Thaís ❋

Hoje, voltando da escola, percebi que minha cidade já está começando a ser enfeitada pro Natal. Eu nunca parei pra observar com atenção a minha cidade, então não posso dizer exatamente quando as luzes apareceram e começaram a disputar entre si pra ver quem brilha mais. Eu fico incrivelmente feliz quando o Natal se aproxima e, ainda que faltem dois meses, é quase palpável o clima alegre e acolhedor que já está aparecendo aqui. Por mais que meu radar pessimista aponte toda a hipocrisia e interesse, eu ainda acredito nesse tal espírito Natalino que todo mundo fala, e sinto minha alma incrivelmente mais leve nessa época. Enfim, essa foi a última coisa que me deixou feliz: numa das poucas vezes que deixei de prestar atenção em mim e prestei atenção ao meu redor, pude observar o nascimento de uma das coisas mais lindas desse mundo.
E fica uma foto do Natal do ano passado, aqui em Campos:

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Às vezes acordo achando que tenho o poder de mudar o mundo, às vezes acordo tão pequena e insignificante como uma formiga. E aí eu penso que até uma formiga é importante pra sociedade onde ela vive. Cada formiga é responsável por uma tarefa; como as rainhas, as responsáveis pela segurança das outras formigas, as que trazem os insetos, as responsáveis pelas larvas... Uma sociedade de formigas não funciona direito se a formiga responsável pela segurança não fizer a segurança ou se a formiga responsável pelo alimento não trouxer um inseto. Mas, voltando ao assunto, mesmo eu sendo tão pequena e insignificante, sou importante. Não vou ser egoísta e dizer que sou importante para o mundo inteiro ou para a sociedade inteira, mas sou importante pras pessoas que me rodeiam e que são igualmente importantes pra mim.

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Eu adoro mudanças, odeio permanecer do mesmo jeito durante muito tempo (uma semana já é muito tempo pra mim). Eu passo o mês inteiro guardando dinheiro e, no final do mês, sempre compro alguma coisa que eu tenho certeza que nunca vou usar. E eu sempre acabo usando porque eu estou em constante mutação. Eu mudo diariamente o meu gosto pra roupas, o meu humor, o meu gosto musical, os meus sonhos e os meus planos. O que eu puder mudar, eu estou mudando. Acho que é por isso que eu ainda não decidi qual curso fazer: só de parar e pensar que vou ter que estudar aquilo durante anos e trabalhar com aquilo durante anos, já me dá vontade de desistir. Eu não suporto a ideia de ficar presa a alguma coisa, seja ela um emprego ou uma pessoa. Conheço muitas pessoas que têm medo de mudanças porque têm medo de arriscar com algo que nunca fizeram e/ou nunca pensaram em fazer. Acho que elas se sentem assim porque se apegam muito às coisas e às pessoas e depois não conseguem largá-las. Por exemplo, eu moro com meus pais e os amo mais do que tudo, mas se eu tivesse a oportunidade, sairia sem rumo pelo mundo ou iria mudar em algum outro lugar. Eu amo os meus amigos, mas luto pela oportunidade de mudar de escola e conhecer outras pessoas. Eu quero sempre mudar, quero conhecer coisas novas, quero inventar coisas novas, quero sentir coisas novas. Só a palavra "mudança" já me deixa numa enorme felicidade e ansiedade.

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Isso me deixou com dúvidas, então, pra facilitar, vou excluir algumas hipóteses:

- "saber o tamanho que você tem dentro do planeta": Isso seria, por acaso, a mesma coisa que saber o sentido da vida? Porque se for, eu não quero. A graça da vida é isso: você chegar sem saber o por quê e ir embora sem saber o por quê. Eu não quero acordar sabendo exatamente o meu tamanho, o meu lugar e o meu papel no mundo. Eu quero acordar e tentar, fazer coisas diferentes, experimentar coisas que nunca fiz até achar aquilo que mais me agrada. E no outro dia, acordar e fazer tudo de novo, até achar outra coisa que me agrade, porque estou em constate mudança.

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- "saber que não sabe": Não sei se houve um erro de digitação e o certo seria "saber o que não sabe" ou se está certo e você quis dizer "reconhecer que não sabe". Caso for a primeira opção, eu não quero também. A ignorância é uma dádiva. Eu assumo que sou uma completa ignorante perto de todas as coisas que posso aprender, e assumo também que, talvez, minha felicidade exista justamente por eu não saber a maioria dessas coisas. Se for a segunda opção, eu já adquiri: já reconheço que não sei de nada. Só sei que nada sei.

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- "ser humilde": Se eu disser que já sou humilde, vou estar sendo desumilde? Agora fiquei na dúvida, hm. Em todo o caso, eu arrisco: me acho humilde.

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- "ser reconhecida": Isso me soou um pouco ganancioso, então vou excluir isso também. Se estiver falando sobre reconhecimento no meio familiar, querendo ou não, eu já conquistei isso e não consigo me imaginar fazendo algo que possa alterar esse reconhecimento. Se for no meio profissional, eu ainda não sei. Não decidi ainda o que vou fazer, então não posso opinar sobre esse assunto no momento. O reconhecimento que já tenho dentro da minha família está ótimo pra mim.


O que sobrou e eu espero adquirir na vida:

- "a capacidade de aprender sempre": Eu quero sempre ter essa sede de conhecimento que tenho hoje e quero sempre ter a capacidade e a oportunidade de aprender ou de aperfeiçoar o que eu já sei. Mas, como eu disse num item lá em cima, eu não quero saber demais, quero poder escolher o que aprender e quero aprender apenas o que eu julgar necessário.

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- "encontrar-se naquilo que faz": Como também já falei, eu ainda não decidi o que quero fazer da minha vida. Mesmo assim, sem nenhuma perspectiva ou planos, eu desejo me encontrar seja no que eu for fazer. Não quero fazer algo por obrigação ou por dinheiro, quero fazer algo que combine com a minha alma, que me dê forças e que reflita aquilo que eu sou.

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Cada um cria seu próprio conceito de falsidade e acaba julgando atitudes alheias baseando-se nesse conceito. Pra mim, falsidade engloba muita coisa além de "falar mal de alguém". É traição, é você criar uma persona totalmente diferente do que você realmente é só para alcançar um objetivo, é fazer amizades só porque elas podem te proporcionar algo como recompensa. Todo mundo fala mal de todo mundo, isso não pode ser julgado como falsidade. Eu adoro a minha professora de português, mas sempre falo mal dela pro meu pai porque ela nunca soma direito as notas no fim do bimestre. Eu amo a minha melhor amiga, mas sempre falo mal dela pra um amigo meu porque ela julga as pessoas sempre que tem oportunidade. A falsidade anda de mãos dadas com o orgulho, com o egoísmo e com a ganância. É algo muito mais complexo do que "fulana falou mal de você ontem, ela é falsa".

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