@BeatrizLima760

Beatriz S Lima♛✨

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"Porquê expectativas? Porque no final de contas elas são as únicas que mantêm os nossos sonhos a respirar…são as expectativas de um amanhã melhor que os fazem sobreviver a mais um hoje ."

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"As saudades são algo que nos corrói e fere de uma maneira dura e fria.
Lidamos com a saudade todos os dias, todas as horas, todos os minutos. E se formos ver bem, isto não é uma simples generalização. Quem nunca relembrou um momento fantástico da sua vida? Quem nunca sentiu falta daquela pessoa, daquele sítio, daquele bem-estar? Eu já e não é, de todo, agradável.
Sinto uma grande dor que dilacera o peito, uma mágoa profunda e ao mesmo tempo uma alegria imensa.
Sentimo-nos pequeninos. Sim, pequeninos. Sentimos que o “nosso Mundo” está longe, está fora, está perto, está no nosso coração, está do outro lado do planeta.
São vários os sentimentos que advém da saudade. São vários os gritos. São várias as derrotas e as vitórias. Tudo é vário.
Sentir saudade de algo ou de alguém é bom.
Sentir saudade de algo ou de alguém é mau.
Saudade é talvez das palavras que mais confusão me faz.
Porque é que a vida nos proporciona momentos tão bons e pessoas tão boas para depois levar tudo isso e ficar apenas um grande sentimento de vazio ou um grande sentimento de alegria?
Sim. A saudade é contraditória. Já me senti imensamente infeliz por ter saudades, mas já me senti imensamente feliz. Porquê? Porquê não sei.
Talvez a minha tenra idade não me permita selecionar a maneira como lido com a saudade, mas a verdade é que lido com ela desde há muitos anos e sempre fui lidando de maneiras diferentes.
Atualmente, lido com “ela” todos os dias, em vários momentos do meu dia. Saber que alguém que amamos está demasiado longe é horrível, mas ao mesmo tempo recordar os momentos passados com essa(s) pessoa(s) é bom, é imensa e profundamente bom.
Será que a vida nos leva o que nos faz bem de propósito para, mais tarde, aprendermos a lidar com o sentimento de saudade e valorizarmos mais os pequenos e curtos momentos em que estamos com essa(s) pessoa(s)?
Será bom sentir saudade?
Será que é um sentimento assim tão horrível ou pode ser visto como algo positivo?
Será a saudade parte da nossa essência?
Eu tenho saudades, sim. E muitas."

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"Sim. A saudade é contraditória. Já me senti imensamente infeliz por ter saudades, mas já me senti imensamente feliz. Porquê? Porquê não sei."

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"Sinto que embarquei numa longa viagem, em que eu não sou eu, tu não és tu e nós não somos verdadeiramente nós.
O teu abraço já não é o teu abraço, o teu beijo já não tem o mesmo sabor, já não tem toda aquela adrenalina envolta nos teus lábios e mergulhada na tua saliva. Hoje acredito… Hoje acredito que mudaste comigo, e eu, consequentemente, mudei contigo. Não consigo evitar sentir!
Os sentimentos, esses rufias, andam sempre atrás de mim sem me largar… Mas que posso eu fazer? Assim como eles se apegaram a mim, também eu me habituei a andar atrás de ti, implorando por uma falsa, desonesta e insensível demonstração de carinho… De amor.
Sabes, perdi muito do meu amor próprio a partir do momento em que achei que a minha felicidade deveria ser toda depositada nas tuas mãos.
Por tua culpa… Bem, por nossa culpa criei um medo, um receio de que sempre que me vá deitar, a nostalgia me venha visitar e que todos os meus sentimentos mais profundos decidam despertar."

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"Sabes, perdi muito do meu amor próprio a partir do momento em que achei que a minha felicidade deveria ser toda depositada nas tuas mãos."

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"Não te devo satisfações daquilo que faço, nem daquilo que quero, muito menos daquilo que sou.
Eu posso ser um zé-ninguém, uma alma miserável no meio de tantas outras, posso ser um obstáculo para alguns, um atraso para outros. Mas só o sou porque quero.
Não te tenho que informar de todas as minhas ideias, de todos os meus sonhos e muito menos de todos os meus medos. Descobre-os, mas não os uses contra mim, não me rebaixes com algo que eu sei que me deita abaixo, não me deixes cair de onde sabes que é difícil se erguer.
Não te devo nada, nem um perdão. Nem um obrigado, nem nada. Não te devo uma palavra, um suspiro ou um sopro, não te devo favores nem os podia cumprir se os devesse, não é do meu ser ajudar quem me quer ver em baixo.
Não te devo nada, nem um pouco de mim, tal com o tanto que te devo te faço, não te faço nada. Não te incomodo, aliás eu nem sei quem tu és. Só sei que me magoas.
Deixa-me ser feliz! Deixa-me gostar de quem gosto! Deixa-me sonhar e tentar ser o que sempre quis. Deixa-me realizar, idealizar, falar e sorrir.
Não me julgues porque eu não te julgo. Deixa-me voar, deixa-me ser feliz."

