' consciência da distinção entre o eu e o desejo em questão' O que isso significa?
A propósito, há uma outra forma: submetendo-se a uma sensação desconfortável. A sensação anula ou diminui o apelo do desejo.
Explicando a expressão: a tentação ocorre quando você está diante de uma situação que te solicita em geral pelo desejo. Tomemos a luxúria como exemplo. A pessoa que deseja ver ou fazer certas coisas tende a tomar o seu desejo como algo que forma uma identidade consigo. Na verdade, contudo, o movimento do desejo é automático, instintivo e, por isso, infrapessoal. Ele ocorre como que por si mesmo. A consciência só num segundo momento o percebe, e, então, decide o que fazer, pela vontade. A vontade e o desejo são, portanto, distintos. Tomar consciência da distinção entre o eu e o desejo que caracteriza a tentação é perceber que eu não sou este desejo. Ele está acontecendo em mim, mas eu não tenho nenhuma necessidade de obedecê-lo. Eu posso, assim, olhá-lo como a um estranho. Isso impede que a pessoa perca a lucidez, e, assim, a tentação pode ser vencida, pois o que a caracteriza é sempre também um elemento de ignorância. Esta ignorância é criada ou mantida pela cegueira resultante da flutuação a que o desejo nos submete se nos permitimos segui-lo inadvertidamente.
Explicando a expressão: a tentação ocorre quando você está diante de uma situação que te solicita em geral pelo desejo. Tomemos a luxúria como exemplo. A pessoa que deseja ver ou fazer certas coisas tende a tomar o seu desejo como algo que forma uma identidade consigo. Na verdade, contudo, o movimento do desejo é automático, instintivo e, por isso, infrapessoal. Ele ocorre como que por si mesmo. A consciência só num segundo momento o percebe, e, então, decide o que fazer, pela vontade. A vontade e o desejo são, portanto, distintos. Tomar consciência da distinção entre o eu e o desejo que caracteriza a tentação é perceber que eu não sou este desejo. Ele está acontecendo em mim, mas eu não tenho nenhuma necessidade de obedecê-lo. Eu posso, assim, olhá-lo como a um estranho. Isso impede que a pessoa perca a lucidez, e, assim, a tentação pode ser vencida, pois o que a caracteriza é sempre também um elemento de ignorância. Esta ignorância é criada ou mantida pela cegueira resultante da flutuação a que o desejo nos submete se nos permitimos segui-lo inadvertidamente.