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Curti e estou seguindo.

Namorar é algo que vai muito além das cobranças. É cuidar do outro e ser cuidado por ele, é telefonar só para dizer bom dia, ter uma boa companhia para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguém para fazer e receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas, enfim, é ter “alguém para amar"

E assim sou, fútil e sensível, capaz de impulsos violentos e absorventes, maus e bons, nobres e vis, mas nunca de um sentimento que subsista, nunca de uma emoção que continue, e entre para a substância da alma. Tudo em mim é a tendência para ser a seguir outra coisa: uma impaciência da alma consigo mesma, como com uma criança inoportuna; um desassossego sempre crescente e sempre igual. Tudo me interessa e nada me prende. Atendo a tudo sonhando sempre; fixo os mínimos gestos faciais de com quem falo, recolho as entoações milimétricas dos seus dizeres expressos; mas ao ouvi-lo, não o escuto, estou pensando noutra coisa, e o que menos colhi da conversa foi a noção do que nela se disse, da minha parte ou da parte de com quem falei. Assim, muitas vezes, repito a alguém o que já lhe repeti, pergunto-lhe de novo aquilo a que ele já me respondeu; mas posso descrever, em quatro palavras fotográficas, o semblante muscular com que ele disse o que me não lembra, ou a inclinação de ouvir com os olhos com que recebeu a narrativa que me não recordava ter-lhe feito. Sou dois, e ambos têm a distância — irmãos siameses que não estão pegados.

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u não consigo mais fazer dos meus dias os melhores, foram poucas as vezes que conseguir alinhá-los corretamente comigo. Nem tão reto e nem tão torto. Li há algumas semanas atrás, em um jornal que pessoas com a vida fora de ordem poderiam ter problemas sociais ou infartos. No mesmo momento eu imaginei todas as pessoas do mundo juntas. Imaginei todas elas trancadas em um mesmo quarto branco-amarelado, com um turbilhão de coisas esparramadas, aquela bagunça do caralho. Estavam trancadas por terem o quarto bagunçado e serem anti-sociais. Uma coisa puxa a outra, nesse caso. Pensando bem, em todos os casos. Mas por algum problema, elas estavam juntas naquele suposto quarto – mesmo sendo anti-sociais, estavam juntas. O jornal estava de certa forma errado. Elas não eram anti-sociais, digamos que uma parte não e outra sim. E eu mesmo me vi naquele quarto com aquelas pessoas, estavam sentadas cabisbaixas e ao mesmo tempo amedrontadas. E o medo não era de estarem com outras pessoas. Devia ser pelos infartos. Elas mesmas sabiam do sério risco que estavam correndo por serem solitárias. A culpa não era de si própria. A culpa era de alguma forma de todas as pessoas e acho que a mídia, por meio de jornais também espalhados pela cidade, estava querendo dar um ponto final nessa merda toda. Por todos serem anti-sociais. E não me leve a mal, mas eu sou anti-social. As vezes fico feliz comigo mesmo por não ter alguém para compartilhar a minha felicidade ou ficar feliz com ela. Sabe, cara, estar trancado naquele quarto com outras pessoas era bom. Nem tanto, mas era. Pouco a pouco nós íamos trocando palavras, gestos e pensamentos. Um bando de loucos. Loucos mesmo. Era uma puta loucura aquele planejamento, mas estava acabando com a minha solidão de certa forma. Porra, a solidão de todos. Eu até mesmo aprendi a arrumar o meu quarto, o lugar que eu tanto fico preso, por dias, semanas e meses. E hoje, tampouco fico lá! Por culpa do jornal. Aliás, da minha imaginação. E graças a ela hoje não corro risco de nenhum infarto por solidão. Seria um porre morrer por solidão.

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Ou sou falta, ou sou excesso.
Nunca meio termo, nunca um equilíbrio. Desligo o botãozinho de sentimentos e me convenço de que viver no modo automático seja a melhor forma para se viver. A melhor forma para encarar altos e baixos, curvas e lombadas. Eu me extasio e sigo assim, sem exigir muito, somente aproveitando raros e rápidos raios solares que esquentam brevemente a minha pele. Ou sou o vicio, ou o viciado. Nunca uma cura, jamais uma liberdade. Tenho evitado voos, não tiro os pés do chão; e é isso o que me livra de muitas quedas mesmo que seja preciso me distanciar de ligeiras alegrias. Não há sorrisos tão duradouros, mas também não há joelhos ralados. Dou passo por passo e quando sinto vontade de saltar, repito para mim que é melhor assim, que eu preciso desse tempo para que feridas recentes possam cicatrizar e quem sabe, algum dia, eu volte a voar alto.

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Na vida, apenas uma coisa é certa, além da morte e dos impostos. Não importa o quanto você tente, não importa se são boas suas intenções, você cometerá erros. Você irá machucar pessoas. E se machucar. E se algum dia você quiser se recuperar… Há apenas uma coisa que pode ser dita… Esquecer e perdoar. É isso que dizem por aí. É um bom conselho, mas não muito prático. Quando alguém nos machuca, queremos machucá-los de volta. Quando alguém erra conosco, queremos estar certos. Sem perdão, antigos placares nunca empatam, velhas feridas nunca fecham. E o máximo que podemos esperar é que um dia tenhamos a sorte de esquecer.

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