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"Não te devo nada, nem um pouco de mim, tal com o tanto que te devo te faço, não te faço nada. Não te incomodo, aliás eu nem sei quem tu és. Só sei que me magoas."

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"“Aquilo que ninguém sabe, ninguém estraga.” Lembras-te ? Provavelmente não, mas eu sim. Não devemos temer a maldade alheia, no sentido de que ninguém é capaz de fazer connosco aquilo a que não estivermos vulneráveis.
Não sabes, mas as coisas por aqui têm sido complicadas embora estejam bem melhores. Pela primeira vez, em muito tempo, eu estou bem. Em determinadas circunstâncias ainda me incomodo com certas coisas, mas aquela saudade ingénua já passou. Foi-se, como tu.
E é desde aquele dia, na praia que te vi passar, eu senti que eras diferente e que valia a pena ficar. Sempre foste a minha base em qualquer situação, o motivo das minhas forças e de cada uma das minhas dores, fossem elas de barriga ou de cabeça. Sempre foste o meu maior motivo.
Primeiro de tudo obrigado. Pelo amor, pela amizade, pelo apoio e por teres ficado do meu lado. Eu gostei de ti, de verdade. Eu gostei de ti mais do que imaginei e fomos para além daquilo que pedi e sequer esperei. Simplesmente gostei de ti. De verdade. Só percebi que a nossa história existia quando decidiste deixar-me e resolveste viver a tua vida. Acredito que, sentiste algo por mim, mas algo que não foi o suficiente para te fazer ficar. Tentei. Tentei fazer-te ficar e não consegui.
Sinto falta de ti, de nós. Sinto saudades de quando passávamos umas boas horas a discutir sobre a coisa mais importante das nossas vidas, o Surf. Eu gostava de saber se eu ainda te corro pela mente. Eu sei que existes, mesmo estando cega, sei que estás ali e saber de ti, faz-me feliz.
Queres saber como vou ? Esbarrei em alguns sorrisos por aí, mas nenhum deles era como o teu. Sei de ti mais do que devia. Sinto que tudo em ti ainda me pertence. O que ficou de ti ocupa o copo vazio, estica-se pelo dia e ocupa a minha mente todas as noites. Achava que iria acostumar-me com a tua ausência, perguntei-me até quando tu ficarias aqui mesmo não estando mais, e o que fazer para me acostumar sem ti."

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"Sinto que tudo em ti ainda me pertence. O que ficou de ti ocupa o copo vazio, estica-se pelo dia e ocupa a minha mente todas as noites."

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"Bem, posso dizer que és das amigas mais fiéis que tenho. Estás sempre comigo… Seja para onde eu for. E mesmo assim, com todos os meus verdadeiros amigos com quem habitualmente estou, mesmo tu estando presente, não sabem quem tu és…
És assim… És tímida, gostas de fazer tudo sem que reparem em ti e és incrível… és incrível pelo peso que a nossa amizade tem na minha vida, que também é muito tua.
Quando te apresentaram a mim, é como se me apresentassem uma mulher furacão, aquele tipo de mulher intocável, superior a tudo e todos. Enganei-me, simplesmente retribuis tudo aquilo que te dão. Seja bom ou mau, pagas na mesma moeda, como qualquer ser humano o faria.
És incrível, sabes? Incrível, pela forma que me consegues fazer olhar para mim própria e valorizar cada pedaço do meu corpo, como nunca valorizei. Talvez pela tua forma de agires comigo, de me tratares, talvez por sofrermos uma com a outra, o que vai acontecendo na nossa vida.
E as nossas aventuras? Aqueles longos dias em que te dava a preguiça a ti e me obrigaste a ficar na cama a provar da tua preguiça, aquelas noites que me conseguiste tirar o sono, atraída pela tua forte personalidade, as vezes que perdi a força nas pernas de tanto caminharmos. Das vezes que me conseguiste deslumbrar com a tua força, que quis falar e me perdi nas palavras.
Mesmo após tantas zangas, que existem em qualquer amizade, tens a força de me fazer voltar a acreditar que é possível tudo melhorar.
A verdade é que eu vivo contigo, tal como tu vives em mim.
Não podendo viver sem ti, por tudo o que contigo já passei…
Obrigada Emma*!
PS: Hoje durmo sem ti, pois devido às tuas insónias nas últimas noites sinto-me cansada.
*EMMA – Esclerose Múltipla Maldita Amiga"

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"Mesmo após tantas zangas, que existem em qualquer amizade, tens a força de me fazer voltar a acreditar que é possível tudo melhorar."

