Dilan Hucci

“E ele comenta com o amigo.
— Acho que tô apaixonado por ela, velho.
— Porque?
— Semana passada eu estava na faculdade e meu telefone tocou, eu sai da aula e atendi a ligação, e era ela. Eu perguntei o que tinha acontecido e ela com uma vozinha de medo disse que estava no banheiro e que precisava de mim. Eu perguntei porque ela me respondeu que tinha uma barata na sala, que era para eu ir pra casa a matar. Eu ri velho, ela parecia uma criança. E eu disse que não dava, estava em aula, ia ter prova. Mas dai ela com aquele sotaque dela me pediu por favor.
— Não entendi o que isso tem haver com estar apaixonado por ela.
— Ah velho, eu larguei tudo, perdi a prova e fui a salvar. Quando cheguei lá, não tinha barata, não tinha nada. Só tinha ela lá sentanda com um controle de vídeo-game na mão dizendo que estava com saudade.”

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“Ele a liga.
— Alô?
— Júlia?
— Não, aqui é a mãe dela. Quem fala?
— O Guilherme, posso falar com ela?
— Não, ela está de castigo. Posso saber quem é?
— O Guilherme, sogra.
— Sogra?
Ele começa a chorar.
— Oi, tem um tempinho para me ouvir?
— Pode dizer, tô aqui.
— Me chamo Guilherme, tenho dezessete anos, moro em São Paulo, e sou apaixonado pela sua filha. Eu sei que você vai achar que eu sou um homem de quarenta anos e que quero matar sua filha, mas eu espero que acredite em mim. Eu amo a sua filha, amo o jeito que ela é e o jeito que ela me faz ser. Amo as birras, os choros, os medos e as horas que eu passo ao telefone com ela. Eu sei também que você não vai aceitar, mas eu namoro sua filha á dois meses, e se quer saber senhora, foram os melhores meses da minha vida, e ainda estão sendo. Jú me pediu de diversas vezes para esperar estarmos juntos para namorar, mas olha, eu não suportei. Hoje eu faço faculdade, quero ter um futuro, não futuro apenas, quero dar um futuro á sua filha. Eu chegar e ter a liberdade de te chamar de sogrona, de frequentar a sua casa e comer na mesma mesa que a senhora, se me permitir. Se não, eu como no sofá mesmo, sento no chão, você que manda. Eu não sou lindão não, nem tenho uma forma de falar boa, sou um idiota, que por tanto pedir á Deus encontrei a tua filha. Eu até poderia fazer uma piadinha de mal gosto agora, mas não irei fazer, Júlia me disse que a senhora é um pouco irritada, e acho melhor, passar uma imagem de bom moço, antes de te chamar de apelidos carinhosos. Sei que com certeza, você já deve estar me odiando e pensando em como a colocar de castigo, por ter conhecido alguém pela internet, mas olha dona, eu não comecei dizendo que a amava, eu só queria ser amigo dela. Minha irma se casou com um cara que conheceu na internet, e é por isso que eu ainda acredito na Júlia e eu. Acho que você deve estar se pensando, o que um garoto de dezessete, quer com uma menina de quinze, e agora te respondo: Eu quero me casar com ela. — Ele para por estar chorando — Me desculpe, sou chorão demais, choro por tudo. A senhora vai entender o porque algum dia. Eu espero que você não esteja duvidando do meu amor, se quiser eu gravo um vídeo, chamo a minha mãe ou se permitir, a levo até ai, para ficar olho a olho e eu poder agarrar a minha baixinha. Eu quero te pedir perdão por todas as vezes que fiz sua filha chorar, ela não merece. Ela é gente boa demais, e por mais que você esteja em silêncio, eu quero que saiba que ela deve ter puxado isso da senhora. Eu não sou o melhor, nem chego perto de como o seu marido deve lhe tratar, mas como sua filha diz, eu vou entrar para a família para somar, se tornar seu filho e ter o maior prazer de te defender, quando vocês brigarem por culpa de notas. Eu a amo sogra, amo demais. E eu queria que soubesse por mim, e não por ela. Mas antes de você desligar na minha cara, eu quero que saiba também que se a senhora não permitir, eu vou esperar. Eu vou esperar mesmo, porque sinceramente,

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“Ele estava dormindo.
— Luc? Luc? Lucas?
— Oi, amor.
— Tava dormindo?
— Aham, mas que foi?
— Não consigo dormir.
Ele se vira. — Que horas são?
— 03:01h.
— Nossa amor, que foi?
— Minha barriga ta doendo demais, mo.
— Nosso filho tá bem?
Ela ri. — Idiota. Tá sim. Mas ta doendo demais.
— Vem aqui, fica pertinho.
Ele coloca a mão na barriga dela, faz carinho. A abraça e puxa o cobertor.
— Lucas.
— Oi, amor.
— Qual vai ser o nome dela?
— Tá grávida, Babi? — Ele ri.
— Não, mas e quando eu estiver?
— Eu vou ser o cara mais feliz da face da Terra.
Ela sorri. — Sério? Porque?
— Ah cara, vou ser pai, vamos ter a nossa filha, nossa bailarina.
Ela chega mais pertinho dele. — Ta doendo.
— Calma, já já passa amor. — Diz ele ainda fazendo massagem em sua barriga.
— Qual vai ser o nome dela, amor?
— Não sei, escolhe.
— Olha, escolhe você. Pode ser Maria Clara, Maria Luiza, Manuela, Alice.
— Gosto de Manuela e Alice.
— Qual você prefere?
— Alice.
— Então vai ser esse, Alice. Nossa Alice.
Ele sorri. — Nossa princesa.
Ela sorri o respondendo. — Nossa.
Eles ficam em silêncio.
— Babi.
— Oi amor.
— A dor está passando?
— Tá sim, já estava quase dormindo.
— Então…
— Então o quê?
— Quer tentar fazer a nossa princesa? — Ele sorri.
— Idiota.
— Quer ou não?
— Quantas vezes quiser, futuro pai.”
~ Tua-Idiota. — Faz massagem amor, por favor.

