† Fábio Silvério φ

Tenho metas e tal, mas devo agora viver sofrendo pra poder ser salvo? poderia explicar um pouco isso? fim
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Há muito o que se dizer disso. Tentei gravar algo, mas o microfone de ruim. Fiquei com preguiça de repetir. Então vamo escrevendo, mesmo.

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"A salvação se dá pela cruz". É preciso entender direito isso aqui. A única cruz absolutamente necessária foi a de Nosso Senhor. É claro que todos nós teremos cruzes pessoais, mas elas só têm valor enquanto participam da Cruz de Cristo. Ou seja: o segredo da nossa salvação está em aceitar o que Cristo nos fez. É uma atitude receptiva, passiva, feminina até. O sofrimento nos ajuda nisso.

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Porém, é preciso ter em mente que o sofrimento é somente um meio, e não um fim. Depois, os santos que ficaram famosos pelas suas façanhas possuem vocações muito particulares. Deus não o exige da maioria. Cada vocação tem suas peculiaridades. Pessoas dedicadas à vida religiosa têm uma receptividade maior ao sofrimento. Seguem a Jesus mais de perto, o que implica participar da Cruz, mesmo. Porém, se a vocação exige saúde, a cruz virá a partir de desconfortos aqui e ali, e sempre na medida da necessidade.

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As circunstâncias nas quais se está inserido são sinal da Providência, e é preciso saber ler. A voz de Deus - raiz da vocação - pode ser ouvida nos eventos e situações que você vive. Nestas circunstâncias, Deus pede algo de ti. Na medida em que fores rebelde, auto-suficiente, etc., o sofrimento torna-se necessário, pois somente enfrentando-nos, fazendo frente às nossas pretensões, mostrando-nos vivencialmente o quão pequenos somos, Deus pode encontrar algum espaço em nós.

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São Luiz Maria, salvo engano, dizia que os cristãos devem preferir as pequenas cruzes diárias às grandes cruzes, pois, diz ele, não há garantia de melhora quando uma pessoa passa por uma grande dificuldade. É mais garantia a paciência diante de pequenos desconfortos e inconvenientes. É o que Jesus diz: a cada dia basta sua própria preocupação.

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Então pode ser falso que "quanto mais sofrimento em uma pessoa, mais próxima ela está da salvação". Isso está longe de ser regra. O sofrimento só é santo se for vivido em união com o Senhor, e, mesmo assim, ele ainda corre o risco de mal interpretado. Os santos não eram masoquistas. Vale mais pureza e humildade do que grandes provas vividas com um espírito de atleta e autoadmiração.

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Devemos viver naturalmente, buscando o que é justo e reto, e tendo um olhar sobrenatural sobre a vida, sem complexos de mártir.

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Quando vi o documentario e lembrei do terço, lembrei tmbm que a Austria se livrou dos vermelhos com devoção ao santo terço.... Se os austriacos conseguiram, acho que nos EUA os negros conseguiriam isso tambêm, provando que realmente politica é coisa de 3° categoria, é oração na frente.. lembrei tmbm que os americanos, com todos seus defeitos e preconceitos, eles realmente eram devotissimos ao protestantismo, varios livros atestam isso... enfim, o que acha?
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É difícil dizer o que sucederia, mas acho que nós temos razões suficientes para supor que as coisas pelo menos se abrandariam consideravelmente. O Léon Bloy dizia sempre que "o milagre é a restituição da ordem". Então, incluso o sentido político-social, a raiz de toda mudança profunda deve se dar no âmbito do espírito, mesmo. Uma mudança puramente exterior seria uma falsa mudança, e acirraria o conflito entre a aparência de virtude e a corrupção interior. Este conflito só exacerbaria o conflito externo. A operação segue o ser. Tudo tem de começar dentro. Os atos humanos não são mais do que efeitos da perversidade ou virtude interiores.

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