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"Apaixona-te por alguém que chegue de mansinho, que se aproxime devagarinho e que não tenha medo de ficar. Alguém que te passe confiança com um simples olhar. Apaixona-te por uma pessoa com a qual não seja preciso tu te preocupares se no dia seguinte ela vai ou não ligar-te, porque tu tens a certeza que ela veio para ficar."

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"Achavas que já estaria longe da tua visão, não já?
Pois bem enganaste, regressei mas não me chames de amor, chama-me de antropófago, um mero operário do coração que voltou a picar o ponto.
Oh amigo, como tive saudades tuas. Prepara-te porque vou comer-te por dentro, levar-te a um enorme extremo, ao desespero, à depressão. É que sabes… Eu propago-me de diversas maneiras. Sou um orador com o método bastante peculiar e intenso.
Catalogado como algo tão omnipotente que nunca irá ter o seu termino.
Uns chamam-me a entrada para o céu, outros um dos alicerces das portas do inferno, um acantocéfalo do sentimento outrora puro. Contudo, tornei-me numa incógnita para ti.
Mas através de agulhas coso-te os pontos, somente para os poder dilacerar de novo.
Estalar-te-ei esse teu pequeno órgão como um crepitáculo, que nem saberás como reagir. Tornar-te-ei um paralítico cognitivo. Ficarás incrédulo no que toca ao meu sentimento, lamento.
Mas nem tudo é mau meu caro, um sentimento como este torna-se puro no trajecto, tornares-te-á atlético para fugires ao mal que te farei e conseguirás prevalecer, estarás predestinado para um êxito neste campo. Até lá, xeque mate amigo."

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"Pois bem enganaste, regressei mas não me chames de amor, chama-me de antropófago, um mero operário do coração que voltou a picar o ponto."

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"É fácil deixar alguém para trás – o que magoa é a esperança que espreita sempre. A esperança de pensar que não está totalmente acabado, de que ainda vale a pena, de que as coisas vão voltar ao mesmo. Mas as coisas nunca voltam ao mesmo.
A desilusão acontece uma e outra vez e acabas por criar anti-corpos, imunidade perante a pessoa que te magoou. E de repente parece que consegues respirar novamente. É como se durante aquele tempo estivesses debaixo de água a suster a respiração e depois voltas à tona onde tudo é claro e perceptível.
Como é óbvio, ainda demoras um tempo a recuperar de tanto tempo que ficaste sem ar mas depois relaxas e sorris porque sobreviveste à partida de alguém. Levaram um parte de ti mas continuas a nadar e continuas a respirar e continuas a lutar contra a corrente, por muito cansada que estejas.
Há cansaços que valem a pena e este é um deles porque por cada vez que te partem o coração é um coração partido mais perto daquela pessoa que te vai ajudar a reconstruir-te. E “aquela pessoa” pode muito bem seres tu mesma, ser “aquela pessoa” nova que se transformou e renasceu.
E aí reparas que afinal a pessoa que te magoou, que pensaste que não conseguias viver sem, está bem longe e está tudo bem. Porque se calhar as pessoas não são feitas para ficarem juntas. Nem mesmo as casadas.
O sempre não existe e o pouco tempo que vivemos é para termos experiências e apenas viver. Há pessoas que ficam pouco tempo e marcam para o resto da tua vida e há pessoas que ficam anos contigo e simplesmente não te tocam com tanta intensidade. Talvez as pessoas sejam mesmo feitas para serem temporárias – umas ficam mais tempo que outras."

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"Talvez as pessoas sejam mesmo feitas para serem temporárias - umas ficam mais tempo que outras."

