Thiago

no que haveria de fazer. Não podia deixar que ficasses na rua. A passar frio. Mas.. talvez não me quisesses ver. Ou me mandasses embora. Mas mesmo assim, não ia deixar-te na rua.
" Diz-me aonde é que ela está e eu vou buscá-la. E... não comentes o que viste com ninguém, não quero que saibam que eu fui ter com ela, ou que provavelmente ela virá para minha casa passar a noite. E.. obrigada por teres avisado. "
Ele apenas limitou-se a explicar onde estavas e eu estava de pijama, mas também não ia mudar de roupa. Peguei nas chaves de casa e corri até ao carro entrando. Pus o cinto e arranquei. Ao fim de uns 10 minutos cheguei ao local e estacionei no fundo da rua. Saí e comecei a procurar-te em todo o lado até que te encontro sentada numa escada e encostada a uma parede. Caminhei até ti e quando chego perto baixo-me e olho-te com atenção. " Sei que provavelmente nem me queres ver à frente por ter sido um idiota contigo. Mas eu não te vou deixar sozinha na rua. Ainda por mais a estas horas. Ainda te fazem mal. " murmuro e peguei-te ao colo com cuidado por causa da barriga que eu nem se quer te perguntei nada, neste momento estava mais preocupado em tirar-te dali e levar-te para casa e deixar-te a descansar num sitio mais sossegado. Caminhei até ao carro sem dizer-te mais nada e quando cheguei abri a porta e ajudei-te a sentar no banco e depois fechei a porta e logo a seguir entrei eu. Tranquei as portas para me certificar que não ias sair e pus o cinto esperando que fizesses o mesmo e logo a seguir arranquei até casa.

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Não faço a mínima ideia.
Eu já não sabia nada de ti, nem as tuas redes sociais eu conseguia ver porque estava bloqueado por ti. O que me dava a entender que acabou de vez. Porque nunca tinha acontecido isto. Sempre que acabávamos.. Sempre continuámos amigos nas redes sociais. E agora ? Nada.
A única coisa que restavam de ti eram apenas lembranças, pensamentos e.. fotos. Fotos que tinha no telemóvel. Espalhadas pela casa.. e nas minhas redes sociais. Nem se que as tirei. Deixei estar. Não queria que os fãs soubessem da nossa separação e do que tinha acontecido na igreja.
Nas entrevistas que tinha. Desvia sempre o assunto. Ou então pedia para não falar acerca disso. Se bem que havia imensos rumores que a nossa relação tinha acabado de vez. Mas não havia provas que comprovassem que isso era verdade.
Pelo menos de mim não.
Morava sozinho na nossa casa. E de ti nada sabia.
Era um sossego mas ou mesmo tempo uma solidão.
Isto nunca tinha acontecido. Eu afastar-me de tudo e todos. Inclusive amigos. As únicas vezes que eu estava com o "mundo" era nas aulas. Pois não podia faltar, as pessoas pagavam para as ter e eu não podia faltar.
Estava muito alterado, muito reservado e quieto. Nada se passava. Pelo menos para os outros de fora , nada acontecia. Mas só eu sabia o que acontecia quando passava as noites acordado até às tantas a olhar para aquilo que nós construímos juntos. Para as lembranças.
Ficava deitado no sofá com uma manta sobre o meu corpo, a lembrar-me de momentos que tínhamos passado juntos. Estava a ser mesmo complicado lidar com esta situação.
E quando bebia demasiado era quando libertava tudo aquilo que ia acumulando consoante os meses iam passando.
Claro que não fazia figuras à frente de ninguém. Seria estúpido... As pessoas saberem o quão baixo desci ao ponto de deixar o álcool dominar-me.. ou melhor.. deixar que o álcool toma-se conta de mim.
E era nessas alturas que eu libertava tudo, destruía tudo o que via, mas no dia seguinte quando despertava limpava tudo e ia dar a minha corrida matinal como se nada se passa-se. Quem é que ia adivinhar ? Ninguém. Nem mesmo eu, por vezes nem me lembrava do porquê de acordar de manha e ter a casa de pernas para o ar.

