$AT!SFAÇÃO

Como já dizia nossa querida Cássia Eller, “Mudaram as estações, nada mudou”. Realmente, as estações mudaram e nada entre nós mudou. Já se passaram dias, semanas, meses e nada entre nós mudou. Quer dizer, brigamos menos, nos vemos mais, nos “zoamos” mais, mas o que poderia mudar, não mudou. A cada dia que passa fica mais difícil te esquecer, fica mais difícil tirar certas memórias da minha mente, e fica mais difícil desistir de você. E mesmo o quão difícil seja isso, você com apenas um olhar consegue tirar o meu sorriso mais sincero, o meu olhar mais doce, a minha fala mais calma, chega ser irritante esse controle que você tem sobre mim. Não, não queria permitir isso, mas permiti. E hoje, sofro as consequências de uma verdade dita meses atrás. Para nós, um “eu gosto de você” ou até mesmo um “eu amo você” nunca foi cedo ou tarde demais para ser dito, nós vivemos de idas e vindas, e sabemos muito bem que certas coisas precisam ser ditas quando sentirmos a necessidade de falar. Bom, talvez EU não tenha falado no momento certo, mas então, qual seria o momento certo? Afinal, existe um momento certo? Ou ele só se torna certo, quando nos permitimos, nos entregamos, e fazemos do desafio, um objetivo? Momento certo seria aquele que ambos se correspondem, ou aquele momento que você sente tamanha necessidade de contar a verdade? Será que o momento “certo” já havia passado? Ou será que ele ainda vai vir? Tantas perguntas sem respostas, pensamentos sem saída, um turbilhão de sensações que nem eu mesma sei explicar. Você tem sido como uma literatura de Machado de Assis, há várias formas de ser interpretado, e eu não sei como devo te interpretar. Será como aquele cara que algum dia irá me amar? Ou aquele cara que jamais sentirá algo? Aquele que pensa em tentar algo? Eu sei, você já disse que não corresponde. Mas e se com o tempo, você conseguir sentir algo? É, bem que dizem, a esperança é a última que morre. E vai ver, você é a minha esperança, aquela que eu não quero que “morra”, ou melhor dizendo, acabe. E tudo isso, porque você é como as estações. No Verão, é quente. No Outono, esfria. No Inverno, se torna frio. Na Primavera… na Primavera? Você não se resolve, e espera pelo Verão mais uma vez. É algo sem fim. Mas te peço, por favor, seja meu Verão novamente, não deixe o Outono, o Inverno, a Primavera chegar. Não de novo. Vem, fica. Não mude. Não se vá. Eu preciso da sua presença, preciso do seu abraço. Eu preciso de você.

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Um amigo não racha apenas a gasolina. Racha lembranças, crises de choro, experiências. Racha a culpa, racha segredos. Um amigo não empresta apenas a prancha. Empresta o verbo, empresta o ombro, empresta o tempo, empresta o calor e a jaqueta. Um amigo não recomenda apenas um disco. Recomenda cautela, recomenda um emprego, recomenda um país. Um amigo não dá carona apenas pra festa. Te leva pro mundo dele, e topa conhecer o teu. Um amigo não passa apenas cola. Passa contigo um aperto, passa junto o reveillon. Um amigo não caminha apenas no shopping. Anda em silêncio na dor, entra contigo em campo, sai do fracasso ao teu lado. Um amigo não segura a barra, apenas. Segura a mão, a ausência, segura uma confissão, segura o tranco, o palavrão, segura o elevador. Duas dúzias de amigos assim ninguém tem. Se tiver um, amém.

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