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"Já alguém te contou o poder que tens?
Seduzes sem querer, e és desejado sem saber.
Deixa-me explicar-te…
Quando passas exalas charme, prendes olhares, e involuntariamente eu suspiro…
É assim que me enfeitiças, e que fazes com que eu queira que a tua barba encoste no meu pescoço enquanto sussurras no meu ouvido o quanto eu te deixo louco.
Vem e abraça-me!
Hipnotizas-me com esse olhar malicioso cheio de ingenuidade. Tornaste-te num mistério envolvente que despertou a minha curiosidade, e sem saberes que eu desejo-te… provocas-me com tanta intensidade que eu desarmo e rendo-me.
Cobriste-me de coragem e num impulso eu “escondo-me” entre os teus braços enquanto as minhas mãos percorrem lentamente as tuas costas…. agora somos eu e tu num momento instintivo onde mergulhamos profundamente nos nossos pensamentos mais ocultos.
O corpo fala e pede toque, pede beijo, pede olhos nos olhos… consequentemente arrepia, treme, arde, e age…
Neste momento eu já não ouço a razão, ela perdeu a voz e tudo o que me guia é o desejo..."

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"Hipnotizas-me com esse olhar malicioso cheio de ingenuidade. Tornaste-te num mistério envolvente que despertou a minha curiosidade, e sem saberes que eu desejo-te…"

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"Apetece-me voltar atrás no tempo. Quando a vida era boa e eu não tinha essa perceção, quando a minha maior decisão era se ia à 1ª aula ou ficava a dormir mais 1h. Quando os trabalhos que os professores mandavam para casa eram “tão complicados”… Ah! Ricos trabalhos de casa, como tenho saudades disso! Era tudo tão bom nessa altura.
E não falo das pessoas que me rodeavam, das tarefas que tinha, ou até mesmo de poder ficar na cama uma manhã inteira. Refiro-me sim da vida em si. Das rotinas mal vividas, dos planos para o futuro – que acabaram por nem chegar a meio, mas que sabiam tão bem de imaginar – das preocupações que não tinha, das preocupações que via os meus pais terem e que pensava “não sei porque eles estão tão preocupados com aquele assunto, se fizessem de maneira x o assunto ficava tratado!”, mas… E agora? E agora eu? Cada vez mais temos de nos tornar independentes à força, sem termos vontade disso.
Quando é que os problemas começaram a surgir na minha vida? Como?! Eu não me lembro de ter deixado nenhuma porta aberta para eles entrarem… Quando é que eu comecei a perceber os meus pais? Quase que jurava estar ao colo deles ainda ontem…
Quando é que a vida começou a acontecer de verdade? Ainda me lembro de ter comprado uns óculos de sol para proteger a minha vista de ver a realidade do mundo… Como é que eu não dei conta destas mudanças? Porquê?! Era tão mais fácil se me tivesse precavido a tempo, não sei como deixei este lapso – apesar de inevitável – acontecer. Acho que apenas não queria que acontecesse, a realidade é essa. Mas podia ter adiado mais um pouquinho, não?!
Enfim. Não sei como as mudanças invadem a nossa vida e nós nem damos conta delas. Se as crianças soubessem que elas têm o mundo – o que elas criam na mente – na palma das suas mãos, eram tão mais felizes. Mas a verdade é que nunca estamos bem com o que temos, e essa saga começa desde que somos pequenos. Sem noção do que é a realidade, imaginamos o impossível, já quando adultos temos noção da realidades a mais… 8 ou 80.
Ah sei lá, tenho saudades de tanta coisa. Mas a única coisa que sei, e que tenho na minha lista de objetivos, é que recuso-me a aceitar que a vida é isto. Ou que, pelo menos, tenho que encara-la seriamente. Quero encara-la como uma criança-adulta. Quero poder rir-me dos problemas, quero poder fazer figuras tristes com os meus amigos, quero saltar na praia, quero jogar às escondidas caso alguém se esqueça de levar cartas nas férias. Sei que quero tudo isso, quero encarar a vida com um sorriso, como uma criança de 10 anos o faz. Porque quero ter 10 anos, apenas com uns em cima deles, mas que não me tirem os 10."

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"Quero poder rir-me dos problemas, quero poder fazer figuras tristes com os meus amigos, quero saltar na praia, quero jogar às escondidas caso alguém se esqueça de levar cartas nas férias."

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"Ficas ali, imóvel, a observar-me com o amor e a paixão que nos une desenhado nos teus olhos; abres os braços:
– Abraças-me?
Corri para ti, com o maior sorriso de que há memória, sem olhar aos passos dados nem a nada do que me rodeia.
O tempo pára junto de ti. Sempre soube."

