† Fábio Silvério φ

Claro que há, pois há informações que estão nos Evangelhos canônicos, também. Então nem tudo se perde. Mas há muita viagem. É um escrito de influência gnóstica. Nota-se isso pela depreciação do corpo e da mulher. Jesus fala algo assim: "Estou realmente admirado de como esta riqueza (o espírito) fez morada nessa pobreza (o corpo).

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Em outra parte, Pedro reclama com Jesus porque Maria Madalena os acompanhava: "Que Maria saia de nosso meio, pois as mulheres não são dignas da vida." Jesus então diz: "Eu mesmo vou guiá-la para torná-la macho, para que ela também possa tornar-se um espírito vivo semelhante a vós, machos. Porque toda mulher que se tornar macho entrará no Reino do Céu."

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Estão vendo o segredo aí, mulheres?

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Mas eu acho que ele se supera no seguinte trecho.. Deixa eu ver se acho aqui...

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"Jesus disse-lhes: 'Quando fizerdes do dois um, e quando fizerdes o interior como o exterior, e o que está em cima como o que está em baixo, e quando fizerdes o macho e a fêmea um só e o mesmo, para que o macho não seja mais macho nem a fêmea seja mais fêmea, e quando formardes olhos em lugar de um olho, uma mão em lugar de uma mão, um pé em lugar de um pé e uma imagem em lugar de uma imagem, então, entrareis no Reino.'"

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Que maravilha...

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A Fé é um dom de Deus. Isso significa que ou Ele dá, ou ninguém a tem. É a primeira coisa a se considerar. Assim, o que você deve fazer é pedir a Ele que te dê este dom.

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No entanto, embora esta virtude teologal seja totalmente alheia ao alcance da nossa vontade, ela comporta graus: pode-se ter mais fé ou menos fé. E aqui está onde entra a tua colaboração: você pode se dispor a receber de Deus mais Fé. O mesmo ocorre com as outras virtudes teologais. A Esperança segue sempre de perto a Fé, já que esta é o fundamento daquela. A caridade, também dom de Deus, pode ser maior ou menor.

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A questão então é: como dispor-se a ter mais Fé?

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A Fé é uma virtude intelectual, isto é, ela faz com que primeiramente tu entendas o conteúdo daquilo em que tu irás crer. Logo, impedimentos ao seu crescimento podem vir daqui: de uma má formação doutrinal. Se a tua compreensão da Fé ficou no nível da catequese, é óbvio que você não crerá tanto nisso tudo. Eu te recomendaria então estudar, e observar, por ti mesmo, a total coerência interna da Doutrina. Muitas das tuas dúvidas podem cessar aqui.

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Depois, a Fé é sempre contraposta com o conhecimento da visão beatífica. No céu não será preciso fé, pois nós veremos Deus face a face. A Fé é, portanto, um modo de conhecimento ainda imperfeito - transitório -, confuso em relação àquela visão futura, e, por isso, não pode se furtar de oscilar vez ou outra. Como ela está vinculada com a nossa natureza mutável, então é possível entrar em crises de Fé vez em quando. A nossa percepção é sempre percepção de um algo atual, e não percepção de todo o resto. Pomos a nossa atenção numa coisa por vez. Pode acontecer, então, de a tua consideração atual te fazer esquecer outros conteúdos, ou de não se harmonizar aparentemente com o todo, porque te faltam as informações vinculantes, os liames racionais, mesmo. Isso gera dúvidas e crises. Às vezes, inclusive, estas crises são provocadas pelo próprio Deus - como no caso de Sta Teresinha de Lisieux - a fim de que a alma seja melhor preparada.

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Por último, embora a Fé tenha a sua, como eu disse, coerência interna, não se crê nela porque isso tudo nos pareça razoável, mas porque foi Deus que o revelou, e Deus não mente. Creio na Santíssima Trindade não porque um dia eu entendi isso, mas porque Deus disse que é assim. Os chamados preâmbulos da Fé, penso eu, residem mais em te provar a veracidade da Revelação. Depois disso, crê para entenderes, e entenderás para crer melhor.

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A Fé é crer sem ver. O justo vive pela Fé.

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A imaginação lida com as experiências já vividas e, com base nelas, ela compõe outras. Para alguém que acha que felicidade é prazer, renome, etc., é óbvio que um indigente social feliz é um contrassenso, a menos que esteja bêbado. Pobre feliz seria, então, um sujeito alienado. Mas isso tudo é muito rasteiro.

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Quando Tomás de Aquino foi raptado pela própria família, a sua irmã ficava guardando o seu quarto. Depois de um tempo, ela mesma se converteu e se tornou monja. Daí a pouco, descobriu que tinha uma doença mortal que lhe permitiria apenas mais alguns meses de vida. No entanto, ela estava felicíssima pelo "segredo" que havia descoberto.

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São Josemaria Escrivá escreve que a alegria cristã não é a alegria de animal sadio. Ela deve ser algo muito mais interior. "Que a Minha alegria esteja em vós", dizia o Cristo. A alegria do Cristo, assim como a Sua paz, não são como a alegria e a paz que o mundo dá. Há um mistério aí. Há um quê velado. Há um tesouro escondido que só se descobre depois de empenho e esforço. Ninguém descobre onde há um tesouro à força de imaginações.

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Tu achas mesmo que um São Francisco de Assis não era feliz?

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No geral, a miséria não vai te ser pedida. Ela pode às vezes ser fruto de vícios ou de negligências. Mas às vezes ela pode convergir com a vocação de uma pessoa, como no caso de um Léon Bloy. E a vocação é justamente o caminho correto para a felicidade.

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A alegria não se identifica com as facilidades materiais. Basta ver o número de suicídios entre os ricos. Lembre sempre daquele jovem do Evangelho: "Foi pra casa triste porque tinha muitos bens."

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