra ser honesto e consciencioso, mas a sua opinião, por mais leal e bem pensada que seja, ainda vai passar pelo filtro da sua paixão e do seu afeto.
então eu me sinto inseguro para dar opiniões definitivas sobre esse tema porque, ainda que eu não seja dos que cultivam grandes rivalidades ou gastem muito tempo pensando no time dos outros, sei que toda a minha percepção do problema vai inevitavelmente ser filtrada pelo fato de que a) a portuguesa não tem a menor rivalidade com o meu time; b) a portuguesa é o time menor e portanto, em tese, a vítima; c) zoar o fluminense vem sendo relativamente engraçado nesses últimos dias
aí quando você soma isso ao fato de que meu conhecimento jurídico limita-se ao divórcio dos meus pais e duas péssimas piadas de advogado, eu fico não apenas sem a base teórica mas um tanto quanto desprovido de base moral para dar aquela opinião convicta, aquela opinião certeira, aquela opinião de seis parágrafos no facebook que a gente aprendeu a amar e respeitar.
então é aquilo. eu acho prejudicial pro campeonato que eventos extra-campo alterem resultados? acho, claro. eu entendo como suspeita a maneira como está sendo conduzida toda essa situação? também. acho que talvez em termos morais o mais correto fosse a queda do fluminense? sim, sim. mas sei dizer se isso seria o mais correto dentro das atuais circunstâncias? não, porque não fiz direito e não me sinto apto a julgar as pessoas nem na internet, apenas deixo elas de boa.
pra mim o principal desse caso é entender duas coisas. que a nossa justiça desportiva é defasada, confusa e calcada em interesses pessoais, com juízes que querem mais aparecer do que avaliar e fortes elementos políticos presentes, além do fato de que cacete, tudo é muito confuso. e que por alguma razão estamos dando mais atenção ao julgamento desses pontos do flu do que demos ao caso do atlético e do vasco, onde bem, cacete comeu solto e tivemos uma tragédia imensa mas poderíamos ter uma tragédia pior ainda, algo bem mais importante do quem fica ou quem cai.

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joão, eu te acho tão fragilzinho, tão pequeno, tão afeminado (mas hetéro). você já brigou em bar? já fez alguma coisa genuinamente masculina nos últimos anos?

eu sempre acho essas definições de coisa de macho e de coisa de mulherzinha meio complicadas porque eu não apenas fui criado apenas pela minha mãe, o que deixou a minha visão de coisa de mulher bem fora da curva desde criança – pra mim trocar resistência de chuveiro é coisa de mulher, pintar parede é coisa de mulher, ficar pendurada no telhado e precisar telefonar pedindo pra você sair mais cedo do colégio pra encostar uma escada na parede da casa meio que também é coisa de mulher – como eu aparentemente tenho várias das características que são costumeiramente consideradas femininas naquela visão clássica de feminino – eu sou inseguro, eu discuto a relação, eu como brigadeiro quando fico triste, eu tenho um dia tenso no trabalho e digito “baby alpaca” na busca de imagens do google
somando a isso o fato de que muitas das características que as pessoas consideram profundamente masculinas são, se você for pensar bem, um tanto quando desagradáveis e coisas que podiam ser mais contidas do que valorizadas – agressividade, mexer com mulher na rua, xingar os outros no trânsito, em dias de calor levantar a camisa só acima da barriga e dar aquela coçadinha marota – fica confuso definir o que é masculino, o que é feminino e o que é a gente usando a desculpa de que “a gente é homem, a gente é assim” pra ser desagradável com os outros
[e eu sei que existe um exagero na minha análise, eu sinceramente não sinto a menor culpa ou vergonha de ser homem, mas eu acho que existe uma questão de valores aí que é bacana pensar quando a gente fala de “coisas de macho”]
mas respondendo a pergunta dentro daquele escopo clássico e old school de coisas de homem, eu diria que sim, eu faço várias coisas que batem com o estereótipo de homem e tal. eu vou a estádio de futebol, eu xingo bastante, eu já saí na porrada mais vezes do que você pode imaginar – não que eu ache isso positivo, claro – eu sou bastante peludo, eu pagaria para ver uma briga entre ursos e robôs e eu, a despeito dos esforços de amigos e familiares, uso eventualmente palitos de dente após a refeição. não vejo porque algo tão prático deve ser considerado tabu, acho que a sociedade precisa repensar o palito de dente enquanto ferramenta pra tirar pedaços de carne enquanto você dá aquela relaxada pós-churrasco, sabe?
então acho que existe essa dissonância entre possivelmente a imagem que você faz de mim – algo como o steve rogers pré soro do supersoldado em os vingadores lendo um livro da jane austen e tomando chá – e a imagem que eu provavelmente projeto na vida real – um cara barbudo com camisa do flamengo tomando cerveja de um gole só e chamando o luiz antônio de volante filho da puta.
mas não acho que uma coisa seja mais ou menos de homem do que a outra, ainda mais porque acredito que qualquer torcedora flamenguista com discernimento também acha o luiz antônio um vagabundo do caralho.

