Se a gente não sabe nada sobre ela, então a gente não a conhece. O fato é que nós mais projetamos do que conhecemos. Há uma rede muito densa de desejos, expectativas e medos a partir dos quais o mundo é visto. Essas telas distorcem necessariamente tudo quanto se vê. A memória e a imaginação também cometem todo tipo de injustiças condenando a pessoa a estar sempre presa nos esquemas que a gente já acha que sabe dela. A única forma de escapar disso é ficar consciente do processo. Quando se fica consciente dele, a pessoa meio que o olha como se ele fosse exterior a ele, como se ela estivesse num lugar à parte. Nisto, ela descobre uma instância diferente da psíquica, e é esta descoberta que lhe permite colocar-se acima do automatismo da projeção. O amor não é uma experiência psíquica, mas noética.
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