† Fábio Silvério φ

Vou tentar resumir:

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Houve o Pecado Original; Deus foi ofendido. Em virtude da dignidade do Ofendido, a ofensa teve uma dimensão infinita; logo, um suposto redentor tinha de ter uma dignidade infinita. Em virtude do ato de soberba, qualquer ato redentor tinha de ser o oposto: o do sacrifício de si. O sacrifício estava sempre vinculado à ideia de sofrimento e de morte. Ora, o único que pode ter uma dignidade infinita é Deus; porém, Deus não sofre nem morre. Logo, o redentor tinha de ser um homem. Porém, nenhum homem tem dignidade infinita... O ato do pecado foi um ato totalmente livre. Depois do pecado, a liberdade do homem, decaiu. O ato redentor tinha de ser um ato totalmente livre, sendo que o homem não era mais totalmente livre. O sacrifício só tem valor de expiação se for feito por um inocente. Porém, o mero sacrifício de um inocente configura injustiça. Logo, o redentor teria de ser culpado e inocente ao mesmo tempo. O pecado e a morte foram comunicados a todos os homens. Logo, o redentor deveria comunicar a sua redenção também a todos os homens, tanto na dimensão geográfica quanto na dimensão cronológica. Isto significa que o redentor tinha de estar além do tempo e do espaço.

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Recapitulando: o redentor tinha de ser homem (para sacrificar-se) e tinha de ser Deus (para ter dignidade infinita); tinha de ser um ato totalmente livre. O redentor tinha de ser culpado (para que não houvesse injustiça) e tinha de ser inocente (para que seu sacrifício fosse expiatório, isto é, pudesse ser aplicado a outros). Tinha de estar no tempo e na história (para que houvesse sacrifício efetivo) e tinha de estar além do tempo e da história (para que pudesse abarcar toda a humanidade). Difícil, não? Os homens estavam lascados..

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Mas aí, aconteceu algo:

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1- O Filho de Deus despojou-Se de sua igualdade com Deus e assumiu a nossa condição: era homem e Deus.
2- Deu a vida de modo inteiramente livre: "ninguém me tira a vida; eu a dou por mim mesmo".
3- Assumiu sobre si a culpa da humanidade, a ponto de S. Paulo dizer que Ele se fez pecado por nós e de S. João batista batizá-lo com o batismo de remissão dos pecados; mas era inocente e em sua boca nunca se encontrou mentira.
4- Jesus, sendo homem, estava no tempo e na história; sendo Deus, estava além do tempo e da história.

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Jesus, portanto, preenche todos os requisitos ao se fazer homem.
O que levou-O a morrer por nós foi a nossa necessidade de Redenção e o seu extremoso amor por nós.
Na Cruz, acham-se plenamente satisfeitas tanto a Justiça Divina - que se descarrega com todo rigor sobre Jesus - quanto a Sua Misericórdia que, por um plano único, consegue nos reconciliar com o Pai e tirar-nos das garras do demônio.

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Em suma, o que levou Jesus a dar a vida por nós foi seu amor.

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Só Deus é bom. Nós não somos. No entanto, nós precisamos ser bons.. A bondade, já dizia Chesterton, é a coisa mais importante no mundo. Se quisermos ser bons - e nós devemos, repito - precisamos ter uma íntima comunhão com Deus. Acontece que esta comunhão foi perdida no Pecado Original. Desde então, não havia meios de recuperá-la. Mesmo o homem mais santo não era capaz de refazer o laço.

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Jesus, o próprio Deus, realizou aquilo que nos era impossível: devolveu-nos a amizade divina com a Sua morte na Cruz. Esta morte nos adquiriu infinitos méritos que, por sua vez, nos são aplicados pelos Sacramentos. Fomos, então, batizados e tivemos o pecado original destruído. No entanto, ficou-nos ainda como que uma cicatriz, que é a má inclinação ao pecado e ao egoísmo. Quando pecamos gravemente, perdemos aquilo que Jesus adquiriu na cruz e nos excluímos do alcance da Redenção. O único meio de voltar a ter amizade com Ele é pela confissão. Jesus sabia da nossa fraqueza. Diz S. João que Ele conhecia o homem por dentro. E, por isso, estabeleceu este sacramento, o da Confissão, para que dele fizéssemos uso quando necessário, desde que com as devidas disposições interiores.

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Os únicos que têm o poder de perdoar pecados - pois tal poder foi concedido pelo próprio Cristo aos Apóstolos - são os padres. Quando nos confessamos, a culpa mortal que nos separava de Deus é destruída e Deus gera novamente na nossa alma a Graça Santificante, uma vida de ordem absolutamente superior à vida física. É esta Graça que nos permite ter comunhão efetiva - e não somente imaginada - com Deus.

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São Paulo já falava disso: "virão dias em que os homens não mais suportarão a verdade e se atirarão às fábulas". Todos nós queremos conhecer a verdade.. Porém, há algo em nós que atrapalha: queremos sempre novidades e queremos sempre ter uma participação na confecção desta verdade. Parece que nos repudia aceitar algo que nós não criamos. Queremos ser como deuses... Foi isso o que Adão quis. É isto o que queremos ainda muitos de nós.

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Isto que São Paulo descreve sempre existiu.. Porém, se radicaliza no início do Século XVI, com a Reforma Protestante. A partir dali, Lutero dá aos homens o que eles, de algum modo, desejavam pela concupiscência que lhes hospedava a alma: agora todos vocês podem converter o próprio juízo em inspiração divina. E aí, surge o Livre Exame da escritura, segundo o qual toda e qualquer interpretação pessoal, por mais disparatada que seja, ganha o status de divina. Muito confortável isso.. Esse costume vai se difundir como uma praga.. As idéias esquisitas e loucas de Lutero, Calvino, etc.. rapidamente serão acolhidas e desenvolvidas por sucessores que, por sua vez, terão suas próprias loucuras teóricas.