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oi! como foi seu dia? :)

daí que ontem eu resolvi dormir cedo e fui pra cama umas dez e meia, onze. já tinha dado boa noite pra namorada, já tinha falado com a minha mãe, desliguei as coisas, deitei. por volta de meia noite e meia, o telefone, que fica na sala, começou a tocar. como eu fecho todas as portas da casa antes de deitar e o toque não é muito alto, ficava apenas aquele barulho baixo demais pra ter certeza do que eu tava ouvindo mas alto demais pra eu poder apenas ignorar.
acordei, levantei, fui pra sala. chegando lá atendi, mas desligaram do outro lado. mas tava mostrando cinco ligações não atendidas da minha mãe. tentei ligar de volta no fixo. ninguém atendia. tentei ligar de volta no celular. ninguém atendia. liguei pro meu irmão. ninguém atendia. fiquei tentando por meia hora. nada. mandei uma mensagem perguntando o que tinha acontecido e voltei pra cama preocupado, por volta de uma e meia consegui pegar no sono.
acordei cinco e vinte porque precisava resolver umas coisas no detran. assim que meu celular deu sinal, eu tava com cinco chamadas não atendidas da minha mãe. tentei ligar de novo. ninguém atendia. comecei a ficar seriamente preocupado. continuava tentando ligar. nada. não sabia se vinha pro trabalho ou se ia pra juiz de fora, tentei ligar mais uma vez. nada.
quando eu tô saindo de casa minha mãe me liga. enquanto atendo o telefone eu imagino todo tipo de merda que poderia ter dado, desde a saúde das minhas avós idosas até meu irmão que anda muito de carro pelo interior, passando pela minha mãe que bem, uma vez conseguiu ficar presa sozinha no telhado da nossa casa enquanto a gente tava no colégio e nunca explicou como foi parar lá.
o diálogo entre eu e minha mãe foi o seguinte.
“oi mãe, que houve? tá tudo bem?”
“não houve nada, tá tudo bem”
“mas por que me ligou então? aconteceu alguma coisa?”
“não, tá tudo bem”
“mas por que me telefonou ontem meia noite, mãe?”
“ah, é que eu li que existem FRAUDES NA INTERNET”
“mãe...fraudes?”
“sim, FRAUDES NA INTERNET”
“e aí você me ligou?”
“sim, porque você USA A INTERNET então precisa TOMAR CUIDADO”
“cuidado?”
“sim, com AS FRAUDES NA INTERNET”.
aí ela me desejou um bom dia de trabalho, mandou um beijo e quando eu cheguei na minha mesa tinha um email com uma matéria do r7 sobre FRAUDES NA INTERNET me esperando no meu email
então assim, esse tá sendo o meu dia até agora

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Quais os "filmes de mulherzinha" que você mais gosta?

