† Fábio Silvério φ

Hahaha..

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A vida aqui é fraquinha, mesmo.. rs.

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No finalzinho do Ortodoxia, o Chesterton, referindo-se a Jesus, escreve:

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"A compaixão dele era natural, quase casual. Os estóicos, antigos e modernos, orgulhavam-se de ocultar as próprias lágrimas. Ele nunca ocultou as suas; mostrou-as claramente no rosto aberto ante qualquer visão do dia-a-dia, como a visão distante de sua cidade natal. No entanto, alguma coisa ele ocultou. Solenes super-homens e diplomatas imperiais orgulharam-se de conter a própria ira. Ele nunca a conteve. Arremessou móveis pela escadaria frontal do Templo e perguntou aos homens como eles esperavam escapar da danação do inferno. No entanto, alguma coisa ele ocultou. Digo-o com reverência; havia naquela chocante personalidade um fio que deve ser chamado de timidez. Havia algo que ele encobria constantemente por meio de um abrupto silêncio ou um súbito isolamento. Havia uma certa coisa que era demasiado grande para Deus nos mostrar quando ele pisou sobre esta nossa terra. Às vezes imagino que era a sua alegria."

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Belíssimo..

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Entendeu errado. O cristão pode ter felicidade no prazer, desde que este seja lícito. Mas ele tem de descobrir a diferença entre o prazer e a alegria. São muito distintas. Quantas vezes o prazer vem carregado de angústia. E quantas vezes a dor traz em si uma alegria íntima..

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Como o prazer é um meio de satisfação muito fácil de manipular, ele se tornou como o veículo do nosso egoísmo. E como o prazer físico é o mais destacado, ele se tornou um instrumento de redução da consciência ao nível corporal. Desse modo, ele nos apequena demais. E, assim, tão reduzidos, a gente sequer pode entender o que seja a alegria que Deus quer nos dar. "O pão dos filhos não é dado aos cães." Os cães procuram as migalhas que caem. Todas as vezes que andamos enredados em pequenos prazeres e pequenos crimes, estamos catando as migalhas. Logo, o pão dos filhos nos será negado.

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Por isso que é preciso que descubramos o segredo da Cruz. A Cruz não tem nada de morbidez. Pelo contrário, é a vera árvore da vida. É a porta de uma felicidade inimaginável.

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Você primeiro tem que entender o que é o sofrimento para o Buda. Não é a extinção da dor. Mas a extinção da não aceitação, da revolta. O sofrimento existe quando há uma "desencaixe" entre o real e o teu desejo. A gente idealiza as coisas e gostaria que o mundo fosse segundo o nosso eu. É a concepção cristã de soberba. Quando esta harmonia não ocorre, a gente sofre. Mas não sofreria se a nossa aceitação fosse simples. O Buda quer a extinção dessa revolta do nosso eu, porque este eu que se revolta sequer é real. É como se o Buda tivesse um desejo visceral e perfurante pela verdade, que sai desmascarando tudo quanto seja ilusório. Há um mistério escondido na morte deste eu falso. Isso está no cristianismo, também. A alegria real a que somos chamados está depois disso. A nossa vida surge da morte desta ilusão. George Bernanos dizia que o que o Cristo nos pede é morrer para nós mesmos, mas Ele mesmo está nos esperando exatamente depois disso. Esta morte para si mesmo não é a morte literal. Logo, você pode morrer para si mesmo ainda hoje. E depois disso, o Cristo, "delícia eterna e felicidade sem limites", estará contigo e tu com Ele.

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Você é um tanto ansioso e depressivo. Isso já diz bastante. Significa que você reage continuamente, o que te faz ser uma pessoa tensa. Uma pessoa tensa não tem a neutralidade para julgar as coisas com objetividade. Ela não pode olhar direito porque está ocupada tentando "fugir". A ansiedade é provocada por isso: a tentativa de fugir e a frustração de não conseguir.

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Aplicar o passado ao futuro não funciona. Nunca funcionou. O futuro é absolutamente imprevisível. Quando você pretende prevê-lo, supondo que ele repetirá o passado, você está se condicionando a isso. Está limitando a gama de possibilidades pra você. Naturalmente, você caminhará para a confirmação do receio. Parece haver até algum tipo de satisfação nisso, em saber-se certo. Mas isso é só uma espécie de auto-sabotagem.

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Coisas boas acontecem contigo. Estás vivo, comeste, tens onde dormir. É uma questão de perspectiva. Tens de mudar o olhar. E isso é possível.

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O sofrimento é um tema muito caro ao Cristianismo pois a redenção do mundo se dá, justamente, pela Cruz. A Cruz sintetiza todo o sofrimento humano. Ela dá um sentido por trás daquilo que parece privado dele. Com o Cristo, o sofrimento é mudado por dentro. Nosso Senhor o toca e o transfigura. Antes a dor era apenas uma punição e um "sintoma" da desordem. Depois d'Ele, a Cruz torna-se possível caminho de vida e instrumento de cura. Além de transubstanciar a dor, Jesus nos ensina a sofrer.

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Note o seguinte: existe a dor, existe a reação psicológica à dor e existe a reação psicológica à reação psicológica, como uma auto-dó. Se você conseguisse anular essas duas últimas, saberia sofrer. Muita coisa já melhoraria se você deixasse de ter dó de você mesmo. Como a gente é muito egocentrado, qualquer dor perde a sua dimensão objetiva e é reduzida por nós ao subjetivo. Isso faz que a gente não entenda nada, pois são as nossas impressões automáticas que tomam o lugar da realidade. A dor é descontextualizada e isso faz com que a gente não compreenda nada dela. Ao invés de nos libertar de nós mesmos - o que seria a sua função redentora -, ela nos fecha mais em nós mesmos. Isso não é bom. É preciso, então, aprender a sofrer.

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Um cristão tem de sofrer. Sofrer é intrínseco a esta vida. Se você aceita a vida como ela é, a aceita com o sofrimento incluído no pacote. A própria condição de exilados, da qual só poderemos sair uma vez mortos, é uma condição de sofrimento necessário. Há duas possibilidades: ou você aceita ou se acovarda. O pecado é sempre uma tentativa de burlar isso, e, portanto, é sempre uma covardia.

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Tauler dizia: "Uma cabeça coroada de espinhos não pode ter um corpo alimentado por confeitos." Se tu és um membro deste corpo, medita nisso e tenta dar uma dimensão maior ao teu sofrimento. Depois, não tenha tanta dó de ti mesmo. O que eu vejo muito, em todo lugar, são pessoas sofrendo que, por mais que sejam absolutamente concretas e razoáveis as razões pelas quais sofrem, minorariam e muito o sofrimento se adotassem uma atitude correcta interior. Você não tem noção do poder da auto-sugestão. Há quem passe a vida inteira sofrendo porque está auto-sugestionado.

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