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Eram 2h:43min da manhã quando recebo uma chamada de um amigo meu, estranhei porque já não falava com ele desde aquele dia na igreja, precisamente.. à um 1 ano atrás. Logicamente que atendi para saber, podia ser bastante importante ou talvez ele precisa-se de algo.
Mas quando atendi. O mundo caiu aos meus pés.
Eu ouvi... " Hey puto, sei que nunca mais falámos desde aquilo e sei que provavelmente não deves queres saber, mas.. não sou capaz de ver estas coisas e não puder fazer nada. Encontrei a Olivia num canto aí, toda a tremer, com uma enorme barriga, talvez esteja grávida. Mas a mim parece-me que ela vai passar a noite na rua. E eu não posso levá-la para minha casa por causa dos meus pais.... Que devo fazer "
Ao ouvir aquilo fiquei em silêncio a pensar. (+)

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( Vou já passar tudo à frente ! )
Andava um pouco triste por ninguém compreender o meu lado. Nem mesmo tu.
Não é que eu não te amasse o suficiente.. Porque nunca amei ninguém como te amo a ti. Eras sem duvida o amor da minha vida. Mas.. não estávamos preparados para dar esse passo tão "grande".
Sempre fomos com calma, mas de repente dar esse passo tão comprido.. Não estava preparado para isso. Pelo menos não agora. Mas quem sabe o futuro ? Não podia cometer esse.. bem.. não é um erro. Eu não podia avançar tão depressa. Ainda somos tão novos, e eu sou muito inseguro, pois eu vejo tantos casais que conhecessem-se.. namoram durante anos, casam-se e meses depois acaba-se tudo. Terminam a relação ou pedem o divórcio. Eu gosto demasiado de ti, amo-te demasiado para te perder dessa maneira. É que esses acontecimentos são tão comuns na sociedade de hoje em dia.. que.. podia acontecer connosco. E eu tenho medo, preciso de ter mais respostas vindas do "tempo" para puder finalmente pedir-te em casamento. Mas isso não funcionou. Tu querias casar-te comigo. Querias avançar demasiado depressa. E eu como sempre estraguei tudo.
Tu e o pessoal decidiram fazer uma surpresa na igreja. Obviamente que aceitei, mas não fazia a mínima ideia para onde ia. Não me disseram. Levaram-me até ao local de olhos vendados. Fiquei tão nervoso e transpirar. E quando cheguei lá, vi tudo.. e o teu pedido... Eu não sei o que se passou. Nós já tínhamos discutido sobre esse assunto várias vezes.. Mas nunca te disse a verdadeira razão, sei lá, podias pensar que era apenas uma desculpa para não me casar contigo. Ou então podias simplesmente pensar que eu tenho outras e por isso não quero estar contigo.
Mas quando vi tudo aquilo eu não sei.. O meu mundo parou, a minha respiração travou e o meu coração batia a mil. Apenas paralisei por completo a olhar para ti. Estava lá tanta gente.. Em silêncio a olhar para nós e eu... Nada.
As minhas últimas palavras dirigidas a ti foram.. " Desculpa Olivia mas eu não consigo. " E saí dali a correr. Desde aí ? Nunca mais tivemos contacto um com o outro. Aliás, cada um seguiu o seu caminho. Tu continuaste o teu trabalho e eu o meu. Porém sempre sozinhos.
Pelo menos eu, não queria estar com ninguém, sentia-me vazio sem ti e sem vontade de conhecer outras pessoas.
Era muito difícil não pensar em ti. E pior era o vazio que sentia ao entrar em nossa casa e não te ter lá. Não te ver lá. Sentia-me tão sozinho.
Era triste acordar de manha e olhar para o lado e tu não estares lá. Afastei-me da minha família pois só queria era estar sozinho. Não queria falar com ninguém. E sabia que se estivesse com a minha família eles iriam perguntar por ti. E eu não queria que tocassem nesse assunto porque ainda estava tão abalado com as coisas. Ainda me custava acreditar que eu tinha recusado o pedido da pessoa que eu mais amo neste mundo. E se calhar.. Ou de certeza que depois disso te perdi para sempre. Será que sim ? Será que não ? Não sei... (+)

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