Então, nasci há quase 17 anos com 1 quilo e 600 gramas, com 7 meses. Quase perdi minha mãe no parto, fui uma criança bastante doente, mas graças a Deus meus pais tiveram forças e sempre me deram o melhor. Eu cresci bem depois de um tempo, me tornei a Fernanda que sou vendo os exemplos que chamo de pais, me tornei a Fernanda que sou, a garota de quase 17 anos, mas com mentalidade de uma pessoa muito vivida, não querendo me gabar, longe disso, mas eu tenho mais cabeça que muita mulher de vinte e pouco anos. Sou uma menina teimosa, o tipo granada que fala sem pensar, ciumenta que não disfarça, chorona de dar dó, medrosa que desmaia ao ver um palhaço. O tipo de menina que se entrega por completo, a que ama, que cuida, que dá valor aos pais que tem acima de tudo, que ora todas as noites, que trabalha com as crianças da igreja e não tem vergonha de dizer isso, tem orgulho! A que já sofreu por amor, mas como imperfeita do jeito que sou, já fiz alguém sofrer. A que já chorou baixinho no travesseiro a noite, mas a que já fez gente chorar. A menina que se dedica quando pode e quando não pode. A que não espera pelos outros. A menina dos belos textos, da voz baixa, dos olhos azuis e cabelos rebeldes, a menina mais amada do mundo, que com todas as dificuldades e tristezas e medos e perdas não abaixou a cabeça. Sei que parece clichê eu dizer essas coisas, mas eu realmente sou assim.
E como citação final pra esse texto feio que fiz, cito Markus Zusak em A Menina que Roubava Livros: eu odeie as palavras, e as amei. Espero tê-las usado direito.