Discordo desde a premissa.
Tem vários tipos de ingenuidade que são inerentes às pessoas. E.g.: eu sou ingênuo com relação ao amor romântico; parto do princípio de que as pessoas são capazes de me amar tanto quanto eu sou capaz de as amar - o que raramente é verdade. Daí é possível tirar que, sendo otimista, eu acabo sendo - invariavelmente - ingênuo. E isso não acontece, porém, no que se refere à lealdade das pessoas, já que eu sempre me preparo pra ser traído. Quer dizer, o pessimismo, nesses casos, é opositivamente relacionado à ingenuidade.
E, bom, "experiência de vida" é um conceito abstrato demais pra servir como agente numa declaração. Nascer já é uma experiência. No meu caso, sofrer um grande trauma foi uma experiência de vida que moldou grande parte do meu caráter. E quem nunca passou por algo assim? Como essas pessoas poderiam "perder a ingenuidade"?
Então, não. A ingenuidade não é perdida com experiência de vida. O que pode acontecer é o indivíduo passar por tantos traumas que acaba adquirindo formas de evitar o desgaste. Pra ser bem didático, a gente pode imaginar um cara que foi traído por várias meninas com determinado comportamento. Ele vai passar, mesmo que inconscientemente, a evitar esse tipo de menina a fim de não sofrer a mesma ação. Agora, isso não quer dizer que ele tenha deixado de ser ingênuo. Ele tá apenas evitando uma situação potencial. Quer dizer, ele pode até ter perdido a ingenuidade dos próprios atos, mas não perante o resto do mundo. Até mesmo porque meninas com outros comportamentos podem vir a trair o cara da mesma forma. Entende?
Acho que me perdi um pouco. Mas enfim.
A partir disso, a gente pode dizer que as experiências de vida que "tiram" a nossa ingenuidade são as traumáticas. Mas não tiram.
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