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Eu não sei se eu poderia "mudar" alguma coisa, as coisas que eu fiz, as coisas que eu passei, tudo isso influenciou no que eu sou hoje, na construção de quem eu sou atualmente e nem estou "finalizada" ainda, na realidade, estou sempre em constantes mudanças.
Eu acho que, talvez, eu mudaria as coisas que eu fiz na minha pré-adolescência achando que eram coisas que eu tinha que fazer, porque eu não tive tempo de pensar e ver que eu não precisava agir daquele jeito só porque todo mundo tava agindo. Mas por sorte, eu encontrei as pessoas certas, as pessoas que me influenciaram de maneira boa. Eu tive em quem me espelhar e eu não tenho vergonha de dizer isso, porque eu sei que eu não seria nada do que eu sou hoje se eu não tivesse conhecido algumas determinadas pessoas. Eu acho hipócrita é quando alguém diz que NUNCA se espelhou em ninguém, porque isso é uma puta de uma mentira.

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Eu era tosca. Tipo, de verdade, eu demorei um pouco pra moldar a minha personalidade, porque eu tinha uma personalidade que me acompanha desde sempre, as constâncias que permanecem até hoje, mas eu sempre fui meio weirdo na classe quando era menor, nunca soube me comportar muito bem no meio das pessoas (até hoje eu não sei) e desde que eu era criança eu nunca compreendi muito bem as convenções sociais, aí eu fazia coisas que eu achava que eram certas, porque as outras meninas faziam também e então devia ser daquele jeito que se vivia. Outro dia eu achei um caderno de confidências aqui que eu fiz e eu mesma assinei por primeiro (shame on me hahaha) e tinham umas respostas lá muito toscas, mas também tinham umas coisas que eu lembro perfeitamente que eu não me sentia daquela forma, mas eu achava que deveria me sentir, então era isso que eu tinha que falar ou fazer. Porém ao mesmo tempo eu travava uma guerra comigo mesma, porque eu era absolutamente contraditória, eu tinha muito da minha teimosia extrema, então se eu gostava de uma coisa, ou quando eu fazia coisas por mim, coisas que eu fazia por vontade própria, era confuso, eu tive que passar por maus momentos até criar constância na minha personalidade, mas lá pelos meus 14/15 anos, eu já era bem mais parecida com o que eu sou hoje.
E lá pra trás, quando eu era menor ainda, bem criancinha, minha mãe sempre fala que eu fui uma criança muito diferente das outras, que eu não me interessava pelas coisas que crianças se interessam, que eu preferia brincar com livros mesmo sem saber ler, gibis e revistas de pintar do que com bonecas, minha mãe também sempre diz que eu nem tive a "fase bonitinha de falar errado", que ela até fica chateada, porque não tem muita história engraçada pra lembrar de situações em que eu falei algo errado ou algo errado que eu insistia em falar até aprender, porque eu simplesmente não falava errado. Na real eu acho isso muito lindo de saber, porque eu acho um saco ver criança falando errado e os pais incentivando.
Eu acho que pelo fato de eu ser filha única, eu não tive o comportamento infantil, de criança mesmo por muito tempo, só a minha personalidade que era meio sem definição, porque eu era muito mais tímida do que eu ainda sou hoje e eu precisava me encaixar, eu era tipo, muda, não falava com quase ninguém, me vestia absurdamente mal. Depois eu ainda passei por trinta mil fases desde a minha infância até a pré-adolescência e depois mesmo na minha adolescência até chegar nessa coisa estranha que eu sou hoje. haha
É até um pouco vergonhoso assumir que eu não fui sempre assim como sou hoje, mas acho que todo mundo deve ter um passado vergonhoso, certeza.

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Eu acho que isso é uma pergunta de dois pesos e duas medidas. Às vezes, a maioria das pessoas precisam "fingir o que não são", principalmente no facebook por causa das pessoas da família que elas tem adicionadas lá ou porque algumas pessoas que não são do círculo de amizades convencional dela também não entenderiam o que a pessoa posta. Mas num geral, as pessoas fingem ser o que não são na internet o tempo todo, tanto no facebook quanto em qualquer outra rede social onde elas possam se expressar. No facebook é mais aquela coisa de todo mundo ter opinião sobre tudo, todo mundo é intelectual, sentimental, ama livros, ama filmes. Aí tem as pessoas que realmente gostam dessas coisas, que entendem sobre elas. E as que postam sobre isso apenas pra parecerem mais interessante pros outros. Por isso eu digo, são dois pesos e duas medidas, às vezes existe um motivo, às vezes é só pra status mesmo.

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Uma vez eu sonhei que o Marilyn Manson era super meu bff, aí nós começamos a ter um caso, mas ele ficava dizendo que tinha medo de acabar com a nossa amizade~~
HAHAHAHA VELHO, dá pra ter noção do quão transtornada a mente de uma pessoa tem que ser pra sonhar uma coisa dessas?
Outro dia também eu sonhei que eu era meio Merlin, meio Harry Potter e estava viajando com o 9th Doctor e ainda o salvei, depois de conseguir achar a minha varinha, como o feitiço Lumos Maxima (?)
Viu? Eu era mais foda que o Harry no meu sonho, podia muito bem ter mandado um Expelliarmus em seja lá o que eu estava tentando deter. HAHAHAHAHA
Os meus sonhos basicamente nunca fazem sentido, sempre acontecem coisas estranhas/fora do comum e sempre aparece gente aleatória neles. Tipo gente que eu falei uma vez na vida, OU GENTE QUE EU NUNCA VI NA VIDA, ai eu acordo chateada nessas vezes, porque quase sempre é uma pessoa genial, super legal e linda e aí eu acordo só pra descobrir que essa pessoa simplesmente SÓ EXISTIA NO MEU SONHO. Isso é muito frustrante. :(

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Hoje em dia eu não sou mais facilmente surpreendida por esse tipo de acontecimento, porque criei uma habilidade bem melhor de enxergar o que as pessoas são de fato e o que elas apenas estão tentando mostrar pros outros. Mas já aconteceu bastante e eu não estou protegida do mundo, então pode acontecer outras vezes. Basicamente, me sinto decepcionada e frustrada, com a pessoa, claro, mas acima de tudo comigo mesma por não ter percebido o que era óbvio. Fazer eu não faço nada, no máximo me afasto e deixo pra lá, embora as pessoas resolvam de tempos em tempos implicar comigo, encher o meu saco, falar besteira por aí, mas dá pra fazer algo? Claro que não dá. Eu simplesmente deixo ir, não considero o maior dos meus problemas me decepcionar com as pessoas, visto que essa é basicamente um dos fatos da vida: as pessoas SEMPRE VÃO te decepcionar, de uma forma ou de outra.

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Cara, eu acho tão difícil responder essas perguntas, mas vamos ver... Acho que Ensaio Sobre a Cegueira foi um livro que mexeu bastante comigo, é um livro que mostra que mesmo humanos, todos nós temos os instintos mais animais e cruéis possíveis, nós beiramos a selvageria. Pra descobrir isso é só tirar uma das funções básicas do corpo humano, nesse caso, a visão e logo, toda a podridão do ser humano é colocada à mostra, não existem mais olhos pra julgar ou pra reprimir. Não existem mais riquezas, posses, nada, é tudo "de igual pra igual". E toda a crueldade é igual, também. O que esse livro plantou na minha cabeça, ou apenas fez o trabalho de sublinhar, é que não importa o que nós temos, a nossa essência é puramente animal e é selvagem. E todos nós somos horríveis, ruins e impiedosos, mas estamos todos cegos pra enxergar isso. "Somos cegos que vêem."

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