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O próprio Lutero se espantou com a quantidade de seitas que começaram a surgir, encorajadas pela sua ruptura com a Igreja. Mas, embora Lutero tenha sido o motivador dessa algazarra, ele mesmo dizia que quem não seguisse o seu juízo estaria se opondo ao juízo de Deus, que era o mesmíssimo! Contraditório, não? Pois é: quem abandona a verdade cai em mil ciladas.

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Hoje em dia surgem tantas religiões pq não queremos aceitar que a verdade já está dada. Queremos sempre ter uma interpretação diferente, particular.. Queremos sempre ser mais esclarecidos que os outros, os digiescolhidos que trarão a revelação definitiva, que respiram ares diferentes, que possuem uma comunicação única com o divino, sujeitos de uma sensibilidade totalmente sobrenatural, etc, etc..

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Todos esses erros passam a ser acolhidos e sacralizados, onde se fortalecem e passam a ser tomados por virtudes proféticas. Resultado? Cego guiando cego. Onde cairão? No mesmo buraco. A Verdade é uma só pois, como diz o Apóstolo, é preciso haver uma só Fé e um só Batismo, pois um só é o Senhor. O Livre Exame já provou quanta besteira ele pode gerar, sem falar que o seu pressuposto é a afirmação de uma certa irresponsabilidade divina, já que Jesus, tendo vindo a terra, teria deixado todo o seu ensinamento num livro, sujeito a mil interpretações, e sem alguém que guardasse o modo correto de compreender aquilo tudo.

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Por isso o Catolicismo é um só. Desde os tempos dos Apóstolos até agora, a Igreja tem sido a Coluna e o Sustentáculo da Verdade. E continuará sendo, pois Deus assim o prometeu.

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O homossexual é alguém cuja pulsão sexual está distorcida.

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Se ele tem consciência disso, vive um drama, uma cruz particular. Deve ser respeitado, compreendido e auxiliado. Deve entender que sua dificuldade particular lhe concederá, também, um mérito particular se sair vitorioso deste combate.

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Porém, se ele tende a dar ouvidos aos gritos modernos de que não há nada de errado nisso, fechará os olhos à objetividade do mundo e se condenará à imaturidade de viver centrado somente nos próprios afetos e desejos, em detrimento da verdade de seu próprio ser. É um caminho de degradação.

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Os sentimentos humanos nunca foram o critério mais importante para algum tipo de relacionamento. Antes deles, é preciso se observar a objetividade das coisas. Não é porque eu amo, com amor supostamente singelo, uma criança, ou um animal ou alguma outra coisa, que poderei efetivar isto. Não é porque gosto de duas ou mais pessoas, ou de uma irmã, que posso agora ter um caso com elas. Dirão que estou fazendo comparações descabidas.. Mas se se derem ao esforço de observar, isentos de paixão, todos estes casos, verão o mesmo pressuposto: o sentimento como legitimador suficiente de uma união afetiva. É óbvio que não é. A nossa sociedade, porém, é míope. Todo mundo dá opinião, mas pouca gente pensa a respeito.

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Reitero: o homossexual deve ser respeitado e acolhido. Mas também deve aprender a encarar a verdade: se quiser seguir vida honesta, deve entender que seus desejos, por mais singelos que lhe pareçam, não podem contrariar a realidade das coisas, pelo que ele deverá se abster de tais relacionamentos e encontrar meios de sublimação dessas pulsões.

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É difícil descrever com palavras, de um modo justo, o que ocorre na comunhão. Não dá.. E isso exigiria que eu mesmo esgotasse, com a minha razão, a grandiosidade deste momento. Não consigo.

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Porém, gosto da definição de S. Pio de Pietrelcina: a Comunhão é um abraço entre Deus e nós.
É a mais íntima comunhão com Deus que é possível nesta terra. É quando recebemos o próprio Deus em nosso próprio ser. E, dizia Nosso Senhor a Sto Agostinho, quando O comemos, não O transformamos em nós, mas Ele nos transforma n'Ele.

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Eu, particularmente, vejo a comunhão como tendo uma íntima semelhança com a Encarnação do Verbo divino no seio da Santíssima Virgem Maria. Como ela, somos chamados a, esvaziados de nós mesmos, acolher o próprio Cristo e permitir que Ele cristifique a nossa alma. A comunhão é o que há de mais grandioso na vida.. Mesmo sendo um ato tão discreto - e a discrição é um dos traços divinos -, é algo absolutamente grandioso e de que só teremos a dimensão no dia eterno.

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Há muitos dogmas. Não dá pra pô-los todos aqui.

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Mas, o que é um dogma? Dogma é simplesmente uma verdade que, por ultrapassar a nossa inteligência e, ao mesmo tempo, ser-nos essencial para a Fé, deve ser crida e professada. Por exemplo: O dogma da Trindade. Qual a possibilidade que nós temos de constatar, por nossa própria engenhosidade, que Deus é três Pessoas em uma só natureza? Nenhuma! E, no entanto, isto é absolutamente fundamental para uma Fé correta.

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A Igreja proclama dogmas porque o Espírito Santo lhe assiste. Quando há um novo dogma proclamado, não se trata de uma invenção da Igreja e de algo que, a partir daquele momento, será verdade. Antes, se trata de algo que sempre foi verdade e que, no entanto, somente naquele momento específico a Igreja dispôs de toda a luz necessária para proclamar, sem risco nenhum de erro.

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Todos os dogmas devem ser cridos pelos católicos. A negação de qualquer um dos dogmas gera auto-excomunhão.

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Para conhecer os dogmas, é preciso estudar sobre isso.

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