† Fábio Silvério φ

Você fala de ontem? Não foi um dia chato.

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Dei três aulas pela manhã. Dentre elas, falei de Descartes, da sua prova da existência a alma e de como é mais fácil conhecê-la do que ao corpo. A discussão rendeu, e nos levou a falar desde esquizofrenia, ateísmo, até o domínio da eternidade e sua imensurabilidade com relação à quantificação dos anos. Foi muito boa. Depois, tem uma classe específica em que o assunto sempre se direciona a ocultismo, satanismo, possessão demoníaca - porque é interesse de algumas alunas, especificamente.. Ontem, além disso, falamos de coisas relacionadas à kundaline. Outro dia, tratávamos dos casos de viagem astral. Tem uma turma difícil lá no fundão, mas é uma das melhores salas pra dar aula.

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Depois, imprimi duas versões do meu TCC pronto! Foi como fazer um filho e tê-lo nos braços, rs.. Finalmente. Na viagem, reencontrei um amigo e fomos o trajeto todo conversando, relembrando, e fazendo projetos futuros. Isso abriu-nos a perspectiva de, talvez, fazer o mestrado na UFPE. Já era o meu projeto, mas ele ficou interessado e pediu pra eu mantê-lo informado sobre os processos burocráticos disso.

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Depois de almoçar o meu fígado acebolado (hmmm!), fui ter a aula de violoncelo. De início, como só eu tivesse chegado, encontrei o professor na sala de piano, e ele me fez umas demonstrações que me deixaram impressionadíssimo. Eu não sabia que ele tocava piano. Daí me explicou que as notas tocadas no blues tendem a ser as mesmas das do Jazz; o que muda é o balanço. Mas não só: ele me falou que, embora provavelmente poucas pessoas tenham atentado para isso, o Luiz Gonzaga fazia suas músicas com base naquelas mesmas notas, pois, segundo o professor, a vida de militar lhe tinha posto em contato com vários americanos, o que fez com que o sanfoneiro, mesmo sem estudo musical específico, percebesse a lógica da música que então ele ouvia. Daí o professor mudou o "swing" da coisa e, voilá: eis o forró pé de serra tão característico dessas bandas de cá! Só esse aprendizado já tinha valido o dia.

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Fomos então à nossa aula, e notei que estou bem mais seguro no cello, graças a Deus. Consegui ler a partitura que ele escreveu de improviso no quadro, e li também a da folha, até o fim. A gente tá ensaiando a música "a thousand years". Tá muito bonito. ^^

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De volta pra UFAL, enfrentei um ônibus superlotado, que andava 50 metros de 15 em 15 minutos - essa parte não foi tão boa, e eu tava me pé. Estivesse sentado, dava pra ir lendo algo. Chegando, enfim, ao destino, depois de me imprensar numa espécie de prévia do purgatório para sair do ônibus, respirei, fui na coordenação do curso, e fiz o convite aos professores para comporem a banca da minha defesa. Depois, vim embora, e ainda dei uma entrevista de estágio a uma amiga que está cursando Filosofia. Tudo muito tranquilo. Conversamos bastante, e a coisa durou umas três horas.

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Por fim, conversei com minha menina pela cam, e a gente riu um tanto, rs.. Depois, fui dormir. Não foi um dia chato.

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