† Fábio Silvério φ

, pelo menos, o ortodoxo posso dizer com certeza. Existe uma faculdade supra-individual no ser humano que o possibilita de conhecer por identidade a sua 'centelha divina' por assim dizer, esse conhecimento é um conhecimento direto por intuição, que só se desvelara por um rigoroso ascetismo mas isso não é um esforço pessoal, mas apenas um meio de fazer o ser enxergar o que sempre foi a sua natureza. Por isso, o uso das imaginações, sonhos, transes etc como via é um absurdo porque esses são estados tórpidos que obscurecem essa faculdade e não a ilumina, entende? No entanto, o ascetismo extremo e purista, o dualismo radical, essa visão simplista de demiurgo, fora certas concepções estranhas que Irineu de Lion bem expôs no seu celebre livro, fazem do gnosticismo uma coisa que deve-se peneirar bem antes de estudar.
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Publicado.

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Quanto às afirmações do Prof. Orlando Fedeli a respeito do gnosticismo, você considera falsas?

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Todo mundo tem um passado cheio de erros. Faz parte do aprendizado de que sozinhos nós somos uma porcaria. A algumas almas privilegiadas, Deus dá essa consciência desde o início. Mas não é o ordinário. Nossos atos ruins são geralmente casos de fraqueza. Tais casos não ditam o que nós somos. São antes deslizes, isto é, quedas de quem nós somos. Mas não são destruições do que nós somos, senão a muito longo prazo. O que nós somos, portanto, persiste subjacente ao fenômeno da nossa vacuidade. E é este ser que é a raiz do arrependimento e mesmo da possibilidade do remorso. A mudança é certamente possível - enquanto há vida, há sempre esperança -, mas ela não pode surgir dos nossos pecados, pois não há consórcio algum entre as trevas e a luz. A mudança então tem de surgir de outro lugar, da substância do nosso ser, e isto é um lugar que, enquanto pecamos, está fora da nossa atual área de percepção. Então é preciso pedir a Deus que nos permita ver, já que vamos cegos, e, uma vez vendo, pedir que Ele nos dê forças de operar a partir de quem nós somos e não das nossas ilusões e medos.

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Não acha que se eu parar de reclamar e glorificar e murmurar tanto (E faço pra cacete - não neuroses mas problemas da vida msm - ) Deus me levanta? O que acha disso? to pensando em "imitar" Jó nesse sentido em agradecer ele pra tudo... (ao ler os versiculos eu chorei um momento ) pois eu me VI ali... e vi que a resposta é parar de reclamar ( isso pode até melhorar as neuroses que volta e meia rola pois ao agradecer a Deus eu nem me concentro nelas...) me diga o que tu acha... PS: Ótimo avatar e frase de perfil.... PS2: Aguardando ansiosamente tua resposta :DDDDDDD.
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Alguém dizia que a reclamação é como um louvor do demônio. E, na verdade, assim é, pois reclama quem considera o que tem insuficiente. É um modo de ver, é uma perspectiva. O reclamão supõe ter direito a mais, e assim o mundo lhe soa hostil porque lhe nega este algo. A insatisfação, raiz do murmúrio, resulta de uma visão errada das coisas. Só o egoísta reclama, pois o mundo resiste a reconhecê-lo como seu senhor, o que é, para ele, uma espécie de sacrilégio. Egoísta é quem vive para o seu ego esfomeado e por isso se torna grosseiro, não grato, ingrato. Sendo este ego uma espécie de "ente-vácuo", carecente de substância - pois Deus nada sabe dele -, só pode desencontrar-se com o ser, donde a insatisfação, a impossibilidade da quietude, a oscilação enquanto condição permanente.

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Se, contudo, estivesse ao seu arbítrio mudar o olhar, primeiramente ele veria o nada que é. Isto me faz lembrar o que Deus diz a Sta Catarina de Sena: "Se souberes que Eu Sou, e que tu não és, serás feliz." Veja que a raiz da felicidade então está na reta consideração das coisas. Se pudermos ver o abismo de nada que nós somos, começaremos a perceber a existência como um milagre inexprimível e o mundo todo se converte num contínuo presente que é dado por Deus e que se torna tanto maior quando notamos com que pretensão e com que mau gosto nós o recebemos e com que bondade Deus nos atura. Na verdade, Deus nos deu tudo; tudo quanto nós temos vem d'Ele. A reta visão explode a petulância da alma, e faz desabrochar a humildade. Da humildade surge a gratidão, e da gratidão surge a felicidade, pois a vida é como um presente de aniversário continuado.

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Se você começar a agradecer a Deus por tudo quanto você faz, a tua vida vai se tornar eucarística, pois a eucaristia significa justamente isso: "dar graças". O pecado original foi o primeiro ato humano não eucarístico; foi o tomar por si mesmo, o apropriar-se. Foi um ato de violência, e disso se seguiu o que já conhecemos. Voltar a ter a vida eucarística é entender que tudo quanto nós temos é recebido de Deus, que nos quer bem. Como não agradecer?

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Os padres do deserto intentavam poder voltar ao Éden, e eles criam que esta volta não se dá em acessar um lugar físico, mas em perceber algo que, por ora, nos está vedado. O paraíso está, agora, aí. Nosso senso de grandeza, contudo, nos mantém presos da fantasia. Morresse o velho homem, despertaríamos.

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