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“Ela fica em silêncio. Guilherme tenta falar mais alguma coisa.
— Tá, eu sei que não tá dando certo isso, e que você vai me odiar e que não me que mais perto dela. Eu sei disso tudo, mas sei lá, eu mudei tanto, senhora. Eu daria tudo para fazer parte da família, até mesmo esperar.
Ela suspira. — Calma, eu não disse nada. Estava simplesmente tentando formular todas as minhas idéias, mas como vocês dizem: sei lá, não deu certo.
Ele ri. — Não dizemos isso, mas ficou legal na sua voz, sogra.
— Sogra, isso também fica bonito quando você diz.
Ele fica ele silêncio.
— Enfim, Guilherme. Eu acordei, por mais de dois meses e vi minha filha sorrindo, já peguei vocês dois se falando por mensagens, já os ouvi pelo telefone, já presenciei tudo. E ela não sabe, eu também não sabia. Já peguei milhões de vezes o celular dela e vi uma mensagens do “gordinho” e não entendia quem era. Eu percebia um sorriso em seu rosto, e ela? Por mais preguiçosa que é, depois da sua ligação, até arrumava a cama, o quarto, e tudo mais que eu pedia. Cantarolava ás vezes. Sorria de uma forma grandiosa, de uma forma, apaixonada. Eu perguntava quem era você e ela simplesmente sorria, aquele mesmo sorriso que eu via depois dela responder uma mensagem sua. Ela te chamava de tudo, até mesmo de idiota. Era bonitinho a ver sorrindo como se você estivesse ali, e era bonitinho ela querendo esconder a felicidade. Ela é preguiçosa demais, você deve saber, mas ao falar com você, ela tomava um banho demorado, cantava, ria. Eu apenas a ouvia gritando e cantando músicas engraçadinhas, aqueles sertanejos apaixonados. Ela bem que me dizia de você, e sentia ciúmes quando eu apenas dizia seu nome. Havia dias que ela ficava em casa e apenas dizia: Mãe, não tem ninguém de interessante. E agora, eu vejo o mundo diferente. Eu não sei o que já aconteceu entre vocês, porque já a vi chorando também. Não sei também o que vocês querem da vida, nem nada. Não sou mãe para te dizer o que ela quer, afinal, ela é enrolada, acaba me enrolando também.
Ele sorri do outro lado da linha. — Isso é um sim? Vai deixar a gente namorar?
— Com uma condição.
— O quê? Eu prometo ser um bom genro, vou respeita-la, te respeitar também, vou respeitar suas regras, vou entrar para somar, vou honrar.
— Mais uma coisa.
— Que coisa? Claro, aceito.
— Que você a faça sorrir de hoje em diante do mesmo jeito que a faz.
— Senhora, vou fazer de tudo. Eu a amo.
— Me chame de Márcia.
— Lhe chamo de sogra, sempre.
Ela sorri. — Quer que eu a chame?
— Se não for incomodo, claro. ”
~ Uma ligação com a sogra, parte 2. — Tua-Idiota.

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Mano eu queria ta casado com a mulher que eu amo, ter nossa própria casa.. E queria poder ter 2 filhos, um menino e uma menina, pro meu pequeno cuidar da minha pequena enquanto eu tiver longe.. Queria poder brigar com minha mulher pra poder escolher os nomes dos nossos filhos.. Queria que pudesse ir no parque com meus filhos, sentar no banco e ver meu garoto brincando com minha garotinha, queria poder ver os dois brincando.. Queria poder sair pra jantar fora, dar risada, ir ao cinema.. Comer uma pizza, ir num parque de diversões.. Queria pode chegar em casa depois do trabalho e meus filhos vierem correndo me dar um abraço bem forte e depois dar um selinho na minha menina.. Queria poder assistir um filme em família. Queria poder fazer brigadeiro com a minha esposa, brincar de pega-pega com ela e meus filhos, de esconde - esconde, de bicho papão. Faria de tudo, mais tudo pra ver minha mulher sempre feliz ao meu lado, tentaria de tudo pra nunca derramar uma lágrima do rosto dela, vou fazer de tudo pra tornar perfeito e único, faria de tudo pra durar pra sempre tudo isso. E quando nós ficarmos bem velhinhos, espero que nossos filhos estejam bem grande, com trabalhos ótimos, espero que eles estejam casados, espero que me deem netos haha. E queria poder morrer junto com minha mulher. Agora tu ta c perguntando, mais quem seria essa tal mulher? A única menina da minha vida, Vitória. E cara vou fazer de tudo pra isso tornar realidade, sério.

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