então, eu nem vou entrar no mérito do que seria filme de mulherzinha, do que seria filme de homenzinho, de quais seriam os papéis de gênero, de como ficou um clima esquisito quando eu levei uma garota com quem eu tava saindo pra ver brilho eterno de uma mente sem lembranças, eu chorei no final, ela achou o filme muito ruim, discutimos, ela disse que não tinha culpa se eu “só gostava dessas coisas de bicha”. vamos tomar todas essas informações como premissas e não nos alongar em como certas garotas mais rudes reagem quando um cara elogia o filme mamma mia.
mas respondendo a sua pergunta, deixe-me citar cinco grandes filmes que eu realmente gostei e que foram estigmatizados como “filmes de mulherzinha” – vou me limitar apenas a filmes recentes e contra os quais ainda existe algum preconceito, imagino que no ano de 2013 as pessoas já entenderam que obras como dirty dancing, ghost ou o diário de bridgets jones não são para garotas, mas sim para qualquer pessoa com dois olhos e um coração.
o diabo veste prada: eu costumo dizer em tom de brincadeira que “o diabo veste prada” e “super-homem – o retorno” foram lançados no mesmo dia e o primeiro é possivelmente uma história de super-herói melhor que o segundo mas na verdade eu não estou brincando, na verdade eu nem mesmo estou sorrindo quando digo isso, as pessoas é que presumem coisas porque eu tenho cara de bobo.
vestida para casar: não sei exatamente o que a galera tem contra a katherine heigl porque não acompanho grey’s anatomy e nem a vida pessoal da moça, mas considero esse filme um clássico, principalmente pela cena épica em que todos cantam elton john num bar, que é o que todos faríamos nos bares hoje em dia se o sistema capitalista tivesse mesmo dado certo.
o amor não tira férias: uma comédia romântica em que jack black no final fica com kate winslet não me parece um filme de mulherzinha mas sim a maior realização de todos os sonhos de todos os homens gordinhos que vivem no limite entre o engraçadinho e o constrangedor. apenas adorável.
10 coisas que eu odeio em você: um filme que tem um lugar especial no meu coração por ter a melhor representação cinematográfica da minha vida no colégio – o cara amigo do personagem do joseph gordon-levitt que não tem nada a ganhar, nada a perder e se envolve na trama apenas porque ajudar os outro é mais divertido que sentar sozinho na cantina.
de repente 30: seria exagero dizer que este é um dos melhores filmes do século que passou? seria absurdo dizer que a atuação de jennifer garner foi digna de oscar? seria insensato considerar que este roteiro uniu, como poucos, romance e humor em uma mistura contagiante que emocionou nossos corações? provavelmente sim, mas eu gosto muito desse filme e sempre rio na hora em que ela adulta quer chegar no moleque novinho no bar

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Curte joguinhos estilo videogames?

então, minha resposta imediata seria dizer que eu gosto de videogames. que eu tenho um xbox, que eu gasto ao menos 4 horas semanais nele, que eu, ainda que não tenha interesse imediato na batalha dos consoles e considere a rivalidade xbox vs ps3 menos interessante que o eterno duelo sorine x rinosoro, tenho projeto de, talvez num futuro próximo, adquirir um console de nova geração para poder apreciar os mais novos lançamentos em termos de games e joguinhos e tirinhos e bombinhas e gente que explora a itália com adaguinhas.
mas aí eu fiz um breve exame de consciência e lembrei que usei o meu videogame, quase absoluta e exclusivamente, desde que ele foi adquirido em 2010, para jogar fifa. sim, fifa, apenas e tão somente fifa. fifa 10, fifa 11, fifa 12, fifa 13, agora fifa 14, mas basicamente, quase o tempo todo, fifa. horas e horas de fifa.
não que eu tenha efetivamente jogado apenas fifa, claro. eu joguei injustice com meu irmão, alguns jogos de kinect com a minha namorada, apresentei o videogame pra minha mãe com alguma coisa que tinha animaizinhos e que eu não lembro. adquiri um fable 2, que joguei por algumas horas, amigos me emprestaram jogos como dead island e arkham asylum, mas achei tudo muito complicado, achei tudo muito cansativo, achei tudo muito chato e teve um jogo desses em que eu consegui morrer no tutorial e sério, eu nem sabia que isso era possível, é como se pudessem me demitir do emprego que eu nem tinha sido contratado pra ter ainda, enquanto eu ainda tava na escola . na verdade fiquei até bem sentido, tô notando isso agora.
então a verdade é que se eu falasse que gosto de videogame eu iria estar mentindo. eu gosto de futebol. e o videogame é apenas mais uma ferramenta que eu utilizo para lidar com essa paixão, e é por isso que, ainda que existam diversos jogos mais interessantes, mais divertidos, mais engenhosos, mais instigantes e mais desafiadores, eu sempre me pego retornando ao fifa, seja para me irritar com marcações de um juiz que é uma inteligência artificial e portanto racionalmente é incapaz de errar – mas marca qualquer faltinha, sério – seja para descobrir lugares muito obscuros da minha personalidade ao golear online uma criança asiática até ela chorar e perguntar “WHY YOU SO MEAN? WHY? I’M A KID” ou mesmo pra apenas xingar a narração em português do tiago leifert que sim, eu posso desabilitar, mas eu não desabilito porque se eu desabilitasse eu não poderia xingar a narração.
ou seja, o videogame atua como extensão virtual do domínio de completa e absoluta insanidade que esse esporte chamado futebol exerce na minha vida, que faz com que um cara que se incomoda profundamente com questões de desigualdade e preconceito tenha uma vez se encontrado cantando no estádio uma música sobre a preferência do ex-atleta ronaldo nazário por travestis e depois se sentido profundamente culpado.

