† Fábio Silvério φ

A coisa toda tá muito ambígua. Parece ocorrer em menor escala o que se deu no CVII. Comentemos esse artigo aí:

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- Mudança de tom - exatamente. O tom é absolutamente outro. No entanto, o tom é outra coisa que não o dito. A doutrina é o dito. O tom se refere ao modo pastoral. Este último muda conforme o tempo. Então, num mundo onde o homossexualismo se tornou onipresente, as atitudes pastorais devem ser algo distintas, mesmo. O perigo é que uma mudança de tom pode se dar para além dos limites do dito. Uma ênfase muito grande apenas no "modo" pode fazer esquecer o caráter objetivo das condições homossexuais, que é desordenado. A mudança de tom pode também ser o meio termo: uma espécie de preparação para o relaxamento ou relativização doutrinal a esse respeito. Hoje em dia, tudo é feito de modo estratégico. E nessa estratégia, tom, neologismos e semântica imprecisa - como a expressão "gradualidade" - são as armas correntes;

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- Um espaço fraternal para os homossexuais já há. Em todos os lugares já se fala demais nisso. Há todo um cuidado extremado, como se eles fossem de porcelana. Não há por que incentivar isso. Pelo contrário, o que se deveria fazer é retomar a doutrina tradicional - ainda que de um modo pastoralmente bem refletido - que ameaça perder-se ao sabor das paixões e simpatias desenfreadas;

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- "Os homossexuais têm dons e qualidades a oferecer". Sim, isso é verdade, mas esses dons e qualidades não são enquanto homossexuais, mas enquanto pessoas. Naquilo que se refere à homossexualidade, se a praticam, eles estão numa situação objetivamente errada e pecaminosa. Portanto, a acolhida não deve significar abrir mão de tentar convertê-los para que vivam castamente, isto é, desfaçam as relações homoafetivas que estiverem tendo;

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- "Aceitando e valorizando sua orientação sexual" - A aceitação se dá enquanto aceitação da existência - é um dado do real. Porém, essa aceitação - que já é um termo ambíguo - não implica em aceitá-la como "normal"; é algo que acontece, e é um assunto delicado, mas não é "normal". Já o termo "valorizar" de nenhum modo é cabível. Não se pode valorizar aquilo que o cristianismo diz inequivocamente ser um pecado que brada aos céus. Nem o mais mínimo pecado pode ser valorizado. Quanto mais esse.

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- A Igreja não deve amenizar linguagem nenhuma, se isso significa deixar de dizer o "sim, sim; não, não". Deve acolher os gays, não repudiá-los, mas aconselhá-los sobre a real natureza da sua condição. Do contrário, ela estará abdicando da sua missão, que é a salvação das almas. A quantidade de bispos que lutam por essas mudanças nos faz lembrar da pergunta angustiante de Nosso Senhor: "Quando o Filho do Homem voltar, será que ainda achará Fé sobre a terra?" Estes cardeais já há muito a perderam. São naturalistas, consensualistas, buscadores de simpatias inconvenientes e consórcios impossíveis. Que Deus nos ajude.

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A Igreja é o Corpo Místico de Cristo. Nós somos Seus membros. Por isso, Santo Agostinho dizia que Jesus e a Igreja formam o "Christus Totus".

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Diz ele:

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"Congratulemo-nos e demos graças a Deus, porque somos, não somente cristãos, mas Cristo [non solum nos christianos factos esse, sed Christum]. Compreendeis, irmãos, estais convencidos de que a graça de Deus reside em nós? Admirai, regozijai-vos; tornamo-nos Cristo [Christus facti sumus]. [Si enim caput ille, nos membra; totus homo, ille et nos= Com efeito, se ele é a cabeça e nós os membros, o homem inteiro é Ele e nós] (...) A plenitude de Cristo é a cabeça e os membros. Quem é a cabeça e quem são os membros? É Cristo e a Igreja."

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Leia este texto abaixo, de onde tirei a citação, e não te ficará nenhuma dúvida. Leia e aceite o conselho de Sta Joana D'arc.

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http://www.filosofante.org/filosofante/not_arquivos/pdf/Cristo_Igreja.pdf

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É mais ou menos.

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Interessante que uma das características fundamentais das neuroses é desenvolver o senso argumentativo, pois a pessoa torna-se capaz de fazer todas as ligações simbólicas para comprovação da realidade do "se" que a amedronta. Eu já notei isso. Mas em outro sentido, você tem razão. Ele está dentro de uma lógica fechada, apertada, e não percebe direito as realidades fora desse âmbito.

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A idéia é aprender a discernir o padrão neurótico e treinar, mesmo, a dúvida com relação às próprias suposições. Depois que você aprende esse padrão, você começa a dizer que é falso, mesmo se a angústia e a ansiedade sejam reais. O ponto, então, é fazer uma autocrítica: nós não somos neutros no que diz respeito aos nossos medos ou aos nossos interesses. Então, é aí que é mais fácil equivocar-se.

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O neurótico é chato porque ele é muito desconfiado de todo mundo. Se uma pessoa o aconselha, ele se protege dizendo que a pessoa não tá entendendo a situação ou tá falando de um lugar confortável. "Ele não sente na pele".

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Eu costumo dizer que o neurótico precisa sair da caixinha e ir pra o jardim vasto, onde corre o vento livre. Ele precisa respirar; precisa se expor. Esse negócio de considerar a realidade como necessariamente hostil é uma atitude gnóstica. Então, ele deve aprender a ser pobre em espírito. Será feliz quando se esquecer de si mesmo; quando for despreocupado. Essa despreocupação consigo surge quando ele ama algo fora dele de verdade. Algo que o extasie. O psicólogo Martín Echevarria afirmava que esse algo precisa ser o próprio amor personificado. Logo, Deus. Mas não basta o neurótico ser religioso, senão ele se torna escrupuloso, que é outro modo de neurose. E a religião pode reforçar isso aí. Ele deve pedir também que Deus o ajude e o faça ver, e dê forças para ignorar os seus medos e agir do modo correto.

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Ele precisa entender a prisão em que está. Se encontrar alguém em quem confie, e souber como dar os primeiros passos, então ele vai poder ver os primeiros raios de luz.

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Neurose é um negócio chatinho, mas também é uma oportunidade. Se você aprender como isso funciona, você sai disso com uma visão cem por cento mais profunda da vida e do ser humano.

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Amigos, enquanto cêis estiverem travados pelo medo, vocês não vão conseguir ver nada direito. Isso aí é neura. Se você está estudando uma coisa e aquilo não te convence, porque seria pecado dizer que não te convence? É pecado ser verdadeiro? A religião, então, seria feita à força de desonestidade intelectual? É o contrário.

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Agora, note duas coisas:

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1- O que pode ter te parecido artificial é a idéia de Deus. A idéia de Deus não é Deus. Tá claro? Qualquer teoria, pensamento, sentimento, idéia sobre Ele ficam muito aquém.

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2- Uma das possibilidades é que você tenha achado a coisa superficial ou pela pobreza do texto, ou por dificuldade de interpretação. Em geral, quem estuda metafísica e religião não considera que sejam "artificiais". É bem o contrário. Mas, enfim: não tenha medo de estudar, e não se apresse a convencer-se de que entendeu.

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Eu tô caindo de sono aqui. Posso estar escrevendo coisa com coisa. Boa noite.

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