Boa tarde Carmen! Vou muito bem, apesar que esses dias eu tenho tido alguns pesadelos e não consigo entender porque, pois não tenho comido muito de noite e nem pensado em coisas negativas. Mas e você como está?
“Eu chorei uma infinidade de fraturas expostas, carências bizarras e medos soterrados depois que o telefone tocou. Fiquei sentada ao pé da porta encarando o apartamento, agora tão vazio e sombrio que dava até pena. Eu queria chorar porque tinha levado um soco no estômago e um pé na bunda, eu queria chorar porque estava doendo, porque apesar de piadista, eu não tenho explicações pra tudo, sou só carente e louca. Chorei pela falta que eu sentia dos meus pais, pelo medo de ter que aguentar sozinha a morte deles um dia. Chorei porque a vida não tem nada de mágica olhando daqui de cima desse apartamento, enterrada no concreto, presa no meio dessa cidade que de iluminada não tem é nada. Eu chorei pelas cortinas que meu decorador colocou e eu odiei, pelo mármore riscado pelo filho da minha tia gorda, eu queria esvaziar a vida em mim. Chorei durante vinte e sete minutos ininterruptos sentada ali. Depois levantei, firme e piadista como sempre, porque o planeta lá fora não para pra você se reconstruir, a vida flui. Eu encarava o apartamento ainda vazio e cheio de lembranças nossas, com o nó não desatado de um amor que nem era amor no final das contas. Às vezes as estrelas mais brilhantes só podem ser vistas nos momentos mais sombrios do céu. E aí pensei que vinte e sete minutos são sempre muito cedo, ou muito tarde para qualquer coisa que você queira fazer, e aí eu quis comprar uma passagem e fugir de casa porque chorar sentada ao pé da porta era triste e deprimente demais para alguém como eu. Porque estar triste depois de uma ligação é pouco mínima para o tamanho da minha vontade de gritar na janela o quanto você não vale as minhas lágrimas, o quanto a minha crise existencial pós ligações amorosas é pequena diante do quanto eu ainda sou piadista, triste e sozinha. Porque continuar sentada esperando o telefone tocar não vai diminuir o ritmo do mundo, continuar com saudade não vai mudar a minha opinião sobre o quanto o meu cabelo é ruim e a minha cintura é gorda, já que eu só enxergava a beleza quando me via nos seus olhos. E que no final das contas o túnel da minha alma continuava escuro e raso no final do dia, que o mundo triste e sem cor ainda era familiar para mim, e eu desaprendi a viver nele. Sem você.” — Ciceero M.
Minhas ideias, meu eu, meu universo. O tempo anda passando muito rápido sabe? E tudo a minha volta parece mudar e sumir em um piscar de olhos, por isso tenho medo de mudanças, apesar que toda vez que eu mudo, as coisas parecem melhorar, mas só parecem mesmo.
Qual é a face de um covarde?
Aquela que não se mostra?
Espaço livre <3
Espaço livremente livre.
“Quando eu me perco é onde eu me encontro. Quando me calo é onde me escuto. Quando me escondo é onde me acho. Quando eu surto é onde me entendo. Quando eu choro é onde me sinto melhor. Quando me encontro na meio da multidão é onde me sinto sozinha. Quando estou sozinha é onde eu sinto o vazio. Isso acontece sempre, a solidão está dentro de mim, eu não sou igual a eles, nunca fui. Eu sou o caos do mundo. Eu sou o tipo de pessoa que as pessoas não querem por perto. Por isso me isolo, quando eu estou perto é o mesmo que estar longe, não faz diferença pra eles, o melhor de tudo isso e que não faz diferença pra mim também. Eu me aceito, isso foi o melhor começo pra eu começar a viver.” — Carolline Libório.