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Você foi ao FIQ? Quais são seus pensamentos sobre esses festivais no Brasil e no mundo? Acompanha a cena indiezinha de quadrinhos brasileiros?

não, infelizmente mesmo sendo em belo horizonte, eu acabei não tendo a oportunidade de ir em nenhum ano, porque sempre calha de cair num final de semana que eu tô indo pra são paulo ou minha namorada tá vindo pra cá ou eu tô indo pra minas – uma conseqüência de morar numa cidade, ter namorada em outra, e família numa terceira é que sua capacidade de manobra em termos de finais de semana fica bem reduzida.
mas ainda que eu tenha filado umas rio-comicons marotas e uma ou outra fest-comix bacaninha, eu tenho um déficit enorme quanto aos quadrinhos nacionais, ainda mais os indies e tal. curto um danilo beyruth, o moon e o bá, comprei cachalote na semana do lançamento, acompanho demais o trabalho dos caffagi – fiz matéria pra fanzine sobre o puny parker e tudo mais – mas acho que isso é basicamente a ponta mainstream do iceberg, certo? assim, dentro do que dá pra chamar de mainstream, já que quadrinhos no brasil é um lance ralado até pra quem em tese tá estourando [e claro, acompanho todos os clássicos, desde esses projetos de releitura da turma da mônica – gostei demais de magnetar – até os laertões e angelis da vida]
sobre os festivais, eu admito que os poucos que eu fui eu gostei, pelo senso de comunidade, sabe? tenho quase 30, então eu cresci num ambiente onde a internet estava presente de maneira apenas parcial e falar de sandman ainda não impressionava as gatinhas – eu sinceramente fiquei sabendo apenas hoje que impressiona, um amigo mencionou no twitter, sigo cético – então ainda existia uma certa aura de marginalidade e isolamento mesmo no fato de gostar dos quadrinhos mais famosões possíveis, já que no meu ensino fundamental eu não tava lendo ghost world, eu tava lendo homem-aranha mesmo
porque ainda que hoje eu viva num mundo em que existem diversos sites específicos, adaptações pro cinema, onde é socialmente aceitável que um grupo de homens adultos bêbados discuta com qual personagem de quadrinhos preferia namorar – meu top 3 inclui kitty pride, monica rambeau e betty Brant – eu ainda me lembro de uma época em que roubavam as suas revistinhas na sua carteira, saiam correndo com elas pelo pátio, te chamavam de esquisito e falavam que você queira namorar o homem-aranha. o que é factualmente errado, ainda que, ok, se eu fosse gay provavelmente faria algum sentido, eu realmente acho o cara muito bacana.
então sempre que eu vou num evento de quadrinhos e vejo um homem adulto fantasiado de sr. fantástico com aquela roupa colada e tentando fingir que consegue esticar os braços eu, ainda que me sinta extremamente desconfortável porque putz, a roupa é muito colada, no rio é muito quente, esse cara vai morrer, eu sinto uma certa comunhão porque pra chegar nesse ponto todos nós realmente penamos e passamos certas raivas e tivemos nossos quadrinhos rasgados e nossa sexualidade questionada por conta de uma ligação talvez forte demais com personagens fictícios.
mas admito que queria ir numa san diego comic-com, talvez em 2015, se galera animar

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