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"O meu coração desassossegado há muito que me dizia que te devia ter amado mais, devia ter ousado mais, arriscado mais, procurado mais e (re)inventado mais. Faltou reencontrar-me e essa falta de encontro imaginado transformou-se em mais uma peça do puzzle da minha vida, encaixada no sítio errado. Afastou-me de ti, fez-me perder de ti. E agora fazes-me falta. Tudo o que eu preciso é de um abraço teu que me faça renascer, viver e (re)viver, que acorde a parte de mim que levaste contigo. Que volte a trazer os dias mais felizes, eternos e inesperados. Aqueles dias recheados de amor e paixão assolapada e fulminante que me devolverão à vida e que agora são uma das falhas mais sentidas.
Preciso de ti. E de repente, o telemóvel toca e vejo uma mensagem tua que traz apenas uma palavra: Perdoa-me.
Do nada, a chuva de um dia triste, tempestuoso e sem rumo, traz-te de volta. Vejo-te a correr desde a janela, no pátio. Entras em casa, à pressa, sem tempo para contar os degraus e metros que nos separam. Quando menos espero, a porta do quarto abre-se sem eu ter tempo de questionar nada."

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"Acordei com a alma em ebulição, a boca seca e o corpo dormente como se inesperadamente a minha existência se resumisse a um mero esboço de mim própria, revia-me na palidez com que olhava para o exterior através da janela mais baça da casa. Não sabia o que fazer, que caminho tomar, com quem falar, levantei-me, vesti o meu roupão salmão em seda, fiz uma chávena de café e sentei-me à janela, fechei os olhos e deixei-me envolver pelo sabor afrodisíaco da bebida e o vapor quente libertado e ouvi o vento e os pingos de chuva a caírem no asfalto, talvez os meus pensamentos se transformassem numa melodia e acabassem por falar e me dar soluções.
Fiquei por ali numa manhã infinita de um resto de esperança, ouvi a tua voz do nada como tivesses mesmo alguma coisa importante para me dizer, a voz mais conselheira de que me lembro de ter memória. Não estavas ali junto de mim, abraçado a mim, como era teu hábito fazeres sempre que estávamos juntos; mas eu procurava-te à mesma. Procurava aquele abraço teu que mais ninguém me sabia dar, procurava o aroma dos teus braços envolvidos no meu corpo, procurava essencialmente ter-te ali ao pé de mim nem que fossem uns meros milésimos de segundo. Tempo partido e repartido, dividido e partilhado, ousado, mordaz, sofrido. Amado."

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"Há dias flácidos e amargos como aqueles dias curtos, escorregadios e frios de Inverno, em que o que mais preciso é de um abraço teu. Aquele abraço apertado, forte e intemporal que do nada parece que cura tudo. Há dias em que nada faz sentido, em que tudo parece ter-se transformado num eterno puzzle onde nenhuma peça – por mais esforço que faça – se encaixa. A vida é um puzzle onde se encaixam pessoas, momentos, detalhes e emoções. É uma luta constante para que todos os dias cada peça se consiga encaixar na perfeição no seu devido lugar, mas nem sempre isso acontece, os puzzles da vida também são feitos de contratempos, que fazem com que determinadas peças erradas se encaixem nos sítios mais inóspitos para preencherem o vazio provocado pela ausência das peças certas.
A vida é um puzzle em permanente construção e aperfeiçoamento, e é quando várias peças erradas teimam em encaixar-se nas encruzilhadas da vida que surge a necessidade de aconchego. De procurar alento, conforto e o rumo certo para a nossa existência. Diz que hoje foi um desses dias, acordei sem vontade de continuar depois de uma noite de insónias tremenda onde na falta de sono aproveitei para reflectir e por ideias em ordem, aproveitei para viajar pelos erros cometidos no passado e no presente – tentando fintá-los no futuro mais próximo – e pelas escolhas mais acertadas e felizes. No silêncio de uma noite longa ri e chorei sem tempo, lembrei-me dos dias mais felizes, aqueles dias solarengos e quentes ao teu lado, sem ter que pensar em nada, sem ter que tomar decisões nem fazer escolhas difíceis. Lembrei-me dos intensos olhares que trocávamos dias a fio e noites sem fim, conversando sem ter que dizer palavras, através dos teus olhos conseguia ver tudo de ti e encontrar tristeza e felicidade, angústia e desilusão. Através dos olhos fomos-nos descobrindo um ao outro. Lembro-me dos nossos beijos entrelaçados, repentinos, intensos e sôfregos, saboreio o aroma doce e salgado, áspero e macio dos teus lábios como o vinho mais antigo."

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"Corri para ti, com o maior sorriso de que há memória, sem olhar aos passos dados nem a nada do que me rodeia."

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Language: English