Perce, meu caro. Pode me falar um pouco sobre o processo que foi escrever teu primeiro livro? E sobre a forma que tu usa para escrever hoje em dia no geral. Mudou muito?
Meu primeiro livro publicado foi “A canção de pedra”, uns contos ingênuos e mais ou menos dramáticos, coisa de jovenzinho. Publiquei um deles no blog.
http://www.percepolegatto.com.br/2013/02/09/diversos-caminhos-do-asfalto/
O caso é que esses contos foram escritos ao longo de alguns anos enquanto eu estava escrevendo meu primeiro livro de fato, “Os últimos dias de agosto”, que só foi publicado muito tempo depois. Não era um plano. Eu havia começado um diário, registrando pensamentos e observações conforme as coisas (e as pessoas) iam acontecendo em minha vida. Então pensei em montar um livro com os trechos em certa sequência, formando uma unidade narrativa – afinal, era bastante cronológico. Atraído pelo formato epistolar, como dos romances “Os sofrimentos do jovem Werther”, de Goethe, e “O bosque das ilusões perdidas”, de Alain-Fournier, pensei em fazer o mesmo. “Os últimos dias de agosto” foi escrito durante sete anos. Nesse percurso, foi reescrito algumas vezes. (Não existiam computadores, editores de texto eletrônicos, e quando digo reescrever, era reescrever tudo mesmo, página por página, como fizeram todos os escritores da história antes de mim, até os anos 1990.) Alguns personagens que não apresentavam muito significado foram excluídos. Havia uma versão, toda em primeira pessoa, que deu lugar à atual, alternando o foco narrativo. Isso deu mais dinamismo à narrativa e a enriqueceu sob o ponto de vista técnico. Todo esse processo foi prazeroso e desafiador, pois escrever depende de “uma facilidade natural e uma dificuldade adquirida”, nas palavras de Joseph Joubert.
http://www.percepolegatto.com.br/2012/02/20/os-ultimos-dias-de-agosto-abertura/
http://www.percepolegatto.com.br/2013/02/09/diversos-caminhos-do-asfalto/
O caso é que esses contos foram escritos ao longo de alguns anos enquanto eu estava escrevendo meu primeiro livro de fato, “Os últimos dias de agosto”, que só foi publicado muito tempo depois. Não era um plano. Eu havia começado um diário, registrando pensamentos e observações conforme as coisas (e as pessoas) iam acontecendo em minha vida. Então pensei em montar um livro com os trechos em certa sequência, formando uma unidade narrativa – afinal, era bastante cronológico. Atraído pelo formato epistolar, como dos romances “Os sofrimentos do jovem Werther”, de Goethe, e “O bosque das ilusões perdidas”, de Alain-Fournier, pensei em fazer o mesmo. “Os últimos dias de agosto” foi escrito durante sete anos. Nesse percurso, foi reescrito algumas vezes. (Não existiam computadores, editores de texto eletrônicos, e quando digo reescrever, era reescrever tudo mesmo, página por página, como fizeram todos os escritores da história antes de mim, até os anos 1990.) Alguns personagens que não apresentavam muito significado foram excluídos. Havia uma versão, toda em primeira pessoa, que deu lugar à atual, alternando o foco narrativo. Isso deu mais dinamismo à narrativa e a enriqueceu sob o ponto de vista técnico. Todo esse processo foi prazeroso e desafiador, pois escrever depende de “uma facilidade natural e uma dificuldade adquirida”, nas palavras de Joseph Joubert.
http://www.percepolegatto.com.br/2012/02/20/os-ultimos-dias-de-agosto-abertura/
Liked by:
